Um Desejo

Capítulo Dez

Baekhyun estava agindo estranho desde a tarde anterior, quando visitou o café de Jongdae.

Quer dizer, o elfo em si era estranho com suas manias e mágica causando confusão no apartamento do Park, mas ele já estava acostumado e amava sentir a sensação quentinha da magia do elfo ao seu redor.

Chanyeol sabia que já deveria estar acostumado, mas ver Baekhyun de cabeça pra baixo no sofá enquanto dois livros flutuavam em sua frente era um novo patamar de estranheza.

— Uhm... O que você está fazendo, pequeno?

Baekhyun se contorceu no sofá, seu pescoço ficando em um ângulo estranho enquanto ele tentava ver o Park e permanecer na posição em que estava ao mesmo tempo.

— Estou procurando uma magia.

Ou qualquer coisa que pudesse ajudá-lo com o plano que andava formando-se em sua cabeça. Ele pegou emprestado alguns livros com Jongdae, mas não teve sorte ainda e estava ficando impaciente.

— Que tipo de magia? — o Park perguntou com um falso interesse.

Ele preferia não saber dos assuntos místicos que envolviam o elfo. Já bastava para sua cabeça tentar entender a existência de um reino mágico e do elo que os unia.

— Uma que irá nos ajudar muito no futuro.

Chanyeol abandonou o assunto após a resposta. Sua falta de interesse somada com as respostas enigmáticas de Baekhyun significava que não valia a pena aprofundar-se mais no assunto. Se o Byun estivesse procurando algo perigoso, Jongdae de certo já teria tomado providências.

O farfalhar de sacolas chamou a atenção do menor que fechou os livros com um estalar de dedos e sentou-se no sofá. Chanyeol desceu para buscar algo assim que eles chegaram da loja e ficou vários minutos na portaria enquanto o elfo fazia sua pesquisa.

— O que você foi buscar? — perguntou animado, tentando enxergar o que tinha dentro da sacola — É comida?

Chanyeol abriu um sorriso afetuoso com as palavras do elfo. Ele não sabia quando a eterna fome do Byun parou de incomodá-lo e agora ele só conseguia achar graça sempre que o menor aparecia pedindo comida.

Ele fazia Chanyeol lembrar de um filhote de cachorro pidão.

– Não, não é comida.

O sorriso do menor diminuiu com a resposta e o Park conteve sua vontade de provocá-lo. Era sua fonte de alegria secreta o modo como as bochechas do elfo inflavam e ficavam coradas, um bico formando-se em seus lábios sempre que ficava irritado.

— Eu estive pensando em algo que você me disse há um tempo — ele retirou uma caixa da sacola e entregou para o Byun — Espero que goste.

Baekhyun pegou o pacote com o cenho franzido. Aquilo era um presente? Ele balançou a caixa perto do ouvido para tentar adivinhar o que era, mas sem sucesso. Devagar, ele abriu com cuidado, deixando de lado os folhetos e manuais que vinham junto para segurar em suas mãos o objeto.

— Uma câmera.

Chanyeol lhe deu uma câmera. O Byun encarava o objeto em suas mãos com uma mistura de surpresa e felicidade, quase não acreditando que o maior lembrava de um detalhe tão pequeno, falado em uma conversa dentro do carro dias atrás.

— Obrigado, obrigado, obrigado...

Ele abraçou o Park com força, pulando de felicidade com o presente inesperado. Antes que Chanyeol tivesse tempo para retribuir, Baekhyun o largou para poder observar a máquina novamente.

— O vendedor disse que esse modelo é muito bom para iniciantes e possui vários recursos interessantes — conforme falava, ele percebia a animação do elfo ficar cada vez menor — O que foi? Você não gostou?