C(alma) - Emília e Andi

Ele esta de volta

Ei gente!! Então, o capítulo de hoje esclarece algumas coisas. Mas também é um capítulo bem pesado,com cenas de violência e abuso. Então, por favor, só ler se tiver psicológico o suficiente, porque realmente são cenas pesadas e fortes.
Bjos💫

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Quando voltei com as bebidas,  minha mãe e Emília estavam muito estranhas. Emília me deu um sorriso meio amarelo e saiu dizendo que ia nos da um tempo para conversar.

-" E então Mamá,  o que aconteceu?"- Disse lhe olhando e ela desviou o olhar.

-" Filha..."

-" Diga Mamá "- Disse já com medo.

-" Ele está de volta."- Senti tudo ao redor de mim girar. Tentei olhar em seus olhos para vê se tinha algum quesito de brincadeira mas o que encontrei foram lágrimas. Não é possível. Tentei firmar o corpo mas tudo começou a ficar preto e só ouvi um grito.

Flashback on

Depois do que aconteceu quando aquele homem entrou aqui, eu me sinto suja, tenho vergonha de mim. Evito ao máximo sair de casa para não acontecer de encontrar com ele, tenho muito medo disso e me abrigo em casa.
Um certo dia minha mãe disse que tinha conhecido alguém especial e que queria me apresentar. Fiquei feliz por ela estar seguindo em frente mas ainda assim senti um pouco de raiva por não ser meu pai ali. Marcamos um almoço e quando ele chegou meu mundo caiu. Era ele ali, o medo tomou conta de mim mas ainda assim não contei o que tinha acontecido, fiquei com medo dela não acreditar ou eu acabar com sua felicidade.
No início ele se mostrou uma pessoa incrível e minha mãe estava bem contente por ter ele ao lado, mas ainda assim eu tinha medo porque o conhecia bem.  Depois de alguns meses tudo começou a mudar.
Lembro do primeiro dia que ele a agrediu. Estávamos nos arrumando para um churrasco que teria entre amigos e ele chegou bêbado implicando com a roupa da minha mãe, ele pediu ela para trocar e como ela não quis ele lhe puxou pelo cabelo e a obrigou. Fui atrás e o empurrei, ele veio em minha direção e ela apenas falou "já estou trocando João " e ele saiu com raiva. Depois disso tudo piorou, ele sempre a agredia e pedia desculpas e ela apenas dizia ser culpa da bebida. Todas as noites ele chegava bêbado em casa e sempre arrumava alguma desculpa para lhe agredir e como eu sempre entrava no meio apanhava também.
Lembro que uma noite nós duas conversávamos no meu quarto.

-" Mamá, vamos embora, por favor?"- disse pela vigésima vez.

-" Eu prometo filha, que um dia tudo isso vai passar. Não sei o que ele é capaz de fazer se a gente fugir e ele nos achar."- Ela disse com pesar. Sua aparência era abatida. Olheiras fundas, rosto pálido e magro. O sorriso não brincava mais em seus lábios, ela não podia sair pra quase nada, não tinha contato com amigos e família, era proibida de tudo. Alguns roxos eram presentes em seu corpo. Marcas de violência.
Um dia sai disposta a denuncia-lo , mas assim que cheguei em casa ele tinha uma arma apontada na cabeça de Mamá dizendo que iria lhe matar antes mesmo que eu chegasse em qualquer delegacia e eu fiquei semanas em casa sem sair com medo dele matar ela enquanto estava fora. Me senti uma estúpida e achava que a culpa era toda minha por não ter contato que ele já tinha me agredido quando mais nova, podia ter evitado tanto.

Alguns minutos se passaram e ele chegou mais uma vez bêbado em casa e chamou ela, não queria que ela fosse, mas ela disse que ficaria tudo bem.

-" Faz esse frango aqui, mulher."

-" Eu fiz essa carne que você gosta, come ela hoje que pelo almoço eu faço o frango, ele ainda está congelado."

-" EU NAO QUERO ESSA MERDA."- Disse jogando todas as panelas no chão e eu levantei da cama em um pulo.