Capítulo 48

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Rosalie "Mcfield" Bourbon

Na mesma noite em que chegamos à Arkandria, jantamos todos juntos em total silêncio. De repente, ouvimos um grande estrondo que fez algumas peças de vidro se despedaçarem e alguns talheres voarem longe da mesa.

Narciso olhou para mim e ofereceu-me um sorriso perverso, me fazendo lembrar o que tinha me dito mais cedo. Aquilo era o poder de uma bomba. Ele não estava blefando.

Aiden questionou o que seria aquilo, mas Narciso riu e disse que era a demolição de uma propriedade anexada ao castelo que não tinha mais serventia.

Eu tinha passado o restante do jantar totalmente atormentada. Minha cabeça só pensava nas vidas inocentes que poderiam ser ceifadas em decorrência dessa arma bélica.

Riezdra Corvani não parava de me observar e eu sentia que ele fazia isso na intenção de irritar Aiden. Meu marido apertava fortemente os talheres a cada vez que pegava o homem me olhando com um sorriso pilantra nos lábios.

Após o jantar, fiquei cuidando de Madeline no quarto de hóspedes enquanto que Aiden ficou no nosso quarto, organizando nossas coisas pois iríamos partir bem cedo.

–– Você suportará a viagem, Madie? Por favor, não podemos ficar mais.

–– Eu... Eu estou melhor.

A garganta de Madeline ainda arranhava muito, então ela dizia poucas palavras. Depois de encher uma jarra de água e deixar à beira da cama, em cima da mesa de cabeceira, segui para o meu quarto. Porém, no corredor, fui interceptada por Riezdra.

–– Que surpresa agradável. –– Cruza os braços enquanto me analisa da cabeça aos pés. –– Desculpe não poder elogiar sua aparência à mesa. Seu marido poderia ficar esquentado com tamanha ousadia da minha parte.

–– Com licença. –– Quando eu iria passar por ele, o mesmo me encurralou contra a parede. –– Eu vou gritar.

–– Grite. Eu vou adorar ouvir seus gritos. –– Ele prende minhas mãos  com as suas e meu corpo com o seu. –– Não vejo a hora de tê-la só pra mim, Rosalie. Saberei fazer você gritar com gosto.

–– Seu nojento! Me solte agora ou lhe acusarei de atentado à integridade física e moral da rainha de Valkandria. Vamos, solte-me!

Ele me solta, erguendo as mãos em rendição e sorrindo de maneira debochada. Saio de sua presença o mais rápido que posso.

Assim que entro no quarto, trato de passar a chave na fechadura. Suspiro aliviada por ter chegado bem em ambiente "seguro".

–– Por que você está assim, Rosalie?

–– Nada, meu bem. –– Sorrio. –– Vejo que terminou de arrumar nossas coisas. Partiremos logo cedo, não é? –– Beijo seus lábios e depois seu pescoço. –– Quero voltar para nossa casa logo. Odeio esse lugar.

–– Agora vem aqui. –– Aiden me puxa e me joga na cama deixando-me por baixo dele. –– Preciso de você um pouquinho.

–– Você é incansável, seu pervertido.

–– É você que sempre me deixa com apetite.

...

Não tínhamos nos despedido de Narciso Monferrato e nem de Riezdra Corvani. Saímos antes mesmo do sol dar sua graça nos céus.

Madeline estava adormecida, enrolada em várias colchas para tornar sua viagem menos dolorosa. Da janela, eu observava o castelo ficando menor, mas nada dessa aflição do meu peito diminuir.

–– Vamos mesmo retirar as tropas da divisa? –– Aiden me tira dos meus pensamentos. Apenas assinto e olho para Madeline. –– Tratarei disso após os festejos de fim de ano.

Um presente para o reiOnde histórias criam vida. Descubra agora