capítulo 17

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Quando vou me deitar naquela noite, fico pensando nas palavras da minha tia, e na certeza em tudo que ela falou, e fico me perguntando se aconteceu algo com ela no passado.

A semana passa rápido demais. Recebi mensagem todos os dias de Aaron me falando tudo sobre Nova York. Vitória veio aqui ficar comigo todos os dias a tarde, ela me ajudava a repassar a matéria, assim como Nicolas que sempre me ligava perguntando como eu estava, e se estava precisando da sua ajuda para estudar. 

Fiquei ajudando a minha tia pela manhã, e a minha irmã ajudou à tarde. Agora parecia que não nos conhecíamos de vez, era extremamente raro quando ela falava alguma coisa na minha presença. A semana passou tão rápido que hoje já é sábado. Estou deitada quando recebo uma mensagem.

Quando abro, vejo que é de Aaron. Um sorriso brota no meu rosto. Ele me avisa que acabou de chegar de viagem.

“Amanhã, quase todos os alunos do último ano irão a uma festa na cachoeira. Você gostaria de ir comigo?”

“Todos?”

Ele demora um pouco para responder, acho que ele percebeu a quem eu estava me referindo.

“Não vou deixar que ninguém faça nada com você.”

“Ok. Eu vou. Que horas você passa aqui?”

“As oito, tem algum problema?

“Acho que não, nesse domingo não abre o café, então está tranquilo.”

“Então estamos combinados. Estou com saudades!”

Sorrio antes de responder.

“Eu também.” 

Coloquei o meu celular para despertar às seis e meia, afinal tenho que dar um jeito no meu cabelo e conversar com a minha tia.

De manhã, já converso com Flora e ela apenas fala para que eu me divirta. 

Me arrumo, visto um short jeans, uma blusa branca com renda nos ombros e um biquíni rosa com preto por baixo. Coloquei uma toalha em uma bolsa, assim como um protetor solar.

As oito em ponto, ouço o barulho da buzina.

Quando abrir a porta de casa, vejo Aaron parado ao lado do seu carro. Ele está diferente, com um shorts preto e uma camisa fina branca, além de óculos escuros. Quando ele me vê, ele sorri. Caminhei em sua direção.

Ele segura o meu rosto e me beija, um beijo calmo.

― Você está linda!

O meu rosto fica quente na hora.

― Você também.

Ele abre a porta para mim. Entrei, ele dá a volta no carro, abre a porta e se senta. 

Fecho os olhos um momento, o dia hoje está bem mais ensolarado. As ruas da cidade estão vazias. As janelas estão abertas e toca uma música no som do carro. Sinto uma pressão na perna, abro os olhos e vejo a mão do Aaron.

― Estava com saudades de você. Me fala, o que você fez enquanto eu estava fora?

― O de sempre. Estudei e ajudei a minha tia no café. E você?

― Fui em duas celebrações de ex-alunos com o meu pai. ― Ele sorri. ― Na verdade, foi chato pra caramba.

― Você ficou em Nova York e não aproveitou? 

― Não estava no clima para festas.

― Entendo. ― É tudo que eu falo.

Depois de uns vinte minutos, chegamos a uma estrada de terra e Aaron se concentrou no caminho. Para falar a verdade é bem longe.

Garoto MauOnde histórias criam vida. Descubra agora