Amelia
Não sei ao certo quanto tempo se passa, mas permanecemos admirando o pequeno ser que acabou de chegar ao mundo. Gael permanece com os olhos fissurados no pequeno bebê que agora mama vorazmente em meu seio. Confesso que é um pouco desconfortável, mas é tão maravilhoso saber que meu corpo produz alimento pra ele.
- Nunca pensei que o dia de hoje seria algo pra comemorar... - Ouço Gael dizer.
- Porque? - Sussurro confusa, mas ainda alimentando o pequeno Ravi.
- Hoje é meu aniversário... - Diz acariciando a cabeça do pequeno.
Fico muda e sem saber o que dizer.
- Eu sou pai... Pela primeira vez na vida o dia de hoje se tornou um dia feliz. - Diz vagamente.
- Quantos anos você está fazendo? - Digo curiosa.
- 30. - Completa.
Agora que eu percebo que a nossa diferença de idade é grande. Fiz 18 anos a alguns meses atrás e Gael está fazendo 30!
- Meus parabéns! Lamento não ter algo para te dar hoje, mas eu realmente não sabia. - Digo envergonhada.
- Você já me deu a coisa mais importante que alguém poderia me dar... - Diz agora olhando para mim.
- Um filho? - Indago.
- Não só isso Amélia, uma família... A nossa família... - Diz emocionado voltando a olhar para o pequeno Ravi.
Eu não digo nada, não tenho o que dizer. Esse sem dúvidas é o dia mais feliz da minha vida.
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Algumas horas depois:
A neve continua a cair rigorosamente lá fora, mas agora eu e o bebê estamos limpos e bem. Pouco depois de Ravi nascer, a neve desobstruiu a passagem e Gael foi correndo chamar a parteira, mesmo com medo de nos deixar. A senhora gentil me disse que meu marido fez um excelente trabalho e que eu e o bebê estávamos bem. Terminou de retirar o resto da placenta e me ajudou a me limpar e a limpar o bebê, claro que tudo sobre o olhar atento do mais novo papai. Já faz algum tempo que ela foi e agora Ravi está dormindo no berço que o pai construiu, deu pra ver os olhos dele brilhando ao ver o filho usufruindo daquilo que o mesmo fez, já é noite, mas ainda não dormimos e nem descansamos, só ficamos admirando o pequeno ser.
- Amor, não quer deitar? - Diz Gael entrando de volta no quarto, ao me ver parada em pé.
- Admito que estou cansada, mas eu tenho medo de quando acordar tudo isso ser um sonho. - Digo suspirando.
- Não é, prometo que quando acordar ele ainda vai estar aqui.
- Promete?
- Prometo. Agora já pra cama amor, passou a madrugada em trabalho de parto e seu corpo necessita de descanso. - Diz sério, mas com carinho na voz.
- Você também não dormiu nada, como pretende trabalhar assim? - Rebato.
- Se a neve der trégua eu vou, mas isso não é importante agora.
- Vem deitar comigo, ele tá dormindo... - Digo me aproximando dele e rodeando os meus braços em sua cintura.
- O que eu não faço por você pequena. - Beija minha testa e me leva em direção a nosso quarto. Deito e apago, realmente estava cansada.
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Acordo com um chorinho baixo vindo do quarto ao lado, ainda é noite e parece que eu não dormi nada. Gael está em sono profundo e não percebe quando eu saio da cama. Uma coisa que eu esqueci de falar é que eu estou sangrando a parteira disse que é normal, mas me causa um leve desconforto. Sigo em direção ao quarto do bebê. Lá está ele todo vermelho e encolhido no berço. O pego do berço e me sento em uma cadeira que Gael fez para amamentar. O pequeno já procura meu seio e quando o acha, começa a sugar de forma voraz e dolorosa.
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Romance* Capa provisória.ñ * Minha primeira história desse gênero, espero que gostem. * Não sou escritora profissional. * História totalmente autoqqqqral. Q #1e 11ªq ásm romancedeépoca em 12/03/2022