Capítulo 11 - Eda

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Faz um tempo que acordei. Quer dizer meu cérebro acordou, mas tudo está muito confuso não consigo abrir os olhos, não tenho forças pra me mexer e estou constantemente dormindo e acordo.

Sinto algo no meu braço. Imagino que seja algum medicamento. Sei que estou no hospital porque ouvi o médico e a enfermeira conversando sobre meus sinais vitais e dizendo que eu estou melhorando, em passos de tartaruga mas estou, seja lá o que isso quer dizer.

Sei que em algum momento minha tia esteve aqui, ela segurou minha mão e eu tentei aperta, tentei falar mas não consegui, sei que era ela pois conversou comigo. Disse que está com saudade da minha voz, a quanto tempo será que estou aqui?  Chorando ela me pediu pra lutar e voltar pra ela e que eu era muito amada. Eu queria dizer que sei disso e que estou voltando e encerrar suas lágrimas. Sei que ficamos ali em silencio depois disso e em algum momento eu adormeci.

Eu não tenho noção de tempo, é difícil entender quanto tempo eu durmo e quanto fico acordada. Mas sei que Deniz e Melo passaram um tempo aqui, eu conseguia ouvir eles jogando cartas, tinham apostado quem passaria a noite aqui. Deniz ganhou mas Melo disse que não importava, ela não ia embora. Eu amo está garota. Em algum momento dormir de novo.
Acordei com uma picada. Estavam colocando algo em mim e escuto a enfermeira dizendo que é algo para aliviar a minha dor muscular caso eu acorde.

- Doutor por que ela ainda não acordou? - sei que é melo perguntando com voz de choro e me faz querer chorar também mas não consigo.

- ela está melhorando, é algo mais na cabeça dela agora. Talvez ela precise de um tempo, logo logo sua amiga vai tá de volta.

Ele sai. Melo continua comigo, consigo ouvir o soluço escapuliu de sua boca. A porta abre. Seria ele? Será que ele veio aqui? Eu não ouvi sua voz e nem ninguém falar dele. Sei que eu estava indo embora e nunca mais o veria mas uma parte de mim queria que ele se importasse pelo menos um pouquinho. Ouço conversarem entre si e sei que não é ele. Engin, Ferit e Piril.

Eles me contaram sobre um caso, Engin me contou uma piada e Piril me disse que tá esperando uma menina. Sei que vai ser linda, consigo ouvir a animação deles sobre o bebê, me faz feliz e pela primeira vez consigo esboçar um pequeno sorrisos por um pequeno período de tempo.

- Ela sorriu pra mim, pro nosso bebê Piril - Engin grita contente .

- Dada você consegue fazer isso de novo? Ou segurar minha mão? - Pergunta Melo cheia de esperanças e eu tento, muito, quero dar isso pra ela mas não consigo. Me sinto péssima e inútil.

- Tudo bem, ela deve estar cansada e confusa Melo, vamos avisar o doutor isso já é um avanço.

- Obrigada Ferit e obrigada Piril por fazer minha Dada sorrir.

Entre sonos e momentos acordadas, não sei se passou um dia ou dois ou nenhum mas sei que  consegui ouvir a voz de seyfi, Erden, Leyla, Deniz, Ceren... Mas a dele não veio. Eda idiota, não sei porque ainda espero por isso, ele nem lembra de você e viria aqui te ver, até parece. Dói pensar nisso e uma lágrima escorre. Fico feliz é um progresso. Obrigada Serkan por me fazer chorar pelo menos dessa vez serviu para algo.

- Já faz 3 dias tiramos ela do coma induzido e ela já demostrou alguns estamos como sorrir e chorar, me preocupa que ela não acordar seja emocional, preciso que ela sinta muito carinho de vocês, pode ser crucial  e eu vou pedir mais uma rodada de exames. - entendo que é o médico dizendo isso... Faz dias então que estou aqui, por isso as vozes se repetem, e eu durmo e acordo... Os dias estão passando. Ele não veio aqui uma única vez. A voz de Melo me tira dos meus pensamentos.

- Dada você me ouve? Eu sei que sim porque você sorriu sobre o bebê da Piril mas queria saber se você tá acordada. - Eu me concentro e aperto a mão dela, isso me cansa de uma forma mas preciso fazer isso por melo.

- MEU DEUS.! Consegue fazer isso de novo? Você fez pra mim ou foi uma reação? AI MEU DEUS VOCÊ FEZ DE NOVO! Olha eu tenho que sair pra contar pra todos mas antes de eu ir, eu sei que pode parecer que você não tem nada pra voltar e talvez seja inconsciente ou não mas saiba que tem, nós estamos sofrendo muito, precisamos de você, queremos você. Volta logo, quando estiver pronta mas fica pronta logo. Prometo que para onde vamos vai ser melhor.

Eu aperto a mão dela e seguro as lágrimas, não quero estragar aquele momento que ela tá feliz.
Consigo escutar a porta abrindo e Melo gritando pelo corredor animada.
Sinto um cansaço e adormeço pensando nas coisas que ouvi.

- Eda meu amor, estou aqui... Volta pra mim -  Ouço e sei que é Serkan. Ele veio. Consigo esboçar um sorriso e desde o início do coma consigo sussurrar algumas palavras.

- Você se lembrou?

- Sim me lembrei, me perdoa por tudo, eu te amo muito e a partir de agora vamos ser muito felizes.

E então eu acordo assustada. Olho para o lado e minha tia está sentada no sofá e se levanta rapidamente ao me ver acordar. Sinto meus batimentos acelera

- VOCE ACORDOU, querida senti tanta sua falta, eu vou vou - minha tia está tomada por emoções mas eu só consigo pensar em uma coisa

- Serkan?

- Oh minha sobrinha, porque você ainda está pensando nesse homem?

- Eu ouvi a voz dele

- Impossível, Serkan não esteve aqui.- meu coração acelera- Calma meu amor, fique calma. Vou chamar o médico.

Claro que era um sonho. Eu devia saber e não criar esperanças mas eu simplesmente não aprendo. Me sinto uma idiota. Vejo a movimentação dos médicos chegando e resolvo colocar a minha atenção nisso, preciso ficar bem para ir embora.

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