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L7 tava cheio de shows, quase não tinha tempo pra mim, mas tentava ao máximo me ver  e ficar junto. Tinha uma festa depois do show, ele tava patrocinando tudo.

Estava se arrumando pra entrar no palco. Olho pra mim, ri e bebo do seu copo indo até ele. Segura minha cintura e beija minha boca, sinto gosto forte de halls. Olho pros seus olhos escuros.

—Canta uma pra mim.—Falo toda mole.

Me olha estranho. Eu estava um pouco bebada.

—Tu usou alguma coisa?—Me olha e ri.

—Só seu amor.—Ri dela.

Ouço chamarem pra entrar. Beija de leve acariciando meu rosto, separa e sorri. Pega o microfone e entra no palco cantando.

Me viro e vou até a mesa de petiscos. Pego algo e como, era bom. Pego mais algumas coisas pra comer, estava tudo muito bom mesmo.

Sinto uma presença atrás de mim, me viro e vejo uma moça ruiva um pouco mais alta que eu, ela me olha de cima a baixo e sorri de lado.

—Que?

Abre a bolsa e pega um pacotinho com pó. Ri de lado.

—Experimenta.—Pego.—É algo novo que chegou.

—Por que pra mim?—Questiono.

Da de ombros.

—Teu perfil.—Faço bico e mexo na minha bolsa.—Pra tu é na faixa.

—Beleza.—Dou de ombros.

Guardo na minha bolsa e saio dali indo pro banheiro. Eu tava já tonta por conta da bebida, eu queria me  divertir hoje.

Nas baladas de Buenos Aires era comum ter droga rolando pra lá e pra cá, óbvio que eu usava né, qual seria a graça se não?

Entro em uma cabine, monto uma carreirinha na tela do meu celular e aspiro. Jogo minha cabeça pra trás fechando os olhos.

Me recomponho e guardo as coisas na bolsa. Bebo o resto da minha vodka. Saio de la e me deparo com o Cabelinho, ele me olha estranho, mas depois sorri.

—E ai gatinha?—Abre os braços e eu o abraço

—Quanto tempo!—Me afasto um pouco e ele assente me olhando.

—Ta gata.—Sorri meio timida.—Esqueceu de mim depois que começou a namorar o Lenin.—Faz drama.

Dou risada.

—Não seja bobo.—Ele ri de lado.

Passa seu braço entorno do meu pescoço. Tava sentindo a onda bater aos poucos, era realmente diferente o produtinho.

—E ai sócia!—Vejo a mesma morena alta que foi ao estudio semanas atrás.

Reviro os olhos e bebo do meu copo.

—Conhece?—Pergunta Cabelinho.

Dou de ombros e nego com a cabeça. Ela cruza os braços e ri me olhando.

—Claro que conhece, Victor.—Fala ela.

—Vai enxer meu saco de novo?—Olho pra ela entediada e balanço meu copo.

—Não sei o que faz aqui. O Lennon vai ser pra sempre meu namorado.—Ri dela com deboche.

Vejo cabelinho rir também. L7 olha pra cá e ri, logo chama o amigo pra fazer companhia no palco.

—Olha, eu não lembro nem se quer teu nome.—Olho pra ela.—Eu realmente não ligo pra você, gata.—Pisco pra ela.

Vejo seus punhos fecharem e ela ficar brava.

—Continua me provocando, piranha.—Fala furiosa.

Me viro de frente pra ela e a encaro cruzando os braços. Eu batia no ombro dela quase, ela usava um salto enorme.

—Some da vida dele, vaca.—Fala apontando na minha cara.

A empurro.

—Fica na tua.

Sinto uma pancada no meu rosto e tudo fica preto por um segundo. Sinto alguém me puxar. Pisco algumas vezes pra acordar. Vejo um segurança brigando com a moça.

Por um impulso acordo do transe que o soco dela me deixou. Ela me encara, eu sorri, limpo o sangue que escorria do meu nariz. Vou até ela no ódio. Puxo seu cabelo com força arrancando o mega hair, alguém me segura.

—Me solta porra!—Grito.

—Eu não, doidona!—Fala o Muralha bolado.—Quer estragar o show do teu namorado?

—Fodase. Ela me bateu, de graça!—Brigo tentando me soltar.

Me coloca no ombro e eu chuto ele, mas nem sente nada.

—Me põe no chão!—Dou socos nas suas costas.

Ele apra e me senta em um cadeira. Tento me levantar e ele me prende se apoiando em uma mesa.

—Para de mete o loco porra, tu ta chapada!—Briga comigo.—Tu acha que ja não mandaram o papo que tu pegou pó com a mina la?!

Passo meu braço no nariz. Ele se baixa na minha frente.

—Como que o Lennon vai fica se souber disso?—Dou de ombros.—Tu ja foi mais papo firme que isso!—Diz decepcionado.

—Desculpa.—Murmuro.

Se levanta bolado e vai até os caras que tavam discutindo com a garota la, não queria meter o pé.

Eu não sei o que acha que vai mudar na vida vindo aqui e me agredindo por um cara que não quer ela. Mulheres burras.

MaktubOnde histórias criam vida. Descubra agora