Capítulo IV

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Chiara Marino:

Eu realmente não queria que aquele dia tivesse chego, pois, aquele era o adeus a papà, quando eu assumisse a máfia, era como se estivesse me despedindo dele para sempre e eu não queria fazer aquilo, porém, eu não iria o decepcionar, ele tinha me criado desde criança e eu não iria deixar com que ninguém me passasse a perna, pois, eu era a única herdeira de Ares Marino e iria honrar o seu nome sendo uma Dom ainda melhor do que ele e deixando todos os meus inimigos aos meus pés.

A maldita cabelereira que mamma tinha contratado estava praticamente arrancando os meus cabelos para fazer um coque, eu estava quase a mandando para conhecer o diabo e fazendo aquilo eu mesmo, porém, isso seria motivo para uma nova discussão e eu não estava com paciência para ter uma nova discussão com ela.

— Está ótimo. – Rosnei quando ela iria desfazer aquele maldito coque pela decima vez. — Você pode ir cuidar da minha mãe, eu posso me virar sozinha.

Ela concordou e arrumou as suas coisas saindo do meu quarto e fazendo com que eu arrumasse os meus malditos cabelos e depois fizesse a minha maquiagem, deixando os meus olhos escuros e a minha boca vermelha, levantei-me e peguei o vestido que eu tinha comprado a poucos dias atrás, ele fazia muito mais o meu estilo do que aquela coisa horrível que minha mãe tinha escolhido, eu nunca iria colocar aquilo na minha vida, além de ser cheio de brilhos era tão, tão Ivana que chegava a me dar enjoos. O vestido para a minha posse não podia ter nenhum tipo de decote, mas, não tinha nada falando de transparências e rachas, meu vestido realmente não tinha nenhum decote, ele era até um pouco apertado no pescoço, mas, o seu busto era todo feito de renda negra e eu coloquei um sutiã preto para não destacar, a sua saia era um tecido leve que fluía e tinha um racha em cada lado, calcei uma sandália negra e não coloquei nenhuma joia, eu iria receber o anel que tinha sido de papà e que representaria o meu poder perante a máfia e apenas isso poderia ser usado naquela noite.

Descia as escadas rapidamente quando vi o horário, se mamma não estivesse pronta ela iria ficar, pois, eu não me atrasaria por conta das suas futilidades. Mas, ela já estava a minha espera, usava um vestido negro que era bem sem graça, mas, bem a cara de mamma, passei por ela vendo os seus olhos caírem sobre mim e ela revirar os olhos como se estivesse realmente desaprovando as minhas escolhas, como ela sempre fazia.

— Onde está o vestido que eu comprei para você? – Perguntou ela quando eu entrei no carro e revirei os olhos, eu realmente não esperava que ela fosse tocar naquele assunto, mas, parecia que ela gostava e muito de uma discussão e nos momento mais inoportunos. — Você está mais parecida com uma vadia do que alguém que irá se tornar uma Dom.

— Mamma, se vadia é uma mulher que tem total controle sobre a sua vida e faz aquilo que quer, você pode encher a sua boca para me chamar de vadia sempre que quiser. – Avisei encarando-a. — Se não tiver nada mais do que falar pra mim além dos seus ataques diários, cale a boca, pois, eu não quero jogar você para fora desse carro, pois, eu realmente estou me segurando a palavra que eu dei a papà para continuar aturando você, pois, está cada dia mais insuportável e o seu vestido, se Lize fez o que eu mandei, ele deve estar no lixo neste momento, pois, eu não sei se você percebeu, mas, eu não sou a menina que você vestia de rosa apenas para agradar os seus caprichos.

Ela me encarou raivosamente e eu poderia jurar que ela estava se segurando para não comprar uma briga naquele momento, mas, ela apenas virou-se para a frente e cruzou os seus braços e eu sorri sabendo que aquilo era o melhor a se fazer naquele momento. A igreja estava cheia, sentei-me no primeiro banco e coloquei o lenço no meu rosto, aquilo era ridículo, porém, era uma regra e eu iria cumprir pelo menos naquele dia em honra ao papà.

O padre falou por quase duas horas e eu confesso que aquilo era um saco, eu não sabia se ele estava puxando o saco da máfia que era bem provável ou se estava tentando passar algum conforto para a família enlutada e eu estava a ponto de mandar com ele calasse a boca quando ele deu a palavra a Francesco, aquela maldita múmia era o membro mais velho do concelho, então era ele que conduziria a cerimônia de iniciação e se ele saísse uma linha do que estava programado para aquela noite, eu certamente iria o matar e livrar o mundo daquele maldito excremento em forma de gente.

La Reina Del Máfia - Livro 1 - HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora