Nine

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"Não meça seu esforço até que o dia tenha terminado e o trabalho esteja feito"

- Elizabeth B.

É engraçado como costumamos ver as coisas ao nosso redor. Como um dia ensolarado parece o melhor de todos, como um "bom dia" nos faz mais alegres. É tudo tão simples, de certa forma.

Bom, era assim que deveria ser. Era assim que tudo deveria soar... Fácil, bom. Mas nem sempre as coisas são como deveriam ser. Temos que nos contentar com isso de qualquer forma.

Ainda estou aqui, sentado nesta mesma poltrona bege, enquanto encaro, sem piscar, os monitores ao lado da cama. Louis não teve nenhuma melhora, nada. Sequer se mexeu e isso torna tudo mais angustiante a cada segundo. Olha-lo é como encarar um filme com final triste, sabendo que eu não posso fazer nada para mudar isso. Tudo o que eu poderia fazer, está feito. Tudo. Eu dei à ele essa chance, dei à ele tudo o que eu tinha, porquê bem, no fim das contas, de nada me adiantaria ter tudo e não tê-lo comigo.

Eu jamais diria que foi uma escolha fácil, porque não foi nem de longe isso. Tive que me torturar um pouco a cada segundo que pensava sobre o assunto. Porém, no fim das contas, essa foi a melhor decisão que eu poderia tomar. E eu sei que, algum dia, ele irá entender isso e me perdoar.

Continuo encarando o monitor cardíaco, que mantém visível os batimentos constantes de Louis e me lembra a cada segundo que, pelo menos, ele ainda está aqui. Sabe-se lá por quanto tempo.

Ouço vozes no corredor, mas não me dou ao trabalho de me virar para ver o que está acontecendo, só desvio meus olhos da tela com linhas verdes para focá-los em meu pequeno, deitado nessa maldita cama de hospital. Observo com atenção cada detalhe de seu rosto lindo, desde as bochechas bem desenhadas, até o queixo. Por um minuto me perco em seus olhos fechados, querendo mais do que tudo no mundo, vê-los brilhando seu azul único para mim uma última vez. Sei que isso não vai acontecer, sei que é impossível, mas... E se acontecesse? É por isso que me mantenho aqui, dia e noite. Esperando por um milagre, esperando que ele finalmente acorde e me diga que isso foi só um susto, que ria da minha cara de assustado e que me abrace forte como sempre fazia quando eu chegava em casa cansado. Eu só... Só queria que ele acordasse, mesmo que fosse só para se despedir.

O barulho ao lado de fora aumenta, o que me chama a atenção, assim, finalmente tiro meus olhos de Louis e me viro na poltrona, olhando para o corredor, que antes vazio, agora se encontra com bastante movimento para uma área de tratamento intensivo. Algumas pessoas caminham de um lado para o outro, com papéis e pastas em mãos. Uma enfermeira está ao telefone, parece bastante alterada e cansada. Imagino o que será que passa por sua mente nesse momento.

O que está acontecendo?, minha mente grita.

Me forço a me levantar e caminhar até o corredor, a fim de saber o que é tudo isso. Apesar da curiosidade, não caminho rápido, vou à passos lentos e calculados, não só por cautela, mas também, por minha condição física. Me movo devagar, como se o que eu fosse descobrir, fosse algo ruim de alguma forma.

Assim que chego ao corredor, percebo que não está tão lotado quanto imaginei, só há umas 5 pessoas ao todo, e mesmo assim parece cheio.

Um médico vem em minha direção apressado, encarando-me como se tudo dependesse de alcançar-me. Fico paralisado, com os olhos arregalados e em completo choque, enquanto ele continua seu trajeto até onde estou.

FUJA!, minha mente grita.

É algo ruim, algo muito ruim!, ela continua.

Mas e se não for algo ruim? E se forem boas notícias?

We'll Be Alright [☆ls fanfiction☆] ⚠️EM HIATUS⚠️Onde histórias criam vida. Descubra agora