Capítulo 31

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Rosalie "Mcfield"

Eu sentia minha cabeça girar enquanto Madeline falava sobre a minha história. Não era justo tanto sofrimento assim. Minha vida tinha começado de uma forma terrível e saber disso agora me faz querer viver o luto e toda dor sofrida pelos meus pais.

–– Você me criou apenas porque eu serviria para sua vingança depois? –– Sinto esse maldito nó na garganta voltando.

–– Não, Rosalie! Não! –– Ela aparenta estar brava. –– A Isabel pode ter usado a lei do presente com o Dimitri porque ele tem meios para te proteger, mas até ele sabia que o direito de criar você tinha que ser meu. Eu escolhi seu nome, eu estive com a minha amiga em todos os momentos felizes e tristes da vida dela, eu que fui escolhida para ser sua madrinha. –– Madie está chorando? –– Se fiz do que fiz até agora, Rosalie, é porque eu não aceito que Narciso viva impune pelo que fez. Isabel e João morreram, mas eu estou viva e você também. Precisamos fazer justiça. Ele tem que pagar!

–– Eu exijo saber o resto do plano. Qual minha importância nisso tudo? Eu preciso saber no que vocês me meteram.

Ela olha de relance para o dia clareando lá fora, mas eu pouco estava me importando com isso. Ela não iria sair da minha frente enquanto não me dissesse tudo. E assim ela fez.

Madeline tinha uma frieza no olhar ao falar de Narciso que, por alguns instantes, eu cheguei a invejar a amizade dela com meus pais. Madie tomou para si a missão de vingar seus amigos e estava disposta a tudo para tal coisa.

Eu só não estava tão preparada para saber que a chave de tudo era eu. Na verdade, um filho meu e do Aiden. A junção das nossas famílias por si só não levanta bandeira de paz obrigatória. Mas um filho, sim.

Essa bandeira impede as loucuras de Narciso, mas eu primeiro preciso ser reconhecida como filha dele. Madie e Dimitri querem fazer tudo de uma vez, como um combo. Anunciar que sou sua filha, com provas e tudo, e depois anunciar a existência de um filho.

Mas esse filho ainda não existe, o que atrasa os planos. Essa parte é que me incomoda e muito. Eu não quero engravidar. Não agora. Não com esse intuito.

Acredito que uma criança deva vir em um lar que o espera com amor e expectativas, mas a situação atual faz parecer que meu bebê seria um objeto de acordo entre países inimigos. Eu não me sinto à vontade assim.

Eu e Aiden estamos começando a nos entender agora. Eu nem sei se isso vai mesmo dar certo. Ele ainda tem sentimentos pela Brianna e colocar uma criança de forma apressada entre nós dois pode dar péssimos resultados para mim.

Até quanto eu estou disposta a mergulhar nesse plano de vingança também?

Eu tive a oportunidade de ter meus pais vivos e cuidando de mim tirados de uma forma tenebrosa. Minha mãe, em trabalho de parto, foi obrigada a contemplar diante dos seus olhos a morte do meu pai.

Meu pai teve sua garganta cortada por se recusar a falar onde estava Dimitri, seu amigo. Não respeitaram minha mãe e nem seu estado. Foram tratados como qualquer coisa.

Tudo isso ordenado pelo meu pai biológico; o monstro que roubou a inocência da minha mãe por puro capricho e depois descartou-a como lixo. Como não salivar pensando em mil formas de vingar todas as maldades que Narciso fez?

–– E eu vou ter que aceitar o sobrenome dele? –– Questiono com um olhar vago para um pedaço de reboco descascado.

–– Não só seu sobrenome, Rosie, mas tudo que é seu por direito. Você é filha biológica dele; é a princesa de Arkandria e filha mais velha. Possui alguns direitos.

Um presente para o reiOnde histórias criam vida. Descubra agora