Aiden Scott Bourbon
Os dias passaram-se muito rápido. Recebi algumas cartas confirmando a presença de algumas moças de Valkandria e isso me deixou um pouco nervoso.
Eu não sabia exatamente o porquê, mas comecei a ficar nervoso. Acho que a vontade de não casar tornou-se uma realidade agressiva. Mas eu não podia me dar o luxo de contrariar meu pai. Ele merece ver seus objetivos se concretizando.
A carta de Brianna foi a única que eu li. As outras deixei com a minha mãe. Ela se divertia lendo as cartas das moças voluptuosas do nosso país.
Brianna não foi carinhosa, apenas confirmou a presença e disse estar curiosa para saber o que os anos fizeram comigo. Espero que ela goste da bondade dos anos para comigo.
A rainha se encarregou de cada detalhe desse baile. Eu apenas chamei alguns amigos e conhecidos para estarem no evento. Afinal, eu escolherei publicamente a moça que me agradar e ficarei noivo dela. Precisarei de uns amigos para beber comigo depois.
Meu pai está estável. Tivemos uma longa conversa sobre ele querer abandonar o que já vem fazendo julgando ser em vão. Ele prometeu cooperar.
Fico extremamente preocupado com o desânimo dele. Isso me soa tão ruim. Embora ele esteja cansado de tantos banhos de sol ou águas de coco, desistir é entregar-se à doença. Ele não é um homem que desiste facilmente. Só em mencionar desistência ele abria um sermão de horas.
Quanto mais se aproximava o dia do baile, minha insônia piorava. Os chás já não surtiam efeito. E eu não iria cometer o erro de frequentar um prostíbulo perto de noivar. O jeito era caminhar durante a noite.
Eu gosto muito da noite. Ela lembra algo muito importante. Ela me remete o equilíbrio. O que seria dos dias bons, que eu associo como o dia, sem os dias ruins, que são como a noite?
Sem as tempestades, as adversidades, os percalços, não saberíamos dar o devido valor às conquistas, as vitórias que alcançamos.
Caminhando tranquilamente observando que a noite está bem escura, vejo uma silhueta passando em direção ao estábulo. Eu gosto de caminhar por toda a região do nosso castelo, mas demoro um tempo a mais com os cavalos. Montaria é uma das minhas paixões.
Resolvo seguir a pessoa que vi e percebo que ela entrou no estábulo. A capa que está por cima e a pouca luz não me faz discernir se é homem ou mulher.
À passos cautelosos, me aproximo e vejo que esse ser está alisando o meu cavalo. Logo o meu cavalo, o qual eu não permito ninguém se aproximar a não ser eu e o cuidador dele.
-- Quem é você e o que faz aqui?
Assim que ouve a minha voz, vira-se levemente e eu acabo me assustando. É uma mulher com uma máscara. Ela abaixa o capuz e depois me reverencia. Percebo que treme. Raio relincha alto assustando-a.
-- Eu sou Ivy, Vossa Alteza, a serviçal temporária da cozinha. -- Sua voz trêmula dá a entender que irei mandar matá-la só por estar aqui. -- Perdoe-me por estar aqui.
-- Talvez não saiba, senhorita, mas eu não permito que outros além de mim e do cuidador entre em contato com meu cavalo. -- Caminho em direção ao cavalo e ela afasta-se. -- Como é temporária da cozinha há pouco tempo não deve saber disso. Perdoarei dessa vez.
-- Obrigada, Vossa Alteza.
-- Espera aí. -- Digo assim que percebo que ela iria embora. -- Por que usa essa máscara? Como posso saber se é você mesmo a serviçal temporária se está com isso no rosto?
-- Eu... Eu estou fugindo do meu pai, Alteza. E a senhora Lia teve a ideia de me dar uma máscara enquanto não saio de Valkandria. -- Assinto enquanto aliso os pêlos de Raio. -- Ele queria me vender. É um monstro. Estou trabalhando para ter dinheiro e ir embora. É isso.
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Um presente para o rei
RomanceEm uma época bem distante, existia a tal lei do presente. Em gratidão a alguma benfeitoria, era possível ofertar o que você tinha de melhor, o seu mais valioso presente. Foi justamente isso que a mãe de Rosalie fez ao oferecer a própria filha ao rei...