Não... não rolou nenhum beijo. Preciso respeitar o tempo da Mel, por mais que eu queira voar em cima dela, a encher de beijos e fazer ela ser minha.
Da pra acreditar? Como as aparências enganam... a Mel pelo que eu entendi só teve relações sexuais com seu marido, ou seja: eu seria seu segundo homem. Eu tenho que mandar muito bem quando ficarmos juntos...
Eu dormi nas nuvens aquela noite, apesar do meu dia ter sido péssimo, a Mel, eu e o Bruce assistimos a um filme na Netflix aquela noite, e assistimos abraçados. Ela dormiu com sua cabeça encostada em meu ombro, o Bruce estava deitado no chão, no canto da sala. Passei minhas mãos por trás das costas dela, e a levantei delicadamente a ajeitando em meus braços, andei vagarosamente pela sala até seu quarto, a coloquei delicadamente deitada em sua cama, e cobri seu corpo até a sua cintura com um cobertor. E eu fiquei lá, parado, apenas a admirando dormir, me ajoelhei delicadamente no chão ao lado de sua cama, e vagarosamente passo a mão por umas mechas que estavam caindo por cima de seu rosto, o que fez com que ela se movimentasse um pouco, mas sem acordar. E eu continuei lá, a olhando.
Eu te amo princesa... - sussurrei enquanto levantava vagarosamente o seu cobertor agora até a altura dos seus ombros.
Aquela noite eu mal consegui dormir, era uma mistura de sentimentos, era alegria misturada com tristeza, e ansiedade com excitação. Eu sabia que eu a queria, mas agora eu tinha certeza que a queria para o resto da minha vida. Ela era a mulher certa para mim.
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Bom diiiia! - disse ela abrindo um grande sorriso, segurando uma frigideira ao me ver entrar pela porta da cozinha.
Como eu queria acordar vendo aquele sorriso todos os dias ao meu lado...
Bom...bom dia.... - falei com dificuldade enquanto bocejava, me aproximei vagarosamente dela, e delicadamente passei um de meus braços ao redor da sua cintura, e a abracei logo em seguida, ela ainda estava com a frigideira uma de suas mãos.
Eu tenho 1,90 de altura e a Mel tem em torno de 1,60, quando a abracei ela levantou sua cabeça para cima para que pudesse ver meu rosto, já que o dela ficava na minha barriga.
Dormiu bem? - perguntei enquanto ela me olhava, ainda com um sorriso em seus lábios. E lhe dei um longo beijo em sua testa em seguida.
Sim, fiz pra você! - Disse ela mostrando uma mesa cheia de frutas, tábua de frios, garrafa de café, chá e jarra de suco em cima da mesa.
UAU! Isso tudo pra mim? - perguntei abismado olhando aquela mesa enorme.
Sim...você quase não comeu ontem... - disse ela se sentando em uma cadeira da mesa.
Obrigada princesa... - disse ao me sentar na cadeira ao lado da dela, e em seguida seguro a sua mão e delicadamente a beijo.
Ela apenas sorriu e eu pude ver seu rosto ficando corado.
A Renata veio aqui agora a pouco, veio saber como você está... - disse ela colocando um pedaço de pão em sua boca.
E oque você disse pra ela? - perguntei ao morder um pedaço de maça.
Eu disse que você ainda estava dormindo, mas que você estava bem sim... - respondeu ela ao me olhar enquanto toma um copo de suco.
Você...você falou pra ela sobre nós? - perguntei um pouco nervoso, eu sabia, eu sabia que se a Renata soubesse daquilo agora, ela primeiramente ia me zoar, e segundo que ela não seguraria aquela boca de sacola, oque acabaria chegando aos ouvidos de Ingrid e isso poderia estragar tudo, e eu não podia deixar N-A-D-A dar errado, NADA!
Ela apenas sorriu e balançou a cabeça negativamente. O seu segredo está guardado! - disse ela sorrindo.
O NOSSO, o NOSSO segredo você quer dizer... - disse entre risadas ao passar uma de minhas mãos pelo seu rosto enquanto a olho nos olhos.
Sim... o nosso... - disse ela sorrindo um pouco sem graça.
Eu estava de licença do trabalho, pelo menos de forma presencial, continuei trabalhando online, a Mel foi visitar os pais aquela manhã iria passar o dia com meus "sogros" , fiquei sozinho o dia inteiro com o Bruce, eu tinha que admitir, ficar longe da Mel me causava um sentimento de vazio.
Senti meu telefone vibrar em cima da mesa ao lado do meu notebook, olhei a tela e era uma ligação da Renata, apenas revirei os olhos eu sabia que eu iria ouvir alguma gracinha assim eu que atendesse.
Oque foi Renata? - perguntei em um tom impaciente.
Roberto...Roberto...você tem que vir aqui urgente! - Disse a Renata, eu ouvia ao fundo uma barulheira mas não conseguia identificar oque é!
Renata? Renata? OQUE QUE ESTA ACONTECENDO? - meu tom de voz rapidamente mudou, eu pude sentir o tom de voz de desespero dela do outro lado da linha.
VEMM! POR FAVOR VEM AGORAA! - disse ela desligando o telefone.
Não tive tempo de pensar muito, não consegui vestir nenhuma camisa, apenas me levantei da cadeira e sai correndo, de samba canção mesmo, era só atravessar a rua e eu estava em casa mesmo.
Assim que fechei o portão da casa da Mel, eu podia escutar o barulho, e vinha do primeiro andar. Abri o portão da minha casa e a Renata veio com a Bia no colo correndo em direção a mim.
OQUE FOI RENATA OQUE TA ACONTECENDO? - perguntei a segurando pelos ombros.
É a Ingrid, ela ta louca lá no seu quarto! - respondeu a Renata agora segurando o rosto da Bia em seu ombro.
A INGRID? OQUE? CO... - minha mãe não me deixou terminar a frase.
Ela chegou aqui dizendo que iria pegar algumas coisas dela que estavam aqui no seu quarto, e de repente começamos a ouvir ela gritar! Seu pai está lá em cima tentando acalma-la, mas ela trancou a porta e ninguém consegue entrar. - respondei a minha mãe.
Meu coração disparou, eu só consegui pensar na CAIXA!
Subi desesperadamente as escadas e vi meu pai parado em frente a porta do meu quarto que se encontrava fechada.
INGRID OQUE ESTÁ ACONTECENDO? POR FAVOR ME DEIXE AJUDAR VOCÊ ABRA ESTA PORTA! - dizia meu pai.
PAI...PAI... TUDO BEM...EU FALO COM ELA! Pode descer! - disse ao meu pai. Não podia arriscar que se ela tivesse visto a caixa, nao podia deixar que meu pai visse.
Meu pai como o homem calmo e tranquilo que é, apenas consentiu e desceu.
INGRID! ABRA ESTA PORTA" - Eu gritei enquanto batia na mesma!
SEU IDIOTAAAA! EU ODEEEEEEIO VOCÊ SEU NOJENTOOOO! - esbravejava ela do outro lado. EU VOU CONTAR PRA TODO MUNDO QUEM VOCÊ É!! - Gritava ela.
INGRID POR FAVOR, VAMOS CONVERSAR, EU POSSO EXPLICAR! - falei aind abatendo na porta.
NÃO TEM OQUE CONVERSAR ROBERTO OQUE TEM AQUI SÃO PROVAS! SÃO FATOS SEU DOENTEEEE! - GRITAVA ELA.
INGRID, VOCÊ ESTÁ FORA DE SI! ABRA ESTA PORTA SE NÃO EU VOU ARROMBA-LA! - gritei ainda batendo na porta.
Pude ouvir um barulho de vibro quebrando, me afastei da porta e em seguida a chutei com força, fazendo ela se abrir rapidamente.
EU ODEEEEEEIO VOCÊ! -gritou ela enquanto arremessou um jarro que ficava na minha mesinha de estudos em minha direção.
INGRID PARA! - gritei colocando minhas mãos em minha frente, com o intuito de me proteger do jarro. Por sorte ele não me alcançou.
ROBERTO.... OQUE PORRA É ISSO? - disse ela segurando o vestido vermelho da Mel. Você...você TA PERSEGUINDO ELA? - perguntou ela agora segurando um punhado de fotos que eu havia tirado da Mel sem a mesma saber.
Ingrid...larga isso...vamos conversar... eu...eu posso explicar... - minha respiração começou a ficar ofegante, se ela abrisse a boca eu estaria ferrado.
EU ODEEEEIO VOCÊ ROBERTO! ODEEEIO! - gritou enquanto vinha em minha direção, apenas levantei minhas mãos a altura do meu peitoral para que a impedisse de chegar perto de mim. Mas foi inútil... aquelas unhas...eu sempre odiei aquelas unhas dela;....
Senti suas unhas gravarem na minha barriga, senti rapidamente uma dor enorme.
PARA INGRID! - gritei a empurrando na parede, oque fez com que ela abaixasse suas mãos e causasse enormes arranhoes em minha barriga.
EU ODEIO VOCÊ ROBERTO...EU ODEIO VOCÊ... - disse ela com os olhos fechados, com sua cabeça inclinada para trás ainda encostada na parede, e as lagrimas escorriam em seu rosto, mesmo com os olhos fechados. PORQUE ROBERTO...? PORQUE? - Gritou ela entre soluços enquanto dava leves socos em meu peitoral. Eu ainda a segurava pelos ombros a encostando na parece, com a esperança que ela se acalmasse.
Aconteceu Ingrid... apenas aconteceu... - sussurrei ainda a pressionando agora levemente na parede. Ela ainda estava chorando com os olhos fechados. PORQUE? - gritou ela.
Me perdoa...por favor me perdoa... - respondi ainda com minhas mãos em seus ombros, me aproximo mais dela, encostando minha testa na sua. Fechei os olhos, pude sentir a respiração ofegante dela. E no lugar da gritaria agora dava lugar ao som dos seus soluços. Me perdoa... por favor me perdoa... - disse ainda com minha testa colada na dela, enquanto ela vagarosamente cai ao chão.
Cinco...cinco anos....cinco anos... - repetia ela, agora deitada ao chão com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, com um olhar vazio, olhando para o nada.
Eu senti a sua dor, a tristeza tomou conta do meu coração naquele momento, oque eu havia feito com aquela mulher?
Apenas optei pelo silencio. Comecei a andar vagarosamente pelo quarto, observando todo o estrago que ela havia feito. As fotos da Mel espalhadas pelo chão do quarto, meus cadernos e livros tambem, me abaixei vagarosamente e comecei a pegar as fotos.
Eu não conseguia encara-la, catava tudo de cabeça baixa.
A quanto tempo...? - perguntou ela com uma rouca e fina.
Respirei fundo, antes de levantar meu rosto e olhar para ela, ela não olhava para mim, eu via suas lagrimas ainda escorrendo, e seu olhar estava longe, e vazio. Ela ainda olhava para o nada.
Eu não sei... - respondi voltando a abaixar a cabeça e pegar alguns cadernos meus que estavam no chão.
Ficamos em silencio por alguns minutos. Ela deitada no chão, e eu ainda catando as coisas no chão.
Ela sabe...? - o silencio se quebrou com essa pergunta, me fazendo olhar em direção a ela, que agora estava com metade do corpo levantado, apoiando ele em um de seus braços e agora olhando diretamente para mim.
Não... - respondi ainda sem conseguir encara-la. Ingrid por favor... ela não tem nada haver com tudo isso... - falei agora a olhando. Deixe a Mel fora disso...
Gente? ta tudo bem? - perguntou a Renata colocando apenas o rosto para dentro do quarto, vi em seus olhos o susto ao ver todo o estrago.
A Ingrid ainda me olhava, ignorando completamente Renata.
Ta sim...ta tudo bem... - respondi me levantando e colocando meus livros e cadernos em cima da mesa.
Venha filha... vamos descer e tomar um copo com água... e acalmar os nervos... - disse meu pai ao entrar no quarto, se abaixando logo em seguida e levantando a Ingrid vagarosamente.
Não...não precisa... eu...eu...to indo embora... - disse ela me encarando e em seguida nos dando as costas. e saindo pela porta.
Vai atrás dela Roberto, voce não pode deixar a menina sair desse jeito! - sussurrou Renata para que ela não escutasse me olhando com os olhos arregalados.
Apenas assenti com a cabeça.
Meu filho olha sua barriga! - disse minha mãe vindo em minha direção.
Ta tudo bem mãe... cadê a Ingrid? - perguntei.
Ela saiu pela porta, deve estar esperando o Uber... - não esperei minha mãe terminar, sai pela porta.
Ela estava na ponta da calçada olhando para o celular, eu podia ver suas mão tremulas enquanto ela tentava mexer no celular.
Abaixei a cabeça, respirei fundo e fui até ela.
Ingrid...você não pode sair desse jeito... - disse me aproximando dela vagarosamente.
E de que jeito voce quer que eu saia Roberto? depois de tudo que eu descobri e depois de tudo isso que eu to passando? - ela me olhou enquanto segurava seu celular.
Eu não queria que fosse desse jeito...eu não queria que terminasse assim... - respondi.
Descobri da pior maneira... - respondeu ela.
Meu coração gelou ao ver o carro da Mel estacionar na calçada bem em frente de sua casa. Meu Deus...e agora? Oque a Ingrid vai fazer? E porque raios a Mel chegou mais cedo?
E lá estava ela, descendo do seu conversível vagarosamente. Assim que fechou a porta ela nos avistou na calçada em frente. Ela me olhou com uma cara de confusa, fez um gesto com a cabeça como se perguntasse oque estava acontecendo... Rapidamente olhei para o meu corpo e percebi que eu estava apenas de samba canção, sem camisa, e com a barriga cheia de arranhões que já estavam avermelhados e alguns até sangrando. E lá vinha ela inocentemente em nossa direção, MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEEEUS! - pensei.
Ta tudo bem por aqui? - disse ela se aproximando vagarosamente, com cautela. Você precisa de algo Ingrid? - perguntou ela olhando para a Ingrid que a encarava com um semblante sério.
Eu preciso que você... - ela foi impedida de terminar a frase com o grito que minha mãe deu ao sair pelo portão.
AII QUERIDA! VOCÊ ESTÁ AI... venha vamos! Não se preocupe, chamamos um uber para você, já esta pago... - disse ela segurando a Ingrid pelos ombros e a guiando para um um carro que acabara de estacionar em frente a nossa calcada.
GRAÇAS A DEUS! -pensei. Respirei fundo, e olhei Ingrid indo em direção ao carro, olhando para trás nos encarando até entrar no carro.
Quando o carro passou por nós eu pude suspirar aliviado.
Oque aconteceu aqui? - perguntou ela assustada me olhando.
ÊEEE LAIA FOI POR POUCO HEIM???? QUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASE QUE O SEGREDO DE ROBERTO FOI DESCOBERTO PELA MEL. QUAAAAAAAAAAASE!
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Os Passos de uma Desconhecida - Tom Hiddleston
Mystery / ThrillerEu achava que vivia a minha vida de forma normal... tenho 32 anos, trabalho, estudo para concurso, estou em um relacionamento a alguns anos e...aos poucos eu estava estruturando a minha vida, até a primeira vez que a vi andando entre aqueles cômodos...