Maktub

25

—Finalmente!—Victor fala assim que eu abro a porta do ap.

—Na moral, não me enxe o saco.—Tento ir pro meu quarto mas ele me barra.

—O cu, tu vai ouvir seu bosta.—Arqueio uma sombrancelha cruzando os braços.

—Fala então, porra!

—Aquela foto é real?—Junto as sombrancelhas sem entender.

—Que foto, mano?—Mostra o celular.

Entendi por que a Mi já sabia de tudo.

—Tu vai explicar?—Passo minhas mãos pelo meu cabelo e ajeito o boné na cabeça.

—Uma mina me deu bebida batizada. A garota disse que a gente transou, fez vídeo, mas no final era tudo mentira.—Suspiro.—Só querem foder com o meu namoro, irmão!

—Tu tentou falar com a Micaela?—Nego com a cabeça.

—E tu acha que ela vai acreditar em mim?—Dá de ombros.—Mulher só acredita em mulher, mesmo que a gente esteja falando a verdade!

—Mano tem foto! Como tu quer que ela acredite em tu?!—Coloco as mãos na cabeça.

—Eu não sei!—Abro os braços.

—Vai tomar um banho, esfria a cabeça e resolve essa merda outra hora.—Fala puto.

—Só faço merda, menó.—Me sento na poltrona.

Coloco as mãos no rosto sentindo o choro vir  novamente. Não consigo aguentar, porra, é a minha mulher!

É de morrer de raiva né? Porra, colfoi mano eu não to de brincadeira com a Micaela. Quero aquela mina comigo como eu nunca quis alguém.

Tomo um banho e fico marolando na varanda do quarto até perto da noite.

Essa parada com a Mica eu vou resolver amanhã. Mesmo que alguma coisa me diga que eu deveria dar tempo pra ela pensar. Sei lá mano! Eu não sei mais o que eu faço da minha vida, papo reto.