Capítulo 6 - Austin

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Austin - 17 de agosto de 2020

Fui tão idiota! Prometi a mim mesmo que nunca a magoaria, que seria uma pessoa boa pra ela, mais parece que não importa o quanto ando fico no mesmo lugar, ando em círculos. Eu sou um fudido de merda que tem medo de perder mais alguém, então as afasto porque assim é melhor. Você não vai perder ninguém se não tiver ninguém para perder. Lia é a coisa que mais importa na minha vida, não ia aguentar perdê-la também.

Mais então é isso?

Eu finjo que não gosto dela pro resto da minha vida? Porque perdi a única pessoa que se importava comigo. Ela é meu mar, o lugar pra onde eu vou pra descansar, a definição de casa pra mim é ela. Estar com ela e estar em casa! Agora eu destruí minha própria casa.

Dirijo sem rumo e me vejo em frente a sua casa, as luzes apagadas e a chuva caindo e batendo contra a janela - a janela que a alguns dias atrás eu teria que passar pra ficar com ela a noite toda.

Saiu do carro sem me importar com a chuva, me sento na calçada e levo as mãos a cabeça. Decidindo entre ir para alguns bar e acabar numa briga, ficar aqui sentado até que eu vire a chuva e entre em qualquer desses bueiros e morra lá dentro ou talvez eu possa subir pela árvores e bater de leve na janela dela, entrar no seu quarto e explicar tudo. Se ela me perdoasse eu ficaria abraçado com ela o resto da noite pedindo desculpa e falando como eu era idiota por quase ter perdido meu mar.

Escolho por ficar sentado na chuva até que os primeiros raios de sol saiam e eu parta com o carro.


15 de setembro de 2020

Pensei, pensei de verdade que as coisas não podiam ficar pior. Depois de algumas semanas eu me dei conta da burrice que fiz, eu e Amélia tínhamos uma coisa incomum um com o outro. O dia 15! Todos os dias 15 são uma bosta, a mãe dela morreu em um dia 15, eu perdi alguém no dia 15, eu terminei com ela no dia 15. Fui tão idiota, quero voltar atrás e retirar tudo, porque sinto falta dela e é difícil pensar que a um mês atrás eu me deliciava com seus beijos. A única coisa boa que o dia 15 me trouxe foi ela!

16 de novembro de 2020

Hoje é o aniversário dela! Ontem fez três messes que terminei com ela, me sinto tão mal. Tinha planejado como seria esse dia, eu iria buscá-la em casa então a levaria para a praia. Teria preparado uma noite especial e dormiriamos olhando as estrelas ao som do barulho do mar.

15 de agosto de 2021

O encontro com meu pai não foi dos piores, ele quer me levar para um dos seus escritórios em outra cidade. Ele sabe que eu quero na verdade estudar medicina, mais nunca ligou para isso, prefere que eu esteja protegendo criminosos.

Assim que saiu do café, vou até o cemitério. Não sei se espero vê-la, já faz um ano desde aquele dia, a dor ainda está aqui, a dor de perder as duas! Talvez eu aceite a proposta do meu pai e vá para outro lugar.

24 de novembro de 2021

Não pensei que pudesse vê-la de novo. Mais é ela escolhendo livros, são os mesmos olhos azuis, meu mar! Por um minuto meu coração para e não consigo desviar o olhar. Aquele cabelo castanho com cheiro de baunilha, a pele rosada pelo sol ela parecia a mesma pessoa e ainda assim diferente. Quero segurá-la em meus braços, sentir o mundo indo pros eixos, esquecer de tudo e só ser eu e ela.

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