15
Como percebi que Thomas estava demorando, resolvi me divertir um pouco, digamos que para me distrair. Mandei mensagem para o Henry e combinei para tomarmos café.
Era 13:30hs da tarde, lá estava eu com o Henry, por mais que ele fosse um pouco ousado dava pra ver que ele era tímido. Mas os tímidos são perigosos, muito perigosos. Depois de um belo café e visto que ele estava de folga, decidimos ir ao Empire State.
Não era um encontro, muitos confundem encontros com socialização, claro que podem acontecer alguns flertes no meio do caminho, mas flertes são flertes e socializar é socializar. Ambas as palavras se diferem.
Eu estava contente por ter uma companhia, me sentia muito sozinha, a minha vida foi sozinha, eu não tinha ninguém para confiar e estar sozinha me causou muitos problemas, um desses problemas é a depressão, as pessoas encaram os depressivos como aberrações, dizem que é frescura, que os depressivos acabam com as felicidades das pessoas.
Somos considerados monstros na sociedade, mas monstros também tem coração e se você o abomina, as atitudes deles ficam piores, na maioria das vezes para o próprio monstro ele se sente um peso para todos e o único e último recurso mais próximo é a Morte.
Entramos no elevador, continuou um silêncio total lá dentro, porém não me importava tanto já que estava acostumada com isso. Chegamos ao topo de Empire State, fomos para o parapeito e ele começou a me perguntar:
Henry:
- Então... Você é de Nova York mesmo?
Ashley:
- Na verdade não, eu nasci no Texas e você?
Henry:
- Estranho, você não tem sotaque texano..., mas eu nasci em Nova York.
Ashley:
- Interessante. É verdade, não tenho sotaque Texano por causa da minha família, eles não são nativos.
Henry:
- Que incrível! E de onde são?
Ashley:
- São da parte central da Espanha.
Henry:
- Entendi, é..., você tem um jeito de espanhola.
Ashley:
- Como assim?
Henry:
- Sua pele é mais clara do que o normal dos EUA.
Ashley:
- Humm... Espertinho.
Henry:
- Tá na cara, aliás você tem olhos muito bonitos e sufocantes...
Nessa hora percebi que ele estava começando a ser ousado demais. Eu tentei não ficar corada, mas infelizmente eu fiquei e o agradeci pelo o elogio. Talvez ele esperasse que o elogiasse de volta, entretanto quebrei o clima ficando em silêncio.
Ele começou a me fazer mais perguntas:
Henry:
- Se você veio para cá, então provavelmente foi para encontrar oportunidades, certo?
Ashley:
- Exatamente, eu sou artista plástica. Vim para Nova York já faz uns 5 anos.
Henry:
- Impressionante, o que você gosta de pintar?
Ashley:
- A natureza é o que mais me surpreende, então eu tento expressá-la da melhor forma possível, mas não sou muito valorizada por aqui, há milhares de artistas melhores do que eu. Foi o que o último crítico me falara.
Henry:
- Esse cara é um imbecil, quem ele pensa que é?
Ashley:
- Na verdade ele é um dos melhores críticos de Nova York.
Henry:
- Me perdoe, não sabia que ele era tudo isso.
Ashley:
- Tudo bem, eu não o desconsidero, afinal ele sabe do meu potencial e que eu posso melhorar, talvez ele tenha me criticado por isso.
Henry:
- Como você consegue ser assim?
Ashley:
- Assim como? Desculpa, não te entendi...
Henry:
- Tão visionária, as pessoas em geral após críticas se degradam, mas você é tão forte.
Ashley:
- É uma longa história.
Henry em um momento colocou sua mão em cima da minha e me disse:
Henry:
- Nós podemos ser melhores do que isso, sabe? Você parece tão sozinha, não sente que falta alguém para você, cuidar de você, olhar nos seus olhos, te acariciar?
Ashley:
- Você é um cara gentil Henry, mas não é você que quero, eu já penso em alguém e preciso dessa pessoa em minha vida, se não for ela pra cuidar de mim, não será você o próximo.
Atrás de mim escuto o elevador que acabara de chegar e me deparo com ele dentro prestes a ir, em um estado físico acabado, melancólico e decepcionado. Era Thomas, ele viu tudo, porém não ouviu nada.
Nessas horas eu começara a chorar, chamara seu nome vezes e vezes e repetia a frase "não é o que você pensa", mas ele olhava friamente, como se quisesse que eu sumisse ou deixasse de existir, até que a porta do elevador se fechou e não consegui chegar a tempo. Eu estava começando a surtar e comecei a colocar a culpa em Henry, lhe disse palavras horríveis e ele se foi pelas escadas.
Vezes e mais vezes tentava ligar para Thomas, mas caía na caixa postal, meu desespero, minhas emoções, sentimentos e problemas mentais surgira só para acabar comigo, minha situação só piorava...
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A PAIXÃO ME CONDENA
RomanceThomas Jessie é uma pessoa que nunca amou na vida, na adolescência ele teve uma ótima oportunidade e conseguiu se apaixonar por alguém cujo o nome da pessoa é Ashley, mas essa senhorita o deixou e depois de 33 anos ela manda uma carta para ele, dize...