Capítulo 9 : No nono dia de Natal

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Harry não consegue nem ler uma página inteira de Grandes Esperanças até que Severus desce as escadas e entra na sala de estar.

Harry sorri para ele. "Oh, oi. Como você está?"

"Passável," Severus responde, e então começa a afundar no sofá ao lado de Harry, que fecha o livro e o coloca na mesa de centro.

"De todas as histórias que você poderia ter escolhido," Severus geme, mas Harry o ignora em favor de se aconchegar mais perto e enterrar a cabeça na curva daquele lindo e pálido pescoço.

"Oh, olhem para vocês dois pombinhos", a voz presunçosa de Eileen vem da porta. Severus faz uma carranca para ela, não agraciando-a com uma resposta, enquanto Harry apenas consegue dar um sorriso corado antes de se distanciar um pouco mais do calor do corpo de Severus.

"Que tal jantar muito em breve?" Eileen pergunta, seus braços cruzados e seu sorriso largo. "Poderíamos experimentar o vinho daquele garoto viscoso."

Harry bufa uma risada com isso. "Eu não posso acreditar que estou dizendo isso, mas eu não acho que ele seja tão ruim", diz ele.

"Ele é um Malfoy," Eileen diz, como se isso explicasse tudo. E talvez, pensa Harry, ela tenha razão.

Eileen insiste em preparar o jantar sozinha, então Harry fica no sofá com Severus, o que ele aprecia. Ele olha para as estantes enquanto encosta a cabeça no ombro do homem e suspira feliz, quando uma ideia lhe ocorre.

"Você leria para mim?" ele pergunta, um pouco sem fôlego.

"Você não acha que deveria finalmente aprender a fazer isso sozinho?" Severus retruca, e Harry pode ouvir o sorriso em sua voz. Ele ri.

"Você é um idiota, sabia? Mas um idiota com uma grande voz," ele sorri, se aproximando um pouco, passando um dedo pela coxa de Severus.

"E você é um pirralho, embora irritantemente atraente," Severus resmunga. Harry ri alto e se contorce do sofá. Ele já sabe o que está fazendo Severus ler para ele. Como esperado, Severus revira os olhos quando Harry coloca Um Conto de Natal em suas mãos.

"Obcecado por Charles Dickens, não é?" ele rosna. Harry lhe dá um sorriso inocente e cai de volta no sofá.

"Nós lemos isso na escola primária. Minha professora foi muito legal naquele ano, senhorita Wright era o nome dela, eu acho. Ela me emprestou seu exemplar porque os Dursley não compraram um para mim." Severus ouve com uma expressão tensa no rosto e acena com a cabeça.

"Isso foi legal da parte dela", ele reflete e olha com ceticismo para o livro. "Eu não li isso em séculos."

"Nem eu," Harry admite.

"Então isso não é um golpe para mim, então?" Severus pergunta, sua voz tão estranhamente neutra que Harry está imediatamente atrás dele, imaginando quando Severus se tornou tão transparente, ou quando ele aprendeu a ler o homem tão bem.

"O que, você achou que eu estava insinuando que você era Scrooge?" ele pergunta, incapaz de manter um sorriso no rosto.

"Não seria a primeira vez que alguém me compara com aquele miserável", Severus resmunga. Harry lhe dá um sorriso carinhoso e se aproxima até que sua cabeça repousa sobre a coxa de Severus e ele se acomoda confortavelmente nas almofadas.

“Eu realmente não acho que você seja muito parecido com ele agora . como você, isso não é ruim, eu acho."

Severus parece contemplar isso por um minuto, mas não acrescenta mais nada à conversa. Depois de um momento ele abre o livro e limpa a garganta, e então sua voz aveludada vibra pela sala e Harry ouve com tanta atenção, a cadência de sua fala e a forma como ele acentua, que ele quase esquece de absorver as palavras.

 𝑮𝒉𝒐𝒔𝒕𝒔 𝒐𝒇 𝑪𝒉𝒓𝒊𝒔𝒕𝒎𝒂𝒔 [Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora