Capitulo 6

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Allegra abriu os olhos imediatamente ao escutar um barulho atrás da sua janela, como seu apartamento ficava nos fundos normalmente ela escutava pessoas conversando ou até mesmo estacionando, nada parecido como agora.

Calçou suas pantufas e correu até a janela, abriu e colocou a cabeça para fora, vendo o exato momento em que viu Daniel jogar a bicicleta no lixo, estressado. Não pensou muito e vestiu o casaco, saindo de casa apressadamente.

– Ei, Daniel! O que houve?

Não se aproximou tentando ao máximo respeitar o espaço dele, Lucille chegou logo depois e tentou acalmar o garoto.

– Não ligo pra essa bicicleta idiota! — gritou na direção da mãe, Allegra abraçou o seu próprio corpo assistindo a cena de longe – Eu quero voltar pra Nova Jersey, odeio tudo aqui.

– Você ainda não disse o que aconteceu — sussurrou alto o suficiente para Daniel escutar.

– E precisa!? Olha o meu estado.

– Precisa.

– Johnny e o seu grupinho me derrubaram morro a baixo, Allegra. Foi isso — gritou exasperado.

– Que idiotas! Eu vou resolver isso.

Moore seguiu até o lixo e pegou a bicicleta de Daniel, não estava tão ruim, só muito amassada do lado. A morena montou e tentou se equilibrar, tirou as pantufas para ser mais fácil e tentou tranquilizar a respiração.

– Sai daí sua louca, você nem sabe andar de bicicleta.

– É hoje que eu aprendo — movimentou os pés e tentou se equilibrar, falhando miseravelmente e caindo para o lado.

– Já passou das oito e você está com um pijama de ursinho.

– Não é muito diferente das minhas roupas.

Finalizou a conversa e voltou a pedalar, deixando para trás o seu apartamento enquanto pedalava toda torta. Reseda não era o bairro mais seguro de Los Angeles, ela pedalou sentindo o medo dominar o seu corpo.

Demorou alguns minutos para chegar no outro bairro, onde Johnny morava. Não lembrava de ser tão longe, talvez seja porque eles iam sempre de carro, ela pedalava igu uma tartaruga manca.

– Uii, que frio... — resmungou e estacionou a bicicleta de qualquer jeito, abraçou o seu corpo novamente e olhou para os dois lados, vendo se não tinha ninguém em volta. Pisou no gramado e soltou um gritinho fino já que estava descalça e a grama molhada e gelada.

Moore pulou o muro e seguiu até o quarto do Johnny, que ficava na terceira janela atrás da casa. Allegra pegou uma pedra pequena e jogou na sacada, como ele não apareceu ela começou a jogar uma trás da outra.

– O que você tá' fazendo aqui?

– Johnny Lawrence, desça aqui agora.

– Sabe que se eu chamar a minha mãe ela te coloca pra correr né?

A garota colocou o cabelo para trás da orelha, levou as mãos até a cintura e encarou o loiro lá em cima.

– Talvez eu possa contar as coisas que você faz escondido dela, como quiser — sorriu de lado.

Sentou no banquinho perto da piscina e esperou o ex namorado, não deixando de reparar na mudança de algumas coisas naquela área.

– Virou babá daquele garoto?

– Você podia ter matado ele.

– Foram só alguns arranhões, por que ele aumenta tudo?

– Eu não me importo, Johnny. Só quero que deixe ele em paz! Isso tá ficando ridículo.

– Ele me provoca e depois vai correndo pra você proteger ele.

– Eu não vou discutir isso contigo. Só estou te pedindo para largar do pé dele. Daniel não vai te procurar — Johnny jogou a cabeça pra trás rindo.

– Você ainda fica batendo o pé quando está estressada.

– Idiota — deu as costas pra ele e começou a caminhar até a saída – Abre o portão pra mim, por favor? Não quero pular de novo.

Lawrence se aproximou e abriu o portão com a chave reserva.

– Não vou me meter com ele, por você. Mas se ele tentar qualquer coisa eu vou esquecer essa nossa conversa.

– Tudo bem, Johnny. Agradeço.

– Quer uma carona?

– Você sabe que não!! — subiu na bicicleta e tentou se equilibrar, virou o rosto na direção do loiro.

– Não se esqueça do psicopata da casa vermelha, hein.

– Deixa de ser babaca — tentou esconder o riso e começou a dirigir na direção oposta.

calm in the midst of madness; dlOnde histórias criam vida. Descubra agora