O ônibus de linha imprimia um ritmo suave, eu observava tranquilamente as pessoas a minha volta. A mãe com o filho no colo, o estudante tentando absorver a matéria para talvez ir bem na prova, o imbecil de pé tentando se esfregar nas mulheres que passavam.
Homens.
A gente gosta, mas por quê? E tem quem diga que orientação sexual é questão de escolha... Tsc tsc tsc.
- Calor né? - me pergunta um senhor que está sentado ao meu lado.
- Gosto do calor... - é minha resposta. Ele, se me observar vera apenas uma mulher de cabelos curtos, vermelhos e encaracolados metida num longo preto e branco de alças, as pontas dos sapatos pra fora, indo ao mercado talvez... Mas ahhhhh como ele estaria enganado.
Chego no ponto e desço. Caminho, saltos batendo na calçada, sem pressa. Tenho tempo.
Chego ao hotel e confirmo minha reserva, dou meu nome e subo.
Dispo meu vestido e me olho no espelho. Botas acima do joelho, corselete preto amarrado na frente, com taxas. Um fita no pescoço. A calcinha, que é aberta entre as pernas, está no lugar. Ajeito o cabelo e me sento, chicote na mão, algemas na cama, o vibrador mais longo do que grosso a postos ao lado do lubrificante. Estou pronta.
Só falta ele.
Ah Gabriel... Meu o quê? Meu amigo? É... Meu amigo. Sempre foi, sempre. Sempre esteve ao meu lado, anos de amizade, anos de confidências. O tesão surgiu faz tempo e hoje, ahhhh hoje.... Hoje nós iríamos dar um jeito nisso.
15:34. Batem na porta. Eu levanto e abro.
- Está atrasado.
- Nem cinco minutos. - olho pra ele, alto, bonito, forte e ousado. E meu para eu fazer o que eu quisesse hoje. Finalmente.
- "nem cinco minutos" você diz. Eu digo que é uma falta de respeito.
- Eu não acho.
Uma chicotada na coxa por cima da calça.
- Não me importa o que você acha. Tire sua roupa.
Ele tira em silêncio. Estou novamente sentada, esperando. Gabriel está apenas de cueca, a cueca box preta. Já está ereto, posso ver.
- Tudo.
Ele obedece, como não obedeceria?
Mostro a cama para ele sem falar, o silêncio quebrado apenas pela nossa respiração. Ele se deita, me olhando nos olhos, esperando.
- Vamos estabelecer algumas regras: você está aqui para o meu prazer, eu vou usar seu corpo como eu quiser, você só fala se eu mandar e quando eu mandar e pra garantir que você não olhe nos olhos da sua Senhora, coloque isso agora.
Entrego uma venda de cetim a ele que coloca rapidamente.
- Você me entendeu? Responda.
- Sim
Outra chicotada na coxa, agora nua
- Sim o quê?
- Sim Camila.
- Camila? - duas chicotadas agora, uma em cada coxa, ele geme em silêncio. - É Madame Ka. Você entendeu? Responda.
- Sim Madame Ka.
- Ótimo. - subo na cama e prendo os pulsos dele na cabeceira da cama. Está bem justo.
Sento no peito dele, as pernas abertas, e o beijo na boca. Um beijo lento, quente, carregado do nosso tesão. Ele me beija de volta e eu desço pelo seu pescoço, mordendo... Arranhando... Peito, braços, abdômen. Não toco o pau duro dele ainda, passo para as coxas, a língua traçando as marcas que eu havia deixado. Eu o masturbo e o ouço gemer. Aperto com um pouco mais do que o necessário de força.
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Refrão Sobre Nós
Cerita PendekDurante o econtro anual de um grupo de amigas, uma troca de confidências sexuais deixa claro que apesar de muito diferentes, elas tem muito em comum: desejos, frustrações, anseios, medos. Estão falando sobre elas, mas poderia ser sobre todas nós.