Capítulo 4

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J I M I N

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J I M I N

— Vai para casa agora?

— Vou, sim – respondo Taehyung, que está na Home. Estou retirando o meu avental na nossa sala ao passo em que ele toma um frapuccino de doce de leite. — Meu horário é só até às 18:00.

— Se você viesse nos visitar mais vezes, saberia! – Yoongi, que passa pela porta entreaberta, provoca. — Você e Namjoon!

Taehyung fica sem jeito. Sorrio.

As coisas estão indo de certa forma bem no café. Não do jeito que gostaríamos, é claro, mas fluem. Depois do dia do acidente de Jung Min e Ravioli, fechamos as portas por uma semana, respeitando à memória da dupla leal e, também, a dor de Hoseok. Conjuntamente, sugerimos que ele pegasse alguns dias de folga para poder ficar com sua mãe, muito apegada ao irmão mais velho, além de termos consciência acerca do quão difícil poderia ser para si passar em frente ao local da colisão nos primeiros dias.

Se foi difícil para nós, para ele talvez fosse inimaginável.

Assim, sem Hoseok para nos ajudar, o trabalho ficou mais pesado. Yoongi e eu não demos conta de, sozinhos, atender os clientes, preparar os pedidos e as encomendas, limpar o café e auxiliar Jin hyung na cozinha. Com isso, Taehyung e Namjoon, geralmente nos bastidores, precisaram subir ao palco.

Taehyung, envolvido com a compra dos produtos que usamos para nossos pratos e com o levantamento dos melhores preços, qualidades e atualidades, passou a vir todos os dias ao café para nos ajudar com o fechamento do caixa – Hoseok é o responsável por isso. Namjoon, por outro lado, saiu de trás de suas telas e debaixo de seus papéis para nos dar suporte com a clientela.

— Yoongi hyung é sempre chato assim? – pergunta.

— Você não viu nada.

— Pobrezinho do meu doce Jimin nas mãos perversas desse hyung – dramatiza, negando com a cabeça. Sorrio mais uma vez. Taehyung tem a alma tão leve que só de olhá-lo fico bem. Talvez, por isso, seja o meu melhor amigo. — E, a propósito... nenhum sinal dele hoje também?

Suspiro.

Faz pouco mais de um mês que vivenciamos aquela tarde trágica, e Jungkook nunca mais voltou aqui. Depois de muito tempo sendo nosso cliente, finalmente pudemos descobrir seu nome – estava escrito nas fotos organizadas dentro do envelope que entregou a Jin. Fotos lindas do tio de Hoseok – que quis obviamente ficar com elas – e seu cachorro; fotos tiradas com tanta sensibilidade e olhar artístico que imediatamente entregaram uma peculiaridade interessante sobre Jungkook: ele, com convicção, é fotógrafo. Ou, pelo menos, alguém que entende muito de fotografia e leva jeito para a área.

Ao todo, são cinco imagens. Todas espontâneas e que resguardam a essência de cumplicidade e amizade de Jung Min, um senhor de quase setenta anos com doença de Parkinson, e Ravioli, um Akita Inu. Delas, a minha favorita é a que eternizou o momento em que ambos estavam saindo da cafeteria. De costas para a lente da câmera e voltados para as portas de vidro abertas, parece uma cena que poderia estampar a capa de um filme. Principalmente pelo fato do sr. Min estar acariciando a cabeça de Ravioli, que tem as patas traseiras no chão e as dianteiras apoiadas em sua perna.

Do Preto Ao Roxo ▪︎ JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora