Capitulo 65

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Rosalie Versalhes Monferrato Bourbon

Os dias estão passando mais rápido do que eu gostaria. O que mais me aflige é que não há como mandar nenhuma notícia. Pelo menos, não até agora. Há um evento na cidade onde Narciso quer que eu compareça ao lado dele e de Riezdra. Terei que tentar alguma coisa por lá.

Depois do que Gine contou-me, eu tenho que olhar todos os dias no espelho e me encorajar a prosseguir. Cada vez mais estou tendo minhas energias drenadas ao conviver com Riezdra e Narciso. Assim que despertei, Madeline veio me contar que Narciso pediu que eu fosse sozinha até o escritório dele.

-- Você acha seguro, Rosalie?

-- Seguro não é, porém sei que ele não tentará nada. Estou grávida, lembra? -- Ela assente, apesar da expressão nada confortável. -- Se eu demorar demais, leve um chá para nós. É uma bela desculpa para interromper a conversa.

Sigo para o escritório de Narciso pensando em mil assuntos que ele pode querer comigo. Bato na porta e tenho minha entrada autorizada. Ele está sentado, com uma caneta nas mãos, óculos no rosto e vários papéis em sua mesa.

Assim que ergue o olhar, ele remove os óculos e levanta-se. Logo aponta para a cadeira em sua frente. Sento-me.

-- Tenho algo importante e que talvez eu tenha esquecido de falar-lhe. -- Permaneço em silêncio. -- Você tem um irmão.

-- Um irmão? -- A Rosalie atriz precisa entrar em ação. -- Mas... Como?

-- Não preciso dizer como que eu fiz um filho não é? Você sabe muito bem, está esperando um. -- Eu odeio quando ele usa esse tom de voz sugestivo. Sinto real vontade de vomitar por horas. -- Descobri a existência do Jhonatas e agora ele aceitou vir morar conosco. Ele é um pouco parecido com você. Tenho certeza que vocês serão bem próximos.

-- O que isso muda nos seus planos, Narciso? -- Resolvo ser um pouco mais direta. As vezes vale a pena arriscar. -- Eu vim até aqui para salvar meu povo e sei que você ainda não confia em mim. Qual será meu papel depois da chegada do Jhonatas?

-- Não se preocupe. Você sempre terá destaque em minha vida, querida filha. Só que... grávida de um Bourbon você me tem outras serventias. -- Ele levanta e fica atrás de mim, com as mãos massageando meus ombros. Deuses, ajudem-me! -- Com Jhonatas sendo rei, manterá vivo o nome e a linhagem Monferrato. Daí você me dá um neto que terá poder sobre os dois países e assim ajuda-me a unificá-los. Não é perfeito? Isso ou eu destruo tudo. Mesmo sentindo muita dó em fazer isso.

Levanto da cadeira livrando-me de suas mãos enquanto o mesmo sorri. Para não falar demais, resolvo sair daquele lugar. Porém, ao chegar na porta, ele chama meu nome. Viro-me para saber do que se trata.

-- Seu irmão chegará para juntar-se a nós amanhã. Seja amorosa com ele. Mas não polua sua mente com as ideias que você tem sobre mim ou Arkandria. Para o seu bem, claro.

Assinto e saio daquele ambiente. Sinto muito, Narciso, mas não há nada de poluição sobre o que penso de você. Há apenas verdades. Verdades essas que o Jhonatas precisa saber.

Queridos deuses, essa é a hora dos senhores abençoarem meus planos com todo poder que há em vocês. Eu vou precisar.

Acabo trombando em Riezdra no corredor e, como um animal, ele segura nos meus ombros e encosta-me contra a parede. Acabo arfando pelo susto. Acho que ele entendeu meu gesto de forma errônea porque lambeu meu pescoço.

-- Ri...ezdra. Não, não faça... nada. -- Ele está me apertando e isso dói. -- Solte-me.

-- Eu não consigo ficar esperando sem te tocar, minha ameixa perfeita. Seu sabor é tão...tão...

Um presente para o reiOnde histórias criam vida. Descubra agora