Capítulo 41

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01 de Julho, Cassino D.S, Las Vegas - 01:30 am.

Três operações transcorrendo no mesmo tempo.

E ainda assim nós éramos os principais e por alguma razão muito plausível, eu tenho certeza, tudo deu errado.

Nós dois até conseguimos adentrar no cassino, por um milagre de Deus ou uma emboscada ferrada, passamos mais ou menos uma hora lá dentro, circulando, tomando suco de maracujá e perdendo em alguns jogos. No entanto, quando o relógio bateu meia-noite, nós fomos encurralados perto das mesas de roletas por dois seguranças musculosos que basicamente falaram: ou vocês vem conosco por bem ou por mal.

Nós dois, obviamente, decidimos que seria mais prudente andar.

Não que isso tivesse adiantado algo, já que na metade do caminho eles seguraram nossos rostos e colocaram um pano branco molhado com algum tipo de droga em nossos narizes, fazendo nós dois desmaiarmos na hora.

Para a nossa boa sorte, o gps que foi instalado em nossos corpos estava grudado em uma parte extremamente íntima, uma cujo eles provavelmente não olham pelo simples fato de ser pessoal demais.

Tínhamos escutas também, estas foram instaladas dentro de nossas roupas, a de Anne está em um bolso falso na sua camiseta branca acima do peito direito com um solzinho tricotado para dar um charme, o meu está no bolso da calça jeans, um falso dentro do verdadeiro. É um pequeno microfone, menor que a unha do mindinho, não faz volume, então eles só vão realmente perceber que existe algo, se os seguranças realmente se deram o trabalho de procurar.

Acordei em um depósito médio com paredes cinzas escuras, há armários fechados por cadeados embutidos na parede, mas, tirando isso, não existe mais nada no recinto, além de duas cadeiras de madeira onde meus braços estão amarrados nos braços e as pernas estão presas juntas.

Anne está ao meu lado, ainda adormecida, eu analiso-a de cima para baixo procurando ferimentos, seus cabelos ruivos estão presos em um coque firme no topo da cabeça, ela veste uma camiseta branca larguinha porque ela não queria sentir nada prendendo seu corpo, calça jeans escura que define sua cintura e um tênis, seus anéis estão firmes em seu dedos e sua respiração está homogênea e suave, como se ela estivesse tendo um sonho bom. Livre de machucados.

Anne - Eu a chamo baixinho tentando acordá-la antes que alguém chegue nesse lugar que eu não faço ideia de onde seja - Anne! - Aumento um terço da voz, mas nem isso surte efeito.

Bufo e olho para mim mesmo, escaneio meu corpo tentando ver se tudo está no lugar, sapatos, meias, calça jeans, camiseta preta, meu anel. Estou inteiro, se eles revistaram nós dois, ou não acharam nada, ou não foram minuciosos o suficiente, porque eu ainda posso sentir a pontinha do gps em um local bem desagradável.

Um barulho lá fora me deixa em alerta máximo, eu miro na fresta embaixo da porta, conseguindo ver uma sombra, mas apenas uma, parada de maneira estática, como se estivesse aguardando alguém chegar e fazendo a segurança.

Volto-me para Anne.

- Cuthbert, acorda porra! Para de sonhar um pelicanos - Eu mando aumentando mais um pouco a voz. Quando ela quer, pode ter um sonho extremamente leve, mas sempre quando a mesma bebe demais, seu sono torna-se um pouco pesado. Lembro-me rapidamente que fomos dopados e algo dentro da minha mente fica alvoroçado, ela não conseguiu visitar uma obstetra ainda para ver como o feto está, sequer pode beber um pequeno drinque do que gosta, imagino que drogas entorpecentes estejam no mesmo menu de coisas que não se pode ingerir. Um pouco mais nervoso, volto a tentar acordá-la - Anne! Acorda caralho, eu não posso chacoalhar você! Quer que eu grite e chame atenção de todo mundo lá fora? Acorda porra! - Aumento só mais um pouco a voz e consigo ver ela se remexer e soltar um murmúrio, eu fico animado - Anne!

Anjo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora