Parabéns para você! E desculpa o atraso, foi um dia e tanto!

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Cherry levou um belo susto ao abrir a porta para a amiga. Gabi não a culpou, considerando que o look antes cuidadosamente planejado (cropped lilás, shorts-saia jeans levemente desbotado naquele estilo "uma roupa velha qualquer" que na verdade era novinho em folha e um cinto preto de couro sintético, além do colar curtinho com borboletas prateadas e os brincos combinando, tudo acompanhado pelo toque casual de um All Star branco) agora parecia um look "ei, imagine que linda eu deveria estar antes de quase morrer hoje". O All Star branco estava manchado com cinzas e terra, a saia parecia ainda mais desbotada e o cropped possuía alguns rasgos em locais levemente inapropriados, sem contar o colar que perdeu algumas borboletas no caminho. Pois é, todo o processo de correr do zumbi que a perseguia enquanto Leo atirava bolas de fogo e basicamente destruía o ambiente teve seus resultados.

- Desculpa o atraso. Sobrou bolo para mim? – Gabi dá o seu melhor sorriso brilhante.

- Mas que cacete aconteceu com você? – A amiga a encarava chocada, mas ainda linda em seu vestido xadrez preto e branco justinho, com um batom pink que combinava com a parte inferior de seu cabelo tingida de rosa sob as ondinhas loiras que iam até o ombro.

- Uma longa e emocionante história. Posso te contar depois de uma troca de roupa e talvez um banho? Quem sabe acompanhada de um pouco de bolo. Sim, isso seria bom. – Gabi força delicadamente a amiga a sair da frente da porta, passando rapidamente pelos adolescentes que dançavam na espaçosa sala principal da mansão Bennett número 4 (os pais de Cherry ainda se retorciam de raiva pelos irmãos do herdeiro terem conseguido pegar as mansões 2 e 3) e acenando para alguns conhecidos. – 20 minutos, gente. Já venho falar com vocês. – ela grita e dispara escada direita acima (afinal, por que a sala teria apenas uma escada, não é mesmo? Ordinário demais!) .

Cherry a segue em passos apressados até seu quarto.

- Fala sério, o que aconteceu com você? Foi atropelada por um ônibus? – a garota agarra seu pulso, fazendo-a parar e analisando-a cuidadosamente, como se procurasse buracos de tiro.

- Na real eu fui perseguida por um cara no cemitério. –Gabi decide deixar de lado a parte do cara em questão estar morto. Para que estressar a aniversariante mais do que o necessário?

- O QUÊ? – Cherry grita tão alto que Gabi teme que a festa inteira invada o quarto para ver o barraco. – Tipo, um tarado? Minha nossa! Que horror! Você está bem? Ele machucou você? Quer ir para um hospital? Ou para a delegacia? Sim, vamos dar queixa agora mesmo! – Gabi acha melhor interromper antes que a amiga sugira chamar a NASA também.

- Relaxa, Cher. A única coisa machucada é minha produção visual arrasadora. – ela brinca, aproveitando para entrar no closet da garota e pegar um vestido azul simples.

- Gabi, é sério. Me explica isso direito. – Cherry exige, seguindo-a como um cão de guarda.

- Depois que a gente se separou de manhã quando entreguei seu presente, eu fui para casa almoçar. Me arrumei. E aí passei no cemitério deixar uma mensagem de aniversário especial no bloco da cripta para você encontrar amanhã ou depois . Sim, eu sou uma ótima amiga. Enfim. Eu estava no cemitério e senti como se alguém estivesse me observando, então resolvi vazar dali. Mas no caminho um homem agarrou meus ombros por trás. – Gabi narra enquanto pega também roupas de baixo e uma toalha, já sabendo onde ficava cada coisa ali após uns dois anos de festas do pijama. Ela achou melhor não mencionar que o homem era o falecido zelador Clóvis da escola. –Eu me virei e levei um baita susto porque... bem, foi assustador. No impulso eu consegui me soltar e sair correndo e gritando como qualquer garota sensata faria. Mas com minhas nulas habilidades atléticas que você já conhece bem, caí uns tombos pelo caminho e fiquei desse jeito aqui.

Talismã do Fogo (Leo Valdez Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora