Capítulo 2 - Monet

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"Monet morreu aos 86 anos de câncer de pulmão, em 1907 descobriu uma catarata, isso porque ficava com os olhos expostos ao sol por gostar de pintar ao ar livre em vários horários do dia, e diferentes épocas do ano. Em 1923, quase totalmente cego fez uma cirurgia de catarata e teve uma melhora... Monet nunca deixou de pintar!"

Sempre refleti sobre isso; a coisa que ele mais amava fazer o troxe a cegueira, e mesmo com sua visão diminuindo a sua paixão pela pintura aumentava! Gosto da arte, é uma forma bonita de se expressar, você consegue vê pelos olhos da pessoa que pintou e isso é tão fantástico. Quando criança eu amava pintar, uma vez ganhei de aniversário uma paleta de aquarelas, fiquei pintando tudo que via por um mês, tenho até hoje alguns dos meus desenhos.

Penso em começar a desenhar de novo enquanto meus olhos passam pela escrivaninha do meu novo quarto e param em algumas folhas em branco. São 8 e meia da manhã, chegamos a uns 20 minutos na casa de Lilian e ela acabou de sair desse quarto que, disse que preparou para mim na esperança de que um dia minha mãe me trouxesse para vê lá! O quarto foi pintado em tons de rosa bebê e a cama forada com uma colcha lilás.

De acordo com minha avó ela tinha esse quarto arrumado pra mim já faz alguns anos oque explica o cheiro de mofo.

Joguei minhas duas malas no chão e fui ate a janela, o vento passou pelo meu rosto acariciando minha pele e trazendo um cheiro de flores, olho pra baixo e vejo carros passando pela rua, não tinha pensado em muitas coisas nas últimas horas por que sabia que isso me deixaria na dúvida de se o que fiz foi o certo. Pra mim isso era errado! Não queria deixar minha mãe pra trás.

Me jogo na cama decidida a ter um momento de calma, meus ossos estão rígidos e estou alerta de todas as formas. Não me lembro como é dormir sem preocupações, e percebo que esse é o momento perfeito pra esquecer tudo e dormir, porque sinto que posso dormir por semanas, meses até anos.

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Frio. No começo é frio, você acha que vai congelar, mais então seu corpo se acostuma com aquela temperatura e você sente que poderia ficar ali para sempre. Não ouve gritos, nem lágrimas foram derramadas!

Era uma sensação boa, e a dor no meu peito diminuía a cada batida do meu coração, não me arrependi! Não sei se isso é bom ou ruim.

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Acordo com uma batida na porta, o suor frio escorrendo de meu rosto. As lembranças de uma noite que eu gostaria de esquecer vem na minha mente, isso sempre volta pra me assombrar!

- Amélia? - outra batida na porta.

Levanto da cama e vou até o banheiro, lavo meu rosto com a água fria da torneira, pego uma toalha em uma cômoda ao lado da porta e seco meu rosto.

- Oi. - digo para Lilian assim que abro a porta. Ela não parece ser muito velha, os cabelos castanhos iguais aos meus só tem alguns fios brancos, porém os olhos dela não são iguais aos meus, os olhos dela são de um castanho claro, já o meu são de um azul cor de céu. Todos diziam que eu tinha os mesmos olhos brilhantes do meu pai, todos diziam isso até minha mãe morrer! - eu estava... dormindo um pouco, a viajem me deixou exausta.

- Claro, só vim avisa-lá de que o almoço será servido em 15 minutos. - Lilian da um sorriso. - Eu e o seu avô queremos que você se sinta em casa Amélia, você passou por muita coisa e quero que saiba que pode se apoiar em nós.

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