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JULIE MOLINA

Não falo com Nick desde o dia da briga no
meio da escola. Sempre que tento ir até ele, ele foge de mim ou finge que eu não existo, e a conversa que ele falou que iriamos ter nunca aconteceu.

Nick não está nada errado por estar fazendo isso. Eu mereço cada ato e palavra que ele está fazendo contra mim, e acho que por agora, o melhor que posso fazer é dar um tempo a ele, e eu acho que é isso que está acontecendo, estamos dando um tempo.

Meus pais me avisaram de última hora que hoje iriamos jantar na casa dos Patterson. Vai ser a segunda vez que iremos jantar com a familia do Luke, com o pai dele, no caso.

Meu pai já está me gritando para irmos logo então calço meu salto alto com pressa e desco as escadas. Minha mãe logo vem até mim e me elogia pelo visual de hoje. Estou vestindo um vestido preto curto de tecido fino com um pequeno decote nos seios, que da um toque de sensualidade, mas sem ser vulgar.

Não sei como será esta noite. Faz dois dias que Luke me fez gozar, e desde então não  falei ou vi ele na escola, o que é ótimo no meu ponto de vista, assim coisas ruins não podem acontecer. Mas o que eu vou fazer quando ficar cara a cara com ele durante um jantar inteiro?

Enquanto atravessamos a rua, consigo
sentir o vento frio batendo em minha pele, o que faz eu me arrepiar, mas não ao ponto de eu começar a passar frio, já que são apenas alguns passos até a casa dos vizinhos.

- Mas que família mais bonita, entrem, sejam bem vindos- Diz o Sr. Patterson ao nos atender pessoalmente em sua casa.

- Mitch, que prazer revê-lo, não podia esperar para provarmos mais alguns daqueles vinhos- Meu pai o cumprimenta.

Nós entramos na casa e nos sentamos na sala dele.

A casa da família Patterson não é tão diferente
da nossa, as duas provavelmente foram
feitas pelo mesmo arquiteto. Entretanto,
as decorações se diferenciam bastante.
Aqui a decoração é bem mais masculina
que na minha casa, mas os vasos de rosas
vermelhas e as cortinas claras deixam claro que uma mulher já havia morado aqui.

Luke logo aparece, praticamente do mesmo jeito que o vi na minha casa quando a família dele jantou lá. Ele está com o cabelo penteado e organizado, com uma blusa de botões preta que o deixa ainda mais bonito, e uma calça jeans, que deixa claro quem ele realmente é, mas ainda assim ele continua diferente.

Ele cumprimenta meus pais primeiro e
depois chaga até mim. Eu me levanto do
sofá e fico de frente para ele.

- Kyle - Digo estendendo a mão.

Quero parecer o mais distante dele possível. Depois do que aconteceu no trocador, eu não quero nem chegar perto dele, já chega, isso já foi longe demais.

- Por favor Julie, nós somos amigos, me de
um verdadeiro abraço- Ele diz já levando
suas grandes mãos as minhas costas.

- Isso mesmo Kyle - Meu pai concorda.

- Onde é que estão aquelas duas crianças
que não se desgrudavam hora nenhuma?

- Nós não somos mais crianças pai- Digo.

Luke dá de ombros e me abraça. Nossos
corpos se chocam tão forte que dou um
passo para trás para não cair, e ele aproveita a situação.

- Opa! Não vai cair- Suas mãos descem mais as minhas costas para me segurar e acabam chegando na curva da minha bunda, onde ele da uma leve pressionada.

- Está tudo bem- Eu o empurro.- Eu não ia
cair.

Luke me olha convencido e se senta
no sofá a minha frente. Durante toda a
conversa, ele me olha como se fosse me
atacar ali mesmo. Sua cabeça vai de um
lado para o outro me analisando como se eu fosse um trabalho seu inacabado. Eu cruzo as pernas incomodada com a situação, não posso vê-lo me olhando assim, então tento o ignorar durante o tempo todo, mas fica impossível quando ele deixa seus desejos tão óbvios assim.

Eu abaixo minha mão e a deixo em uma
altura que nossos pais não possam ver, então mostro meu dedo do meio para ele,
que ri e não da muita importância.

- A comida está pronta- Um dos empregados avisa.

- A melhor hora da noite- Mitch diz de maneira exagerada como piada.

Todos rimos e vamos até a mesa. A mesa
foi feita apenas pra cinco pessoas, que é
em quantas pessoas estamos. Nossos pais se sentam primeiro, e infelizmente Luke e eu acabamos nos sentando nas cadeiras restantes, um ao lado do outro.

- E então Kyle, como está indo sua
adaptação de volta a nossa cidade?- Meu
pai o pergunta enquanto mastiga um pedaço de carne.

- Na verdade está sendo muito fácil Sr. Molina, ainda mais quando tenho Julie me ajudando a me dar bem com o pessoal da escola- Ele responde.

Respiro fundo quando começo a sentir suas mãos na parte inferior a minha coxa me massageando.

- Que bom que a Julie está te ajudando, não
sabia disso.

- Ah, está sim, ela está me recebendo sempre de coração aberto lá na escola- Ele diz tocando os dedos longos sobre minha calcinha.

No momento que meu pai se vira para Mitch para falar sobre nós, Luke se curva até mim e sussurra em meu ouvido.- E as vezes até mesmo as pernas.

Olho para ele querendo o matar agora
mesmo. Levo minhas mãos até as dele,
tentando o tirar do meio das minhas pernas, mas quando seguro seu braço, seus dedos encontram meu clitóris, e minhas costas se arqueiam fazendo todos olhar para nós, mas mesmo assim, Luke continua me massageando.

- Julie, você está bem?- Minha mãe pergunta.

- Estou sim, só havia me engasgado. Com
licença, eu vou ao banheiro.

Me levanto da cadeira e arrumo meu vestido olhando feio para Luke.

- Kyle, a acompanhe até banheiro- Diz
Mitch.

- Não é necessário Sr. Patterson, tenho certeza
de que me lembro do caminho.

- Pelo jeito que você disse tenho certeza que não se lembra- Ele ri.- É bom que Kyle já aproveita para te mostrar as fotos de vocês juntos, agora vão e deixe os adultos trabalharem, nós temos negócios a tratar.

E novamente Mitch ri, mas eu não. Estou com medo do que pode acontecer se eu ficar sozinho com ele de novo. E que assuntos eles teriam a tratar? Estão negociando novamente? Agora vamos nos ver nos fins de semana também? Não acredito que isto está acontecendo.

- Negócios?- Pergunto antes de sair.

- Exatamente, não é maravilhoso?- Meu pai
responde.

- É sim, que ótimas notícias- Digo e subo as escadas.

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