1 mês depois
Amélia
Desde aquele dia, o medo que eu sinto por ele se tornou constante. Ele me trata de forma fria, e só me procura quando quer se satisfazer. Eu sinceramente me sinto uma prostituta, uma mulher que ele somente deposita o seu prazer, sem se preocupar com o meu. Nos dias que se passaram, o meu medo por ele se tornou algo absurdamente estranho. Eu me negava a acreditar que tinha sido ingênua a ponto de deixar-me enganar por esse homem que se diz meu marido, pouco mais de uma mês que estamos casados e ele já foi a pessoa que mais me feriu na vida.Saio dos meus pensamentos, com a porta sendo aberta de forma brusca e fechada da mesma forma. Sei que ele chegou e nem me dou ao trabalho de olhá-lo, sei que o olhar direcionado a mim será de nojo ou desprezo. Engraçado ele pensar assim, já que eu deveria me sentir assim depois de tudo o que houve. Paro com meus pensamentos e ideias absurdas, antes que o mesmo se irrite por nada, ou algo que fiz involuntariamente. Continuo calmamente a preparar o nosso desjejum que está quase pronto. Apesar de tudo o que aconteceu, sei que Gael gosta da minha comida e eu uso isso a meu favor quando posso. Hoje faço um delicioso caldo de galinha, com alguns legumes no fogão a lenha. Tiro a panela do fogo e me viro, assusto-me ao perceber que o mesmo está parado me olhando como se eu fosse um delicioso pedaço de carne. Me sinto acuada, mas sei que não há nada que eu possa fazer, ele sempre me toma eu querendo ou não e logo depois me deixa sozinha me sentindo usada como uma prostituta. Devo confessar que mesmo me usando e não se preocupando com meu prazer, ele não me bateu mais e já me sinto muito grata por isso.
Coloco a mesa e o mesmo senta sem dizer uma palavra, se serve e começa a comer. Eu também me sento, mas confesso que não sinto vontade de comer ultimamente. Algo parece que não me fez bem e já faz umas duas semanas que me sinto assim.
- Não vai comer? - Sua voz grave interrompe o silêncio de forma calma e direta.
- Eu não estou com fome... - Digo vagamente.
- Venho percebendo que essa semana você não vem comendo bem... - Coça sua barba de maneira sugestiva.
- Eu não sinto fome. - Afirmo mais uma vez.
- Só não me venha passar mal depois. - Diz de forma rude e volta a comer.
Eu apenas o observo comer sentindo uma sensação ruim, mas não dele, é da minha própria comida. Isso nunca havia acontecido antes, será que estou doente? Começam a surgir diversos questionamentos em minha cabeça. Nesse intervalo, Gael acaba o desjejum e se levanta de maneira brusca, e eu rapidamente me levanto em sua direção para recolher os pratos e organizar a mesa, mas no meio do caminho sinto uma tontura e apago.
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Desperto sem saber ao certo o que houve. Abro os olhos e me deparo com Gael com uma expressão um tanto quanto diferente, me parece preocupada e com medo. Percebo que estou em nossa cama, ele deve ter me trago nos braços, já que desmaiei na cozinha.
- Como você está? Está se sentindo bem? - Me avalia com um olhar preocupado.
- O que houve? - sussurro.
- Você se levantou e do nada caiu. Eu te trouxe pra cá para ficar mais confortável, sorte sua que você não bateu a cabeça. O que você sentiu antes de desmaiar? - Indaga curioso.
- Eu me senti ton..... - Paro bruscamente no meio da frase. - Ahh meu Deus, não pode ser!!! - Começo a me desesperar.
- O que foi Amélia? - Questiona preocupado.
Senhor, ele vai me matar!!!!!!!! Devo estar enganada, não pode ser, não pode ser!!!!
Flashbacks de quando minha mãe me explicou anos antes em uma conversa que tivemos vem em minha mente. Em um dos raros momentos de felicidade que tive ao lado dela.
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Romance* Capa provisória.ñ * Minha primeira história desse gênero, espero que gostem. * Não sou escritora profissional. * História totalmente autoqqqqral. Q #1e 11ªq ásm romancedeépoca em 12/03/2022