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JULIE MOLINA

A chuva estava tão forte que eu mal
conseguia escutar a minha própria voz
xingando meu celular sem bateria para
ligar para alguém vir me buscar.

Fiquei na escola até tarde terminando
alguns trabalhos que deixei pra a última
hora, e agora todos os meus amigos mais
próximos foram embora.

Talvez eu tenha me arrependido de não
ter deixado isso para fazer no conforto
da minha casa, assim não estaria aqui
esperando essa chuva passar para ir
embora.

Paro de olhar para a enorme janela na
minha frente e volto para a mesa que
estava sentada nessa sala vazia, sem
saber o que fazer. Mas pelo jeito, tudo que
eu tenho a fazer agora, é esperar.

Começo a bater o lápis na mesa,
entediada. Então escuto os passos pesados
de alguém se aproximando da sala.

Luke abre a porta e encosta no móvel ao
lado dela, me observando com seu cigarro
na mão, enquanto da uma tragada antes
de jogá-lo no chão e pisar em cima.

O que o babaca está fazendo aqui? Não
acredito que estou sozinha com ele, novamente.

Paro de bater o lápis na mesa e me ajeito
na cadeira, me sentindo desconfortável
pelo jeito que meu corpo reage tão
rapidamente a ele.

Fico parada assistindo ele soltar a fumaça
lentamente pela boca. Luke começa a se
aproximar de mim, e quando chega perto
o suficiente da mesa para eu perder meus
sentidos, ele se curva para conseguir ver
o que está escrito no caderno.

- Não é da sua conta- Pego as folhas vou
até o canto da sala, as colocando em cima
mesa ao lado da janela.

O barulho dos seus sapatos chegam
aos meus ouvidos fazendo eco, e quase
anula o som da chuva dos meus ouvidos
e da minha mente, se tornando o som
das nossas respirações e dos nossos
movimentos os únicos da sala.

Fico de costas para ele observando a
chuva que cai lá fora, mas com as mãos
ainda em cima das folhas.

- O que você está escondendo de mim?- Ele pergunta tocando na minha mão e a tirando de cima dos papéis.

Um arrepio corre pelo meu corpo ao
sentir sua pele levemente áspera pela
minha pele, e ouvir sua voz rouca nos
meus ouvidos.

Não havia nada de importante lá, nada
que ele não poderia ver, mas por alguma
razão eu não queria mostrar aquilo a ele,
por que senão me tornaria, de alguma
forma, vulnerável.

- Já disse que não é da sua conta- Puxo os
papéis e os seguro com as duas mãos na
minha frente.

Luke é muito alto, então consigo sentir
sua respiração batendo na minha cabeça.

- Eu sei que você quer me mostrar.

Ele se aproxima mais ainda para pegar os
papéis, e acabo sentindo seu pau contra
o meu corpo. Minha respiração se torna
mais pesada ainda, e acabo perdendo
todos os últimos resquícios da força que
antes eu possuía.

- Eu não quero- Engulo em seco.- Você
não precisa ver isso.

- Mas você não pode esperar para que eu
veja, não é Jules?

Me viro para ele, ainda segurando os
papéis que Luke também segura na
outra ponta. Ele aproxima os dedos do
meu, e seus olhos verdes me perfuram
como uma bala me atravessando. Sem
piedade, e sem demora.

Nós dois sabemos que não estamos
falamos de folhas de papel. Luke está
brincando comigo, de novo.

- Não vou te mostrar isso.

- Nossa- Ele diz observando meu peito
subindo e descendo quando estou perto
dele.- Você não consegue se controlar
nem um pouco. Tudo que você quer é
me mostrar o que está escrito naquelas
folhas.

Não consigo dizer mais nada. Meu corpo
instintivamente se atira em Luke,
fazendo nossos lábios se encostarem
brutalmente, e deixando tudo que
segurávamos cair no chão.

Minhas mãos passam pelo seu cabelo e
minhas pernas dão a volta no seu corpo.
Luke me coloca sentada em cima da
mesa gelada, e puxa minha camisa de
botões fazendo todos voarem para longe.

Ele encara minha lingerie faminto, mas
não para de me despir enquanto me
analisa. Minha saia branca sai do meu
corpo tão rapidamente que é como eu
nunca a tivesse vestido, e meu sutiã
logo se desabotoa deixando meu peito
à mostra para sentir o ar gelado da
sala, mas também as nossas respiração
quentes.

As mãos de Luke encontram minha
intimidade ainda coberta, mas não o
impede de me massagear por cima da
calcinha.

Seus dedos não fazem muito esforço para
tirarem um gemido de mim. Jogo minha
cabeça para trás e ouço o sorriso de
Luke vendo o que pode fazer comigo.

Ele encontra meus peitos e os morde
passando a língua no bico e me fazendo
gemer novamente.

Mordo meus lábios e olho pra ele
novamente, pedindo por mais. Peço para
que desabotoe a calça e me dê prazer com
força.

- Você quer mais Jules?

Não respondo, ao invés disso começo a
tirar seu cinto, e logo abaixo suas calças
com a ajuda dele.

- Está pronta?- Ele retira minha calcinha
e eu abro minhas pernas para ele
apressadamente.

Agarro seus ombros pra me segurar,
quando de repente ouço uma pancada na
porta.

- Julie!- Alguém chama. Abro meus
olhos com dificuldade.- Julie, você está atrasada!"

Quando me dou conta que estou no meu
quarto. Sem Luke, sem janela, sem
escola, ou sem mesa.

Eu estava sonhando? Olho para baixo
e vejo minha mão dentro da minha
calcinha, me acariciando enquanto
sonhava com o idiota do Luke. Olho no
relógios minha parede e me dou conta
que estou meia hora atrasada para a
escola.

Porra!

Me levanto correndo, ainda desnorteada
por conta do meu sonho extremamente
vívido.

- Julie!- Minha mãe chama novamente.

- Estou indo! O que aconteceu?

- A energia da quadra caiu durante a
noite.

Como vejo que não tem como eu chegar
a tempo para a primeira aula mais, me
arrumo sem pressa.

Checo meu celular e vejo o motivo de
não ter despertado. Estava sem bateria,
mesmo que tenha ficado a noite inteira na
tomada.

Como sempre sou eu que acordo meus pais, - pois sou a pessoa que acorda mais cedo daqui de casa - eles sempre contam comigo para os acordarem, mas meu despertador natural nem sempre é confiável como podemos ver.

Não acredito que vou me atrasar para a
escola por causa de um sonho idiota.

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