Capítulo 15 - Eda

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    Ontem o dia foi calmo,eu ainda estava em observação mas fiquei apenas com minha tia e Melo. Serkan não ligou e nem apareceu, acho que ele entendeu que eu preciso desse tempo.

   Hoje eu acordei e tive alta, fui em casa apenas para tomar um banho e pegar minhas coisas para ir ao aeroporto onde estou almoçando com todo mundo antes de pegar um vôo para Nova York, Melo achou que o caos daquela cidade é o ideal nesse primeiro momento e eu acredito que ela esteja certa, vai ser bom está distraída e não pensar por um tempo. Ficaremos 15 dias e depois vamos para Itália onde irei  terminar meus estudos e pretendo arranjar um estágio, estou certa que a experiência na Artlife vai ajudar nisso.

   Quando eu tento me despedir Engin pede que eu fique mais um pouco que ele tem um presente, peço para ele me entregar logo e ele diz que houve um problema e que o entregador já está chegando.

     E é nessa hora que eu vejo minha tia com uma cara de que comeu e não gostou, melo tentando fazer cara de brava, Engin parece com medo? Não sei dizer e antes que eu veja o rosto das outras pessoas eu sinto uma mão em meus ombros. Eu não preciso virar pra saber quem é, eu conheço muito bem o calor das mãos dele e a expressão de todos entrega, ele não diz nada apenas espera que eu vire sem tirar suas mãos. Eu não quero virar, não quero olhar em seus olhos pela última vez e tenho medo de ceder se ele pedir pra eu ficar.

- Eda, olhe pra mim - Bom agora ele resolveu falar, a forma como ele falou meu nome fez eu senti cada centímetro do meu corpo e agora que eu não quero virar mesmo. Eda não ceda, você tem que ser forte. Repito isso em minha mente várias vezes e então levanto e olho pra ele deixando-o falar.

- Me escute tá bom? Eu preciso que você me perdoe  porque eu nunca vou me perdoar pela forma como te tratei. Ainda que haja 100 vidas não seria suficiente para eu te compensar - ele falar em 100 vidas me lembra do dia que deveria ter sido o mais feliz e foi uma tragédia e como eu queria voltar naquele dia e não deixar ele ir

- Eda? Está me ouvindo?

- Desculpe, continue

- Eu sei que não é a primeira vez que errei e eu confesso que uma grande parte de mim não queria vir aqui te pedir pra ficar mas

- Eu simplesmente não acredito, Serkan você não tem essa obrigação pode ir embora. Adeus.

    Quando eu me viro pra sair ele me puxa e agora não tem um mm de distância entre nós eu quero tentar me soltar mas ao mesmo tempo meu corpo não me obedece como se um ímã me prendesse nele. Eu levanto meu rosto pra olhar em seus olhos e nossos narizes se tocam, não consigo deixar de sorrir com esse pequeno toque tão simples e que me faz sentir em casa.

- Não tem a ver com obrigação, tem a ver com eu te amar mais que tudo e ter te machucado mais que tudo, eu queria te deixar ir pra te proteger de mim, mas daí eu pensei que na última vez que eu fiz isso e escolhi por nós dois - as palavras de Serkan não fazem sentido na minha cabeça, estou realmente confusa e ele ainda está falando algo mas eu já nem estou ouvindo.

- Do que você ta falando? Que última vez?

- Quando eu descobri do acidente de seus pais e terminei entre nós, você não lembra Eda Yildiz? - Ele diz isso com um sorriso nos olhos, como ele fala disse com se estivesse lá, minha cabeça tá a mil, será que ele lembrou? Não quero criar esperanças, não quero perguntar e quebrar a cara.

- Eda eu te amo, eu sempre vou te amar. Me perdoa por entrar no avião, me perdoa por te esquecer e tudo que aconteceu depois disso e me perdoa por não ter te contado assim que eu lembrei mas eu realmente queria te proteger e

- Você lembrou? - Ele apenas assente que sim. - Quando?

- Na noite depois que eu fui embora do hospital, eu saí de lá e dei várias voltas de carro e depois fui pra casa, ontem quando acordei eu tinha me lembrado de tudo. Foi muito confuso e
Nesse momento eu não aguento simplesmente zero a mínima distância entre nós e selo nossos lábios. Sinto seus braços pegando em minha cintura e acariciando meu pescoço. Todo meu corpo reage a ele, é como se eu estivesse em combustão, nosso beijo começou lento mas vai se aprofundando e esquentando e eu lembro que estamos em público e me afasto um pouco

- Senti sua falta.

- Você vai ficar? - Ele sussurra e eu consigo sentir sua apreensão

- Sabe, eu estava indo para Nova York por duas semanas de férias, porque não vamos juntos e depois voltamos pra cá.

- Claro, vamos fazer o que você quiser linda. - Ele me beija novamente, mais calmo dessa vez e é como se isso fosse uma pegadinha, então resolvo perguntar mais uma vez.

- Isso está acontecendo mesmo? Você tá aqui e se lembrou de tudo?

     Vejo Serkan ficar desconfortável e trocar olhares com Engin, tem algo estranho acontecendo mas eu não sei dizer o que. Tenho um mal pressentimento mas devo estar paranóica depois de tudo.

-Serkan?

- Sim linda, isso está acontecendo. Estou aqui e não vou a lugar nenhum.

- E você se lembrou?

- Eu disse isso não disse? Quer que eu prove? Uma vez eu estava andando com Engin e comprei um vestido vermelho, nós

- Ei tá bom, não precisa provar nada pra mim. Eu só estou surpresa e feliz.

- Só isso que importa você feliz, então Nova York?

- Nova York.

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