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Acordei com a barulho da porta rangendo, joguei o edredom em cima de mim e de Aurora, os rostos dos gêmeos apareceram no pequeno vão da porta e eu ergui a minha cabeça por cima de Aurora, ambos me olham com curiosidade e com os olhares cheios de perguntas.

- Vão para a cozinha que eu vou levar você para sair.

Sussurrei e os pequenos saíram correndo, encarei o corpo quente e nu colado no meu, igual ao dia que eu a levei para o quarto quando transamos pela primeira vez. Me levantei com cuidado para não acordar Aurora, vesti a minha calça, minha blusa e calcei os tênis.

Sem os botões da blusa social, minha barriga definida fica à mercê e isso me deixa um pouco incomodado pelos pequenos me verem na situação sem ao menos me conhecerem direito, mas sem outra alternativa abri a porta e fui para a cozinha onde os pequenos estão sentados nas banquetas, cada um com uma tigela pequena.

- O que vocês querem comer? - perguntei.

- Cereal - disse Caio com animação.

Peguei o cereal no armário e coloquei nas duas tigelas, abri a geladeira e peguei a caixa de leite e servi um pouco para cada um.  

- Para onde você vai levar a gente? - Elisa perguntou, enquanto mexia no cereal.

- Para a minha casa, onde vocês vão poder brincar muito e assistir a muitos filmes.

- Eba! - os dois gritaram juntos.

- Shiii, vai acordar a sua mãe. Se comerem tudo eu compro sorvete.

Os dois voltaram a comer e eu entrei no quarto de Aurora. Eu sabia que não ia fazer diferença se eu contasse alguma coisa agora, Aurora ia apenas falar algumas palavras sem sentido e depois que acorda não se lembrará de nada. Peguei a caneta e um bloco de nota e escrevi um recado, falando para onde ia levar os gêmeos e o código da cobertura.

- Vamos, crianças? - perguntei saindo do quarto.

- A mamãe vai com a gente? - perguntou Caio.

- Ela vai ficar descansando.

Vesti o meu sobretudo e peguei os meus pertences espalhados pela sala, abri a porta do apartamento e os gêmeos saíram por baixo do meu braço, tranquei a porta e joguei a chave por baixo da porta. Descemos as escadas e saímos do prédio, abri a porta de trás da BMW 320i, cada um se acomodou em uma cadeirinha e eu coloquei o cinto nos dois.

Não sei o motivo por eu ter comprado as duas cadeirinha, mas algo me fez querer comprar e quando eu comprei um sentimento enorme cresceu dentro de mim, igual eu estou sentindo agora, por levar Caio e Elisa, para conhecerem a casa onde eles foram concedidos.

- Por que me sinto assim? 

Falei para mim mesmo antes de entrar no carro, dei partida e fui para a avenida principal. Olhei pelo retrovisor e os gêmeos estavam brincando com as pelúcias que eles trouxeram. 

Entrei na garagem do prédio e estacionei na minha vaga, sai do carro e abri a porta de trás, tirando cada um dos pequenos para fora do carro, peguei o meu Mac e segurei a mão de Caio e Elisa, entramos no elevador.

- Você e a mamãe está namorando? - os dois me perguntaram.

Digitei o código da cobertura e me agachei para ficar na mesma altura dos gêmeos que me olham, esperando eu dar resposta a sua pergunta e as que estão por vir.

- É meio complicado, mas eu quero namorar com a mãe de vocês.

- Você vai ser nosso novo papai? - a pergunta de Caio fez um nó se formar na minha garganta.

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