Capítulo III

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Chiara Marino:

Ficar em casa era realmente infernal, passar um mês trancada naquela casa iria me levar a loucura, a convivência com Dona Ivana estava se tornando cada mais insuportável, parecia que papà era o único elo que nos unia e como ele não estava mais ali para apartar as nossas brigas ou acalmar a situação e agora tudo que nós fazíamos era brigar todos os dias.

— Meu pai ainda nem esfriou para que você saia com as suas amigas. – Rosei irritada, parecia que ela fazia aquilo apenas para me ver ainda mais irritada. — Parece que você está aliviada por ele estar morto mamma, pelo menos assim você não precisa mais seguir as regras.

O tapa certeiro acertou o meu rosto com força fazendo com que eu a encarasse furiosamente sentindo o gosto de sangue invadir a minha boca e cuspi no chão com força.

— Nunca mais fale isso. – Bradou ela furiosamente se aproximando de mim. — Eu amava o seu pai, ele foi o único homem que eu amei verdadeiramente na minha vida, você não sabe o que eu tive que passar para estar ao lado dele, então não me acuse de estar sofrendo, pois, nem todas as pessoas são como você, então meça as suas palavras a falar comigo, eu sou a sua mãe e exijo respeito, pois, iremos ter que conviver pelo resto das nossas vidas Chiara Marino, você gostando ou não.

Ela saiu batendo a porta com força e eu respirei fundo encarando o espelho na minha frente e vendo a marca da sua mão no meu rosto, subi as escadas e bati a porta do meu quarto para que todos soubessem que eu não estava para conversas, entrei no banheiro e tomei um banho demorado e depois segui até o closet, coloquei as minhas meias calças, uma calça preta destroyed e um croped, arrumei os meus cabelos e saí pegando as chaves do meu carro e segui para o único lugar que eu sabia que a pessoa iria me entender naquele momento.

Estar de volta a Manhattan era um pouco diferente, depois de três semanas trancadas nos Hamptons, parecia que tudo tinha mudado na cidade, toquei a campainha e esperei com que alguém atendesse e ver uma Annia descabelada e com cara de sono parece que melhorou e muito o meu dia, pelo menos alguém parecia mais acabada do que eu.

— Mamãe está no escritório. – Avisou ela dando-me passagem para que eu entrasse. — Final do corredor, última porta a direita, bata antes de entrar, papai está em casa e você não querer pegar os dois em uma situação intima, os dois são piores que coelhos.

— Você tem mesmo 17 anos garotinha? – Perguntei e ela deu de ombros como se estivesse me respondendo que a sua idade não queria dizer nada e se jogou no sofá abraçando a almofada e fechando os seus olhos.

Segui no caminho que ela tinha me orientado e bati na porta ouvindo a voz doce me mandar entrar, zia Sasha estava cercada pelos seus materiais de desenho, mesmo com todos os equipamentos tecnológicos que tínhamos nos dias de hoje, ela ainda gostava de fazer as suas ilustrações a mão.

— Querida! – Exclamou zia Sasha levantando-se e vindo na minha direção, ela me abraçou e eu me senti muito mais acolhida do que quando estava em casa. — Não estava esperando a sua visita. Venha! Vamos até o jardim, está um dia muito bonito para ficar preso dentro de casa e como todas as minhas crianças estão fora de casa, apenas Annia que está jogada no sofá hibernando, adolescentes passam a maior parte do tempo dormindo e a outra metade reclamando que estão com fome.

Deixei com que ela me puxasse para fora, por mais que eu não gostasse muito de ficar ao sol, ela pediu um chá e algo para comermos e nós nos sentamos no jardim.

— Como estão as coisas em casa? – Perguntou ela fazendo com que eu suspirasse. — Pensei que fazer uma visita, mas, sabemos que Ivana não é a melhor anfitriã do mundo e eu não queria ser taxada como a enxerida e como eu sei como se trata o luto dentro da máfia, acho que esse era um momento apenas para vocês.

La Reina Del Máfia - Livro 1 - HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora