capítulo 21

75 11 0
                                    


Me aproximei ficando na sua frente, e vejo que alguém colocou um curativo na sua sobrancelha. Um pequeno hematoma está se formando na sua bochecha, Levantei a mão, passando no local.

― Como você está?

― Estou bem. ― Ele limpa a garganta antes de falar. ― E o Nicolas?

― Está melhor ― falei apenas isso, não quero falar de Nicolas para ele.

Entrei na sala e me sento, Aaron se senta na cadeira de Vitória e me encara.

― O que foi?

― Nada, por quê?

― Está pálida.

Estou sentindo uma cólica terrível.

― Estou bem.

― Você não me parece bem.

Suspiro alto.

― Estou com cólicas, é por isso.

Ele não fala nada.

― Pede um remédio na enfermaria.

― Não precisa, Aaron, daqui a pouco melhora. ― Encostei a cabeça na parede.

― Vamos sair hoje a tarde.

― Não estou muito a fim de sair hoje, quero só ficar deitada.

― Tem certeza?

― Tenho.

Meus colegas vão entrando. Gabriel olha para nós e logo depois sorri. A maioria deles fica me encarando, reviro meus olhos e tentei ignorar. Aaron volta para a mesa dele. Encostei a cabeça na mesa e fiquei assim por um tempo.

Após o término da aula ele me dá carona até a minha casa, mas não falamos muito. Ele está pensativo e confesso que não estou no clima de ficar batendo papo. Nos despedimos com um pequeno beijo.

Almocei com a minha tia. Bella não nos faz companhia, pois ela mandou uma mensagem para minha tia dizendo que almoçaria fora, mas que estaria no horário no café. Dou graças a Deus, pois não estou muito bem para cobrir horário de ninguém hoje.

A minha tia saiu, tomei banho e escolhi algo mais confortável para vestir. Uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca. Procurei um remédio e o tomei, me deitei na cama esperando fazer efeito. 

Enquanto isso, mandei uma mensagem para Nicolas perguntando se ele está bem. Logo em seguida, recebo a sua mensagem dizendo que está sim. Fico mais tranquila. 

Decido tentar dormir um pouco. 


Acordei assustada. Está escuro e ouço o barulho de trovões. Me levantei e abri a janela do quarto, um vento forte balança as árvores e nuvens pretas cobrem o céu. Sinto um calafrio passando pelo meu corpo. Respirei fundo, me deitando novamente.

Odeio chuva forte. Só de lembrar do acidente em que a minha mãe morreu faz com que os meus olhos se encham de lágrimas. Ouço o barulho forte da chuva. Me encolhi ainda mais.

Tentei pensar em qualquer outra coisa, menos no que está acontecendo aqui. O meu coração se acelera.

― Não, por favor! É apenas chuva, Ella, apenas chuva. 

Garoto MauOnde histórias criam vida. Descubra agora