Epílogo

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Algum tempo depois...
Gael

Eu nunca pensei que pudesse ser tão feliz como sou agora. Quando me casei com Amélia confesso que fui um homem rude e de pior espécie. Eu estava ferido, rancoroso e com medo ds rejeição. Sei que Amélia não tem culpa do que passei, mas eu era cego de mais pra perceber isso. Ainda me lembro como se fosse ontem quando eu descobri que ia ser pai, a felicidade me tomou e eu jurei mudar pelo pequeno serzinho que crescia no ventre da mulher que eu tanto maltratei. Ver a evolução da gravidez, como ela se sentia, a maneira que ela tratava o bebê mesmo em meio a violência que sofreu vinda de mim, me fez mudar porque eu queria ser melhor pra eles, eu queria ser melhor do que foram pra mim. O parto do meu primogênito, foi desesperador, mas ao mesmo tempo foi um marco em nossas vidas. Eu enfim tinha uma família, e o pequeno ser que chorava em meus braços era a prova viva disso, ele era minha cara, bem ainda é... Cinco anos que eu me tornei pai do pequeno Ravi,  cinco anos que eu agradeço à Deus por ter me dado a Amélia. Por falar nela, ainda permanece a mesma mulher de antes, calma, paciente e amorosa comigo e nossos outros filhos Gael e Théo. Sim, eu consegui engravidá-la de novo depois que Gael nasceu, e 1 ano e meio depois do nascimento do nosso segundo filho chegava o pequeno Théo.

Ouço pequenos passos vindos em minha direção e já sei quem é...

- Fugindo das responsabilidades? - Diz divertida ao parar na porta do nosso quarto.

Rapidamente me levanto e sigo em sua direção depositando minhas mãos na sua barriga proeminente de 6 meses. Sim, em breve teremos mais um bebê. Achei que tinhamos parado em Théo após Amélia me encurralar dizendo que eu não ia mais engravidá-la e bem... Aqui estamos pouco mais de 2 anos depois do último, esperando ansiosamente por mais um bebê.

- Não pequena, estava pensando em como minha vida mudou depois de ter te conhecido. - Digo calmamente acariciando sua barriga.

- A nossa Gael, a nossa... - Diz calma me olhando.

- Será que vem uma meninha aí? - Digo esperançoso, mesmo depois de três gestações de meninos ainda tenho esperanças de ter uma menina.

- Você sabe que não amor... - Diz carinhosa. - Eu tenho o dom de dar luz a cópias do meu marido... Isso inclui o sexo do bebês... - Diz risonha.

Solto uma gargalhada. Ela realmente tem razão, por mais que eu tente dizer que os meninos se pareçam com ela, não há quem não veja as semelhanças deles comigo. Na realidade, os três são espelhos meus de quando eu era mais novo.

- Deixa eu me iludir vai... - Digo beijando sua testa.

Não demora e ouço passos apressados pela casa.

- Papai! - Ouço a voz animada e infantil do meu primogênito, que assim que entra no quarto corre animada em minha direção.

Me desprendo de Amélia e rapidamente pego meu garotão nos meus braços.

- Que foi garotão? - Digo assim que o pego.

- Mamãe tava te proculando, você disse que era pla eu cuidar da mamãe e do meu irmãozinho.

- Você fez bem garotão, mas a mamãe já achou o papai. - Digo enquanto mexo em seus cabelos negros.

- Eu sou um homi já, eu tenho que proteger a mamãe e o meu irmãozinho. - Diz com sua vozinha infantil.

- Tá bom filho, agora pode voltar a brincar que o papai vai cuidar da mamãe do irmãozinho. - Digo o colocando novamente no chão e vejo ele rapidamente correr em direção ao quintal pra brincar.

- Até suas manias você quer que ele tenha... Já não basta ser sua cara.- Ouço Amélia murmurar sentada na poltrona que eu estava a poucos minutos atrás.

Solto uma gargalhada alta e caminho em sua direção me ajoelhando em sua frente.

- Tenho que prepará-lo para cuidar de você e da bebê. - Digo divertido acariciando sua barriga, sentindo os pequenos movimentos do bebê.

- Eu já te disse que é outro menino Gael, não se iluda...  - Diz observando os movimentos que eu faço com a mão em sua barriga

- Se for outro menino tentamos de novo na próxima, uma hora vem uma menina. - Digo brincando com ela, afinal eu sei que ela não quer mais outro bebê.

- Deus que me livre! - Diz um tanto quanto exagerada.

- Não quero mais nenhum bebê, a promessa era pararmos no segundo filho, mas aqui estamos a espera do quarto filho... - Diz risonha também.

Nessa hora sinto outro chute e sorrio.

- Sabe que eu não me canso nunca de sentir isso? - Digo com os olhos vidrados em sua barriga.

- Sentir o que? - Diz confusa.

- O bebê. Mesmo sendo a quarta vez, eu sempre me empolgo como se fosse a primeira. Eu nunca me canso da sensação...

- Aproveita porque vai ser a última, e dessa vez eu estou falando a verdade, nem que pra isso eu tenha que te colocar de castigo. - Diz retirando as minhas mãos calmamente de sua barriga.

- Castigo? - Murmuro receoso. Da última vez que enttei de castigo por causa que ela não queria mais filhos depois do Gael, eu fiquei três meses tendo que me saciar com a mão.

- Isso mesmo que você está pensando. - Diz maliciosa.

- Não precisa disso pequena, esse é o último. - Digo rapidamente.

- Que bom que temos uma acordo! - Sorri levantando e me deixando sozinho no nosso quarto.

Rio sozinho, mesmo depois de cinco anos ela ainda sabe como me dobrar rapidamente, claro que eu adoraria mais bebês pra cuidar, mas quatro estão de bom tamanho.

Após alguns minutos pensando nisso, saio do quarto e sigo em direção ao jardim. A cena que me deparo é de tirar o fôlego. Amélia está sentada na grama com as mãos em sua barriga, enquanto Ravi, Gael e Théo estão brincando de pega a pega. Claro que Théo ainda é meio devagar nas brincadeiras, mas mesmo assim não deixa de participar. Calmamente me aproximo de Amélia e me sento atrás dela a puxando pros meus braços e a abraçando.

- Eles são perfeitos não são? - Murmura ao apoiar sua cabeça em meu peito.

- São, como a mãe... - Digo beijando sua testa.

- Algo eles tinham que se parecer comigo não acha? - Diz brincalhona.

- Espero que esse bebê se pareça totalmente com você...

- Eu sei que não vai Gael, mas só por ser um pedacinho do nosso amor que ganhou vida, eu já me sinto mais que satisfeita...

- Eu te amo... -  Sussurro em seu ouvido.

- Eu também te amo..

E ali, eu vivo o resto dos meus dias. No nosso paraíso particular....

Fim....

MarcadoOnde histórias criam vida. Descubra agora