Buscando pelo ouro dos tolos para com a Morte barganhar

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O fundo de chuva saía pelos fones de ouvido de Wayne, enquanto a noite do lado de fora estava límpida e estrelada

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O fundo de chuva saía pelos fones de ouvido de Wayne, enquanto a noite do lado de fora estava límpida e estrelada. Cruzou uma perna sobre a outra, encostando as costas nas almofadas pretas de seu sofá branco. Aliás, tudo naquela sala parecia ser montado naquela cor. Desde os móveis, a mesa de centro e as paredes. Na dos fundos, ainda havia alguns desenhos em molduras, todos na mesma cor, ladeando um grande espelho, que permitia ver o reflexo de sua nuca, com os cabelos negros em um corte bem aparado, e as costas do sofá.

O reflexo do espelho logo mostrou outra forma passar com a mesma cor escura, com passos arrastados. Logo, a figura se sentou com sua roupa toda feita de um couro lustrado sobre o braço do sofá. Wayne ergueu os olhos das páginas do livro, olhando para cima e vendo apenas a parte de baixo de um rosto feminino, dirigindo-lhe um sorriso que poderia fazer muitos se perderem pelo meio do caminho.

― Como entrou aqui? ― ele questionou, tirando os fones do ouvido e jogando-os no estofado, bem como o livro, sequer se importando de marcar a página.

― Digamos que precisa melhorar a segurança de sua casa, Sr. Wayne ― ela sussurrou, movendo-se do braço do sofá e tentando vir para um pequeno espaço em um dos assentos. Com o movimento, ficou visível um rasgo na lateral do joelho direito, onde havia um feio machucado.

Wayne analisou-a de cima a baixo naqueles poucos segundos, enquanto a mulher tentava ocupar o pequeno espaço entre ele e o braço do sofá. Não levou mais do que alguns segundos para uma memória com a Mulher-Gato vir em sua mente. E, definitivamente, aquela pessoa à sua frente não era a mesma que se lembrava.

Em um estalo, decidiu mudar sua postura. Se aquela mulher queria brincar, entraria no jogo dela.

― Vou me lembrar disso. ― Em poucos segundos, as marcas de expressão de sua testa foram sumindo, tentando forçar o que poderia ser um sorriso de canto de boca. ― Embora a falha na segurança pareça ter certas vantagens...

Lois sorriu vitoriosa com seu batom vinho. Apesar de ainda sentir o incômodo das mãos esfoladas por debaixo das luvas e dores principalmente na perna e na coxa, aparentemente seduzir o Homem-Morcego seria mais fácil do que ela pensava.

― E as vantagens são maiores do que você imagina ― ela sussurrou, apoiando as mãos sobre o estofado para aproximar-se dele e censurando-se pelo incômodo que sentiu do tecido contra a pele de suas palmas.

― Eu não duvido... ― Wayne resolveu arriscar, já que ela continuava a se atirar pra cima dele. Colocou uma mão sobre a perna dela que estava tão próxima. 

Em um ímpeto, Lois recuou, levantando-se do sofá e fazendo o homem voltar com as marcas de expressão, não compreendendo sua súbita mudança de comportamento. Aquilo foi mais forte do que ela...

― Que tal uma bebida? ― Ela usou a língua para umedecer os lábios, numa tentativa de soar provocante.

― É claro. Que péssimo exemplo de anfitrião eu sou, não? ― Enquanto dizia isso, ele se levantou e caminhou até um pequeno bar, no extremo oposto da sala. ― Vinho?

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