Um

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Naruto

Quando eu recebi a notícia da morte do meu avô Jiraya, foi como se algo dentro de mim tivesse se quebrado! Ele era o meu ídolo, sabe, por causa dele que eu desenvolvi o meu interesse pela leitura, por causa dele que eu também descobri o meu dom de escrever, sim eu gosto de escrever algumas "merdas" mas nunca finalizei nenhuma escrita, nunca conclui nada do que comecei a escrever.

Meu avô dizia que eu tinha que encontrar o meu elo perdido, a minha inspiração, o gatilho que me fizesse deslanchar, algo que até então eu ainda não havia conhecido.

Meu avô também era escritor! E eu sempre fui o seu leitor número um, ele era o meu herói, o meu exemplo, e o meu melhor amigo, e mano, como eu sofri com a sua morte, sofri muito, uma dor tão grande que até então, eu ainda não consigo decifrar, foi difícil superar e seguir em frente.

Mas tudo bem! Isso tudo já passou! Foi a quase um ano atrás! Acabei de fazer dezoito anos, a fase de menino chorão já passou, agora é o momento de ser homem e...

— Merda! Não! Não tá bom! — eu disse amassando a folha de papel e jogando no cesto de lixo que já estava lotado com inúmeras bolas de papel. Que merda de escritor eu queria ser, se nem um discurso decente pro aniversário de um ano da morte do meu avô, eu não consigo escrever direito?

— Então é isso? Não consegue mesmo escrever um discurso para o seu próprio avô? Eu disse pra Kushina que deveríamos contratar um cerimonialista — meu pai disse encostado na porta do meu quarto, eu odeio quando ele entra assim sem permissão.

— Talvez seja melhor mesmo! Eu não estou com cabeça! — respondi derrotado para a alegria do meu pai.

Ele nunca gostou do fato de eu gostar da profissão do meu avô, para ele escritor nem deveria ser considerado como uma profissão de verdade, por causa disso e de mais alguns problemas à parte, eu e o senhor Minato vínhamos discutindo bastante nos últimos tempos.

— Negativo filho! Ainda falta mais de um mês pra isso! Você tem tempo de sobra para pensar e escrever uma homenagem bem bonita para o seu avô! Não existe ninguém melhor do que você para isso! — Minha mãe passou pela porta olhando feio para o meu pai e me deu um beijo na testa, ela sempre me tranquiliza, esse é o seu dom especial.

— Obrigado mãe! Prometo me esforçar um pouco mais! — disse sorridente para minha mãe e ganhei um abraço.
No mesmo instante, escutamos meu pai pigarrear e sair pelo corredor, mais uma vez minha mãe me tranquilizou e deixou o meu quarto, fechando a porta dessa vez.

Decido deixar de lado as tentativas de escrever por hoje assim que me jogo esgotado na cama, já está tarde e amanhã cedo tenho aula. Não vou mentir, eu estou com esse bloqueio em boa parte por causa dos múltiplos problemas que atingem a minha cabeça no momento, a perda do meu avô, as brigas com meu pai, a preocupação com o meu futuro, afinal estou no último ano do ensino médio, não estou indo muito bem na escola justamente por causa disso, nossas ideias não batem mais, já faz um tempo que estamos forçando a barra para mantermos o relacionamento, e isso me chateia.

Uma das únicas coisas que ainda me anima a ir à escola é o professor de literatura Kakashi Hatake, ele é o único que me entende, o único também que já leu alguns dos meus manuscritos, e assim como eu, ele é um fã assíduo do meu avô, nós já compartilhamos muitas vezes opiniões sobre os livros do meu velho, ter o Kakashi como professor, é o mesmo que ter um pedacinho do meu avô para relembrar.

Relaxei minha cabeça no travesseiro e fui dormir mais animado! Afinal, amanhã iria ter aula de literatura com o professor Kakashi.

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A professora - Naruhina - Coleção Doce Mel IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora