30. Delacroix I.

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As pinceladas molhadas deixavam um rastro de tinta aquarela pela tela, aos poucos, tomando forma de uma montanha colorida, ao longe

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As pinceladas molhadas deixavam um rastro de tinta aquarela pela tela, aos poucos, tomando forma de uma montanha colorida, ao longe. A cor escolhida era o lilás claro, variante da violeta, cor preferida de Juliette Schade. 

Enquanto o desenho tomava forma, mesmo levemente enferrujado pelo fato de que Juliette não pintava há anos, ela sentia um pouco da tensão em seus ombros ceder e toda a sua concentração estar alí, naquela tela comprada horas antes na impulsividade. 

Havia um tempo em que Juliette amava pintar quadros, assim como desenhar em um caderno. Talvez, na época em que ela ainda não havia nem entrado no ensino secundário. Era como uma terapia. 

Quando ela se aborrecia na escola ou alguém a trancava no banheiro, ou simplesmente, a ignorava toda a aula, ela subia direto para o seu quarto e relaxava toda a tensão em tintas e pincel ou lápis e papel. 

Naquele momento, o motivo de sua tensão era Bucky Barnes. 

Dez dias tinham se passado e o homem ainda não havia voltado da tal missão. Tudo bem, ela sabia que ele estava vivo pelo simples fato de que ele mandava uma mensagem avisando que estava bem todo dia, mas mesmo assim, ela estava bastante preocupada e receosa. 

O som de uma música da Taylor Swift ecoava nas paredes do apartamento, proveniente do celular em cima do sofá. Sem nem mesmo perceber, ela acompanhava a música, cantando baixinho. 

Quando ela começou a trabalhar nas nuvens acima da montanha, esperando que a tinta secasse, Juliette já se sentia bem mais calma, como se um peso tivesse saído de cima das suas costas e ela não estivesse prestes a explodir. 

Se dando conta de que tinha esquecido o pano de prato velho longe do seu alcance, ela suspirou e se concentrou nele, vendo-o se deslocar no ar e flutuar, lentamente, até ela. 

Foi a campainha que a desconcentrou e fez com que Juliette desse um pulo de susto, fazendo o pano despencar no chão, no meio do caminho. Hesitante, ela encarou a porta, afinal, não estava esperando por ninguém. E Bucky não precisaria usar a campainha. 

-Bucky?! - A voz de um homem soou alta, do outro lado da porta. - Bucky, é o Torres! Abre aqui! 

Torres. Juliette se lembrava desse nome. Parece que era o rapaz que Sam andava treinando para se tornar, futuramente, o Falcão. Ela ainda não tinha se mexido quando mais sons de batidas ecoaram na porta e ele exclamou: 

-Hmmm… Moça que mora com o Bucky! É você que está aí? Sou o Joaquín Torres, amigo do Sam! Preciso que você abra a porta! 

Dangerous Connections ▪︎ Bucky Barnes Onde histórias criam vida. Descubra agora