Onze

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Quando a aula acabou fui direto pra casa, com meus pais, depois fui ao meu quarto finalizar umas escritas, fiquei tão absorto nas minhas ideias que nem percebi a tarde se passando, e quando dei por mim o celular já estava despertando, era o horário que eu sempre costumava "correr" literalmente atrás da Hinata na ciclovia, porém, hoje eu não estou muito afim.
Apenas fechei o meu computador e me joguei em cima da cama, foi quando bateram na porta e eu dei a permissão para entrar.
— Oi filho! Tá tudo bem? - meu pai entrou e sentou no canto da minha cama.
— Tá... é... mais ou menos. - respondi meio pra baixo.
— Tem alguma coisa te incomodando? - percebi um pouco de expectativa no seu olhar.
— Não! - respondi e percebi que ele ficou meio decepcionado com a minha resposta.
— Tudo bem! - ele já foi começando a se dirigir a porta meio cabisbaixo.
— Aí pai! - chamei e ele se virou de imediato.
— Oi filho!
— Será que não tem como você arrumar alguma vaga lá na empresa pra mim? Eu quero trabalhar.
— Naruto! Você precisa focar nas provas finais, faculdade, decidir o que você realmente quer fazer.
— Já tá mais do que decidido pai! Farei Administração assim como você, como assumirei a empresa no futuro sem ter no mínimo essa formação? - disse sem entender o porquê dele ter ficado surpreso, o meu curso sempre foi claro desde o início.
— Eu imaginava que você queria ser escritor assim como o meu pai e...
— Pai eu já sou um escritor! Eu já escrevo, e o meu avô foi o fundador da nossa empresa, ele só deixou de trabalhar na mesma quando se aposentou e você assumiu. - sinceramente eu não estava conseguindo entender onde ele queria chegar com aquela conversa.
— Filho me perdoa pelos últimos dias, nossas discussões, eu fui um idiota, estava sofrendo pela morte do meu pai e não compreendi que você sofria também. - diz com os olhos marejados e eu o abraço.
— Tá tudo bem pai! Cada um supera o luto à sua maneira!
— Você tem tanto do seu avô! Essas frases de efeito, citações de livro, meu pai era conhecido pela maioria como o maior tarado, e realmente ele era, mas também era a pessoa mais inteligente que eu já conheci, e você é igualzinho a ele.
— Ah pai, vem cá! - lhe abracei e foi impossível impedir as lágrimas de rolarem, pois a conversa que eu deveria ter tido com o meu pai já quase um ano atrás está sendo realizada nesse momento.
— Eu até consigo uma vaga pra você, mas vai me dizer o real motivo pra isso; porque apesar de tudo, você é meu filho e eu te conheço muito bem Naruto.
— Você já se relacionou com uma mulher mais velha? - perguntei e percebi que ele deu um sorriso de canto.
— Tá explicado o motivo de querer trabalhar! Quer provar pra ela que não é mais um garoto.
— Poxa pai! Será que isso é tão ridículo assim? Gosto muito dela e queria que ela me levasse mais a sério.
— Sei bem o que é isso, eu era o capitão do time da escola na época do ensino médio, e num dos jogos eu me machuquei e precisei de sessões de fisioterapia. A fisioterapeuta que fez o meu tratamento era uma loirona peituda, linda e gostosa, e pouco tempo depois começamos a nos encontrar, e logo me vi apaixonado, ela parecia também está curtindo o momento comigo, até que... - fez uma pausa como se estivesse lembrando de algo desagradável.
— Pai, até quê? - insisto.
— Até que um dia meu pai foi me buscar na fisioterapia, e eles se reconheceram, haviam tido um romance antes dele conhecer a minha mãe, e advinha?
— Tá brincando que ela deu em cima do meu avô? Ela te trocou por ele pai? Eles ficaram juntos? - perguntei abismado.
— Bem... a sua avó Tsunade esteve com ele até o último momento né? - disse sorrindo e dando de ombros.
— Puta que pariu! Como você se sentiu pai? Você deve ter se sentido muito mal. - me coloquei no lugar dele e senti muita pena, me lembrei que só em ver aquele porra do professor Toneri dando em cima da Hinata já me deixava com ódio, imagina se fosse com meu próprio pai.
— Eu me senti daí pra pior, mas a Tsunade foi sincera com os dois desde o início, eu não queria desistir dela, nem meu pai, então deixamos para ela escolher, e lógico que ela preferiu o Ero Sennin. - falou revirando os olhos.
— Poxa pai! Eu sinto muito!
— Tá tudo bem! No fim, foi até melhor, pois logo depois eu fui para faculdade, e lá eu comecei a me divertir como qualquer outro garoto da minha idade, foram os melhores anos da minha vida. Logo percebi que o que eu senti pela Tsunade não foi amor, foi apenas tesão, fantasia de adolescente, e só depois quando conheci a sua mãe, percebi o que era amor de verdade.
— Ah mamãe é maravilhosa!
— Eu não vivo sem ela, você e a sua mãe são tudo pra mim, a amo muito, e amo você também meu filho! - novamente ele me abraça.
— Eu também te amo muito pai!
— Então é isso Naruto, entendo como você está se sentindo, e talvez algo que talvez nesse momento pareça ser algo maior, na verdade, pode ser apenas algo passageiro.
— Entendi! Porra pai, obrigado!
— Agora eu já vou porque sua mãe tá me esperando. - ele diz com um sorriso sacana no rosto, e é aí que eu me toco que a safadeza do Ero Sennin tá no nosso sangue. — Sempre que precisar conversar, eu estarei aqui.
Fiz um sinal positivo com a cabeça e ele saiu do quarto, na ansiedade peguei o meu celular e percebo que não tem nenhuma mensagem da Hinata, minha mão coça pra mandar mensagem, mas paro um pouco para refletir e fico analisando as palavras do meu pai. Será que eu realmente estou dando muita importância para o que tenho com a Hina? Talvez sim, porque está claro que as coisas para ela não são tão importantes quanto são para mim.
Suspiro e novamente olho no meu celular, recebi uma foto da Shion, perguntando se o look da festa tinha caído bem nela, sorri e mandei um áudio dizendo que ela estava gatona, então me decido e tomo meu banho, me arrumo e vou buscar a Shion para ir à festa.

A professora - Naruhina - Coleção Doce Mel IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora