Capítulo II

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Chiara Marino:

Abracei o seu corpo sem vida mantendo-o perto de mim, minhas lágrimas se misturavam com a chuva, eu não tinha mais voz para gritar, eu não sentia dor, eu não sentia frio, eu não sentia nada, meu coração estava morto, ele tinha morrido junto com papà. Ouvi o barulho de carros se aproximando e peguei a minha arma, eu iria matar todos os filhos da puta que tentassem se aproximar de papà, eu iria matar a todos.

— Chiara. – Chamou uma voz conhecida fazendo com que eu focasse naquela voz. — Abaixe a arma criança, está segura, eu preciso que você abaixe a arma e deixe com que eu me aproxime se você, está tudo bem criança, você está segura.

— Papà. – Sussurrei quando ele me puxou para longe do corpo, eu tentei lutar, mas, zio Apolo era mais forte e eu estava machucada por conta da batida e dos espinhos e galhos da floresta. — Papà.

— Ele se for criança e nós precisamos sair daqui antes que a polícia apareça. – Falou ele segurando o meu rosto entre as suas mãos e eu balancei a cabeça negativamente, eu não iria sair do lado dele, não iria deixar mio papà. — Olhe para mim Chiara, ele está morto, não podemos fazer mais nada por ele, mas, eu preciso tirar você daqui. Esse foi o único e último pedido que o seu pai me fez, se algo acontecesse com ele eu iria tirar você em segurança dessa situação.

Eu gritei e me debati tentando fazer com que eles me soltassem, mas, foi colocada dentro da ambulância e lavada para um dos clínicas que atendiam a máfia, eu não escutava nada que o maldito médico falava, não senti a dor quando ele colocou o meu ombro no lugar, estava tudo vazio, não exista mais sentimentos dentro de mim, papà tinha partido e aquilo era irreal, pois, para mim ele era imortal e ninguém nunca iria me tirar ele.

Mamma esperneou, gritou, fez um escândalo que não era comum da rainha de gelo, ela sempre foi muito contida e para mim aquilo parecia mais um teatro para as pessoas do que estavam a sua volta do que o que ela estava sentindo e aquilo era ridículo, pois, agora mais do que tudo ela tinha que se manter firme, ela poderia sofrer, mas, sofresse em silêncio, pois, eram naqueles momentos que as cobras começassem a tentar dar o bote.

Tirei aquela maldita roupa de hospital e me estressei com aquela maldita tipoia e a joguei longe, aquilo era infernal, coloquei as roupas que estavam sobre o sofá e calcei os meus malditos sapatos saindo do quarto. É claro que ninguém iria se colocar na minha frente se não quisesse que eu matasse, afinal, a minha aura com certeza estava muito negra em volta de mim, já que ninguém tentou me impedir.

— Aonde você está indo? – Perguntou mamma me encarando quando eu entrei no carro e procurei pelas chaves, eu não estava com saco para ter uma discussão com ela. — Chiara!

— Estou indo tomar o que é meu por direito. – Respondi a encarando. — Estou indo honrar o último pedido do meu papà e é melhor não se colocar no meu caminho mamma ou eu irei passar por cima de você também e não me importo com isso, acho que a senhora sabe muito bem disso.

— Apolo está cuidando disso. – Avisou ela e eu apenas revirei os meus olhos colocando a chave na ignição e dando partida. — Isso é algo que homens devem fazer Chiara, não se meta também nesse assunto, seu pai pode ter colocado muitas coisas na sua cabeça, mas, assumir o cargo dele vai ser muito mais difícil do que você pode imaginar. Fique fora de confusões, faça o que todos esperam que você faça em uma situação como está, apenas fique de luto pelo seu pai e deixei com que seus tios resolvam todos os assuntos.

— Eu posso não ser um homem mamma. – Ironizei a encarando. — Mas, eu sou a única herdeira de Ares Marino e não irei deixar com que ninguém passe por cima de mim, irei cuidar pessoalmente do enterro do meu papà, pois, irei honrar todos os pedidos que ele me fez antes de morrer. Se não pode fazer isso, então fique fora do meu caminho.

La Reina Del Máfia - Livro 1 - HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora