Capítulo 4 - Todas as drogas de noites.

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***

Os fios úmidos dos cabelos negros de Jeongin haviam grudado em sua testa, também úmida pelo suor. Seus lábios finos inchados pelos muitos beijos e mordidas, a respiração ofegante e os olhos semicerrados em puro deleite. Ali, deitado sobre o corpo másculo de Chan, Jeongin parecia ainda menor do que já era.

Você está bem, doce?A voz suave do mais velho soou quase inaudível. — Não acha melhor ir se banhar? 

Jeongin apenas murmurou, movendo-se sobre o corpo nu do noivo abaixo de si, encaixando o rosto sobre a curva de seu pescoço. — Fizemos uma lambança. — Yang murmurou e riu logo em seguida. 

— Sim, vamos nos limpar, certo? — O corpo de Chan se ergueu com Jeongin ainda cima dele, segurando as costas do mais novo e colocando o mesmo sentando sobre o acolchoado macio, atento ao que o mais novo soltou um gemido fraco, seguida de uma careta. — Eu te machuquei, não foi? — Perguntou preocupado, levando a destra para poder afastar os cabelos grudados da testa de seu menino. — Droga, você disse que podia ir mais forte e—

— Eu estou bem, amor! — Exclamou o garoto se levantando com cuidado. As pernas fraquejando ao que ele tenta dar um passo e sente o incômodo bem lá, como de costume. — Não se preocupe, minhas pernas ainda estão bambas e isso é sinal que você faz muito bem. — Piscou, sorrindo com aquela malícia ainda fofa que só ele realmente consegue ter. — E para de olhar para a minha bunda, seu pervertido. 

Bang rolou os olhos, saindo da cama para poder passar os braços sobre os ombros e o outro pelas pernas do menor, pegando-o como uma verdadeira criança. 

— Ei, o que está fazendo? 

— Treinando para quando enfim casarmos e partimos para nossa lua de mel. — Sorriu divertido, observando o namorado lhe encarar docemente. 

— Ah, só não me deixei cair. — Murmurou, bocejando e fechando os olhos. 

— Eu jamais deixaria você cair, Jeongin. 

(...)

Ponto de vista de Yang Jeongin

Gatilhos mentais. 

Sons e visões. 

Quando se está num estado de tristeza ou desespero profundo os gatilhos mentais começam a marcar presença. Isto é, seu corpo se encontra em um estado de inércia tão grande que todo e qualquer movimento pode ser considerado o gatilho mental. 

É quando seu corpo para de responder às coordenadas ensaiadas e passa para o automático. Tudo que você sente é uma pressão em sua cabeça e seus pensamentos a mil. Você lembra de absolutamente todos os pontos da sua vida que te marcaram e sua mente não para de trabalhar nem por um mísero segundo. Você fica atordoado.

Acho que tive um gatilho mental quando disse, por um impulso raivoso, que odiava o meu — agora ex noivo, ex namorado e ex melhor amigo —, mesmo que eu realmente não o odiasse. 

E eu não odeio ele.

Entendam, é muito difícil odiar alguém que você passou boa parte da sua vida amando e dedicando bons momentos assim, puf, da noite pro dia. E é justamente por amar ele que me encontro no atual estado de inércia.

Jogado sobre a cama, encolhido entre as cobertas grossas e as almofadas felpudas enquanto espero as lágrimas saírem. E devo ressaltar, é uma surpresa que eu ainda não tenha chorado. Porém, é extremamente incômodo o bolo formado em minha garganta, difícil de engolir, difícil de aceitar. 

Desfalecendo | ChanJeongOnde histórias criam vida. Descubra agora