Capítulo 4 - O desabrochar de uma flor 🌸

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Por um momento não estava acreditando no que ela tinha acabado de falar. Logo me fiz de desentendido:

— Como???

— Vamos lá você prometeu com o dedinho e tudo, promessa é dívida! Vamos lá vai ser divertido amiga, você já fez maquiagem antes? — Ela falou fazendo um beicinho com a boca.

— Claro que não! Por que faria?!

— Nossa não fique brava comigo, vamos lá se divertir um pouco juntas afinal isso não vai te machucar... vamos?

Eu suspirei um pouquinho e percebi que a Karen estava agindo muito meiga e isso me deixava muito excitado, não só o fato dela agir assim comigo, mas de alguma forma toda a situação me deixava de certo modo com um sentimento gostoso... será que sou um pervertido?

— Promessa é dívida, era o que minha mãe sempre me dizia... Ok, vamos logo, só espero que a maioria das outras colegas não veja...

Assim Karen enganchou no meu braço como se fossemos amigas de longa data e subimos as escadas até a entrada principal da empresa. Chegando lá para a minha sorte havia somente uma colega na fila e estava praticamente vazio. Fiquei um tempo "infinito" esperando na fila com a Karen e parecia que aquilo era uma eternidade... já falei que tenho problemas com ansiedade?

Quando chegou a nossa vez e a colega que estava sendo atendida se levantou da cadeira e, quando nos viu, deu um pulinho de alegria e fez algumas palminhas com as mãos de forma entusiasmada. Quando me sentei a Karen falou para a vendedora que estava aplicando a maquiagem:

— Ela se chama Julian, mas pode simplesmente chamar por Ju. Ela é uma garota muito tímida e não costuma usar maquiagem. Acho que combina para minha pequena amiga uns tons de rosa bem claro e nada muito chamativo, ok?

A atendente fez um gesto de "ok" com a mão e me olhou nos olhos:

— Olá menina parece que você não tem cuidado muito da sua pele, podemos começar conforme sua amiga sugeriu?

Simplesmente abanei a cabeça e ela começou o trabalho dela...

Realmente parecia que não havia fim, isso porque a Karen pediu algo bem simples. Eu me perguntava a todo momento o porquê de tantos processos e o porquê de tantos produtos para fazer uma simples maquiagem, aquilo parecia demorar horas. Após a moça prender meu cabelo com uma espécie de tiara de pano, ela não parava de mexer nos produtos e aplicar no meu rosto.

Despois de um certo tempo comecei a gostar daquela sensação, das texturas, daquele perfume e do sentimento de cada produto (que nem sabia o nome) encostando na minha pele. Cada parte do rosto era algo diferente, nas pálpebras, na bochecha, no pescoço e na testa..., mas quando ela começou a aplicar nos meus lábios aquilo me deixou maravilhado. Que sensação boa, juro se não o fizeram vocês têm que experimentar! E não venha com essa de masculinidade frágil, viu!?

Bom quando terminou e me olhei no espelho fiquei espantando com o que vi, na minha frente não parecia eu, parecia uma outra garota. Uma garota atraente, bonita e até estava a achando fofa também. Nos olhos daquela garota, havia aplicado um pouco de cores azuladas e esverdeadas bem suaves... os lábios estavam rosados como uma flor de cerejeira e de uma forma bem delicada... suas bochechas estavam um pouco mais coradas e no final... aquela garota estava quase derramando algumas lágrimas. A vendedora se atentou a isso e orgulhosa do próprio trabalho que havia feito, falou:

— Contenha suas lágrimas mocinha! Se não vai borrar o lápis e a maquiagem no seu olho.

Nisso começo a ouvir um monte de som de palmas pelo salão, eram aplausos. Assustado me viro para trás e vejo que praticamente todas as minhas colegas de trabalho estavam lá me assistindo, acho que estavam lá desde o início. Sabia que o pulinho da Isabel e aquelas palminhas estavam aprontando alguma coisa... Vendo todas minhas colegas aplaudindo esse momento, eu olhei para a Karen e, enquanto a abraçava, disse bem baixinho no ouvido dela:

Julian e a Flor de CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora