Capítulo 2 - Daniel

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PLÁGIO É CRIME. 


Fiquei olhando para aquela pirralha em minha frente e tentando entender aquela conversa maluca. Se bem que só pelo nome da minha querida irmãzinha estar envolvida, boa coisa que não poderia ser.

Pigarrei para chamar a atenção da menina, já que seus olhos estavam vidrados em meu tórax, e logo seu olhar encontrou o meu. Fiquei alguns segundos meio perdido, contemplando seu rosto. Um rosto inocente, porém muito bonito. Parei de divagar e encarei a pequena intrusa.

– Desculpe, mas esqueci seu nome.

– Beatriz, mas pode me chamar de Bia.

– Beatriz – frisei bem nome dela. Não tinha intimidade nenhuma para chamá-la de apelido. Menina oferecida. Pensei comigo mesmo e continuei – Só para saber se estou entendendo, minha irmã Clarissa alugou para você parte do MEU apartamento e agora terei que aturar uma pirralha aqui esbarrando comigo e atrapalhando minha privacidade, é isso? Porque se for, pode dar meia volta pois isso não acontecerá mesmo.

Cruzei os braços no peito para me impor em relação àquela criatura minúscula.

O rosto da garota assumiu um tom de vermelho vivo, sorri, pois, hoje em dia era difícil ver alguma garota corando. Porém só a hora que meus olhos encontraram os seus é que vi a realidade, o rosto dela transformado em uma máscara de raiva e não de vergonha.

Ela abriu a boca algumas vezes parecendo um peixe fora d'água, como se não conseguisse formar frases coerentes e tenho que confessar, fiquei ainda mais feliz em conseguir tirar aquela garota dos eixos. Não me pergunte por quê, mas sentia uma necessidade imensa de tirar aquele sorriso alegre de seu rosto desde a hora que veio me cumprimentar.

Uma coisa que me irrita profundamente são pessoas felizes sem motivo.

- O senhor é bem diferente de sua irmã. Mesmo conversando com ela somente por telefone e email, Clarissa sempre pareceu ser educada ao contrário de você.

– Não me chame de senhor. Pode me chamar de Daniel.

– Chamo de senhor sim. O senhor está se mostrando tão rabugento que já deve ter idade para ser meu avô.

– Escuta aqui pirralha. Quem você acha que é para chegar no MEU apartamento e ficar me ofendendo. Eu deveria te colocar para fora daqui a pontapés. Sua sorte é que eu não maltrato as mulheres.

Ela riu debochada.

– Não acredito que você saiba tratar bem uma mulher. Se bem que se as mulheres na qual se refere for da sua laia já consigo até imaginar como devem ser.

Essa menina definitivamente estava tentando me irritar.

– Olha aqui pequena criatura irritante, é melhor você sumir da minha frente antes que eu esqueça minha boa educação.

– Que boa educação? Desde a hora que entrei você está sendo mal educado, mal humorado e rabugento. Um homem tão bonito que infelizmente é só uma casca.

Torci meus lábios em um sorriso.

– Então você me acha um homem muito bonito?

Agora ela corou. Sabia que mulher nenhuma era imune a mim, nem essa pirralha. Só que não durou muito. Logo seu semblante tornou-se raivoso novamente e jurei que ela iria me bater.

Porém ela respirou fundo, tentando acalmar sua respiração e creio que os seus nervos também. Quando voltou a falar seu tom estava falsamente calmo e em um tom baixo que me deu até um arrepio.

– Olha Daniel – falou meu nome com desgosto – eu estou vindo de outra cidade. Nos meus planos estava: uma chegada tranquila; ser recepcionada por uma MULHER, que na qual seria a IRMÃ de Clarissa. Nós tornaríamos amigas. Dividiríamos um pote de sorvete em dias de TPM, falaríamos de homens, assistiríamos filmes de romances água com açúcar. Enfim, eu também não estou nem um pouco feliz em chegar aqui e ver todos meus planos se tornarem inexistentes. Porém eu não tenho alternativa, vou ter que ficar e me acostumar com essa nova situação. Te aconselho a fazer o mesmo.

– Pois eu não tenho que me acostumar com situação nova nenhuma. Você por favor, dê meia volta e suma do MEU apartamento.

Terminei a frase quase gritando.

Foi aí que enfrentei a fúria da pequena criatura parada em minha sala. A pirralha ficou mais vermelha do que já estava e olhou-me ódio.

– Quer você queira ou não já paguei o aluguel deste mês, correspondente à metade deste apartamento então tenho TODO o direito de ficar na minha metade e ninguém irá me impedir. Estamos entendidos senhor mal educado.

A senhorita irritadinha finalizou seu discurso com a mão na cintura e arqueando uma sobrancelha perfeitamente desenhada. Não que eu estivesse reparando, mas enfim, com aquele gesto ela estava definitivamente me desafiando.

Dei uma olhada de cima a baixo e até que aquela pirralha era ajeitadinha, usava uma calça jeans que abraçava suas belas coxas e sua cinturinha era fina e bem definida. Seus cabelos estavam soltos e desciam por suas costas em uma cascata dourada. Era baixinha. Com certeza uns dez centímetros abaixo da minha altura. Como eu disse uma pequena pirralha.

Os olhos dela pareciam dois chocolates quentes me encarando. Os lábios carnudos e vermelhos me pediam para deixá-los inchados de tanto beijar. Mas logo dei um jeito de afastar esses pensamentos, afinal ela estava ali como uma arqui-inimiga, e não como uma conquista. Foco Daniel.

Fiquei curioso para ver sua parte traseira, mas não precisei me corroer muito, pois a atrevida irritante pegou sua mala e passou por mim em direção ao corredor como um pequeno foguete, e antes mesmo que eu pudesse avisar, ela abriu a porta do meu quarto. Vi o exato momento em que ela ficou petrificada e não pude deixar de rir. Quem mandou ser intrometida. Com aquela cara de menina puritana, com certeza ficará horrorizada.

Mas, antes de tomar alguma providência para socorrer a pobre garota enxerida, dei uma verificada no seu traseiro que mesmo pequeno era belo e bem redondo, daria para encher minhas mãos ali com prazer. Fui caminhando até lá. Quem sabe agora ela se assuste e saia correndo daqui.  

*DEGUSTAÇÃO*  Minha Vida ao Seu Lado - Série Escolhas- Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora