Eighteen

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"I said, I'm fucking fine."

- Desconhecido.


A primeira coisa que noto ao abrir meus olhos no dia seguinte, é que as dores desapareceram. Todas elas.

A noite não foi tranquila. Tive que me levantar com dificuldade diversas vezes e achar o caminho até o banheiro no escuro, só para jogar água no rosto e cuspir mais sangue do que seria considerado normal na pia. Isso tudo, sem acordar meu noivo.

A segunda coisa que noto, é que Louis não está na cama. Não sei ao certo quando ele se levantou, porém, acredito que tenha sido bem cedo.

Tenho a vaga lembrança de ouvi-lo dizer que iria resolver algumas coisas do nosso casamento. Ele quer levar algumas enfeites, e presentes para usar como lembranças da festa, daqui da Itália e acho a ideia incrível.

Aproveitando a trégua em meu sofrimento e a solidão de uma manhã quente em um hotel caro em meu país favorito do mundo, me levanto um pouco mais disposto. Tomo um banho revigorante, visto roupas limpas e desço para tomar meu café da manhã.

Enquanto mastigo devagar um pedaço de melão, verifico se Lou deixou alguma mensagem e vejo que sim. Uma simples satisfação de que ele está realmente fazendo o que pensei alguns minutos atrás.

Aproveito que já estou com o aparelho em mãos e ligo para o Dr. Rowland de uma vez. Conto à ele tudo que consigo me lembrar. Cada dor, cada calafrio, cada vez que o sangue encheu minha boca e tive que correr para cuspi-lo fora.

Ele me diz para esperar alguns minutos e então desliga.

Seus minutos parecem horas, enquanto fico cada vez mais apreensivo sobre minha saúde e o que está acontecendo.

Quando ele me liga de volta, pede que eu anote um endereço. Depois de anotado, me diz que é de um consultório no centro da cidade, com um amigo que ele conheceu em uma conferência de medicina. Me dá instruções sobre horário e tudo o que é necessário e me diz para em hipótese alguma faltar à consulta que ele marcou para mim.

Termino meu café perdido em minha própria paranóia. Imaginando todo tipo de situação que possa explicar o que está acontecendo comigo e o que posso fazer para reverter isso. Louis surge no restaurante do hotel quando estou terminando a xícara de chá de camomila que resolvi tomar, e se senta à minha frente com uma expressão um tanto animada.

Em outras circunstâncias, eu com certeza retribuiria seu sorriso afetuoso mais calorosamente. Entretanto, não consigo lhe dar nada além de um pequeno aceno contido.

Subimos para o quarto outra vez, em um silêncio estranho. É como se uma nuvem espessa e escura estivesse sobre nós dois, nos impedindo de sequer enxergar um ao outro. Como se nada mais pudesse nos levar de volta um ao outro.

É feito um sinal de que o quê acaba de começar, vai ser o nosso fim.

Já no quarto, me jogo na cama, exausto como se tivesse acabado de correr uma maratona de 100km. Louis se joga ao meu lado, passando um braço por cima do meu peito e se aconchegando melhor ao meu lado no colchão.

Seus dedos sobem sutilmente e tocam delicadamente meus cachos, agora na altura dos ombros, enrolando-os calmamente. Sua respiração tranquila bate em minha pele e me faz arrepiar de uma forma boa.

- Está tudo bem, Hazz? - sinto um tremor ao ser atingido por sua pergunta. Não sei mentir para Louis, não mesmo e, se eu disser qualquer coisa da forma errada, ele saberá que deve se preocupar. Não quero que ele se preocupe, não até saber exatamente o que está acontecendo.

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⏰ Última atualização: Sep 13, 2023 ⏰

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