Julian e a Flor de Cerejeira

Capítulo 6 - O meu primeiro período

No dia seguinte acordo com a Karen no telefone, consegui escutar algumas coisas:

— Sim, quero um horário para mim e para minha amiga [...]

— Estou com um cartão de desconto e gostaria de saber quais os serviços incluídos [...]

— Ah está escrito nele "Promoção Super Divas" [...]

— Uhumm... Humm... Uhumm... [...]

— Pode marcar todos esses [...]

— Sim, meu nome é Karen e o dela é Julian [...]

— Ah ok, qual a data mais próxima mesmo?

— Humm, terça que vem? Não teria para sábado que vem?

— Ok, pode ser para 9 horas da manhã, no primeiro horário. Obrigada.

Ainda tentando acordar a mim mesma, a Karen vem até a mim me dando um abraço:

— Olá minha flor, como dormiu essa noite?

— Err.. dormi bem e você?

— Estou bem Ju! Tenho uma novidade para lhe contar...

— Ai... minha cabeça ainda doí [risos]... qual é a novidade?

— Você não adivinha! Acabei de ligar para o salão de beleza e marquei um horário para nós duas!

Nisso fiquei novamente atônico, as coisas estavam indo depressa demais e fiquei assustado novamente. Mesmo assim estava empolgado. Já tinha suspeitado que aquele telefonema era algo relacionado a isso e eu não queria acreditar. Assim a Karen continuou com um tom fofo e puxando o meu braço:

— Vamos amiga vai ser divertido! Você já foi à algum salão antes?

— Sim, claro que já fui, pode não parecer, mas de vez em quando eu corto meu cabelo sabia?

— [risos] Sim, mas agora é diferente. Por favorzinho faz por mim... faz?

Ela me olhou com olhos de gatinha e me derreti toda. Acenei com a cabeça consentido e ela começou a me agradecer e a rodopiar que nem uma criança. Assim começamos o nosso dia, nós duas fomos no banheiro para passar a água micelar para tirar a maquiagem, eu emprestei um pouco do meu produto para a Karen e realmente parecíamos duas amigas se cuidando no banheiro. Dessa vez meu rosto ficou menos marcado, será que é por causa que a Karen passou um pouco mais fraco que a vendedora? Ou será que eu já estava me acostumando? Após o banho ela novamente ofereceu para me maquiar enquanto ela se maquiava também. Recusei novamente e ela entendeu sem me pressionar, mas percebi que ela ficou um pouco chateada.

Enquanto estávamos tomando o café da manhã a Karen olhou para mim e me perguntou:

— Podemos repetir isso mais vezes?

Eu olhei para ela e me fiz de desentendido:

— Repetir o quê?

Ela inchou bochechinha dela novamente de forma fofa e continuou:

— Eu digo, o que fizemos ontem à noite, sua boba! Você gostou?

— Sim eu gostei bastante...

— Queria pedir um favor para você Ju...

— Opa, pode pedir Ka...

Assim o rosto dela ficou bem vermelho, pois era a primeira vez que eu a chamei de "Ka" e ao mesmo tempo que ela ficou com vergonha, ela tinha gostado. Por algum motivo, ela parecia que tinha mudado de ideia no que ia me pedir. No que ela começou a rodar o dedo indicador na mesa, como se estivesse discando naqueles telefones antigos, mas na verdade ela parecia relutante: