A ideia de ter uma segunda residência parecia tão boa em sua cabeça, e ainda assim se transformou em um pequeno pesadelo. O editor na França tomava a maior parte de seu tempo, e a estalagem que ele havia alugado como um apartamento por enquanto era cara e mal conservada pelo que ele estava pagando.
Além disso, ele se viu usando a balsa entre a Inglaterra e a França com liberalidade, pois sua esposa havia decidido com certeza que o que faltava em sua busca era o olhar gentil de uma mulher.
Quando o fim de semana chegou, Lily, que deveria estar apenas de visita, insistiu que ela fosse com ele para ver os apartamentos em potencial.
— Minha querida Lily — Ele tentou argumentar com ela — Essa viagem é tão desgastante, não há necessidade.
— Absurdo — Ela respondeu, apertando suavemente a mão dele — Embora eu possa não estar morando lá com você, quero que você se sinta confortável. Você às vezes é um homem prático demais, e temo que acabe em uma parte desonrosa da cidade.
— Lily, eu não me importo, honestamente — Ele mentiu, sabendo que a presença dela o impediria de encontrar aquela loja maravilhosa mais uma vez e talvez ver a gangue desajustada que a habitava. Como era estranho que ele não conhecesse essas pessoas e ainda de alguma forma eles se sentissem amigos.
Eles visitaram vários dos distritos mais agradáveis, embora parecessem muito estéreis, ele deixou Lily liderar a busca. Seu gosto era para dois quartos, embora ele estivesse convencido de que só precisava de um estúdio para a duração de sua estadia.
— Mas e se você fizer amigos? — Ela protestou, encarando-o daquele jeito que sempre fazia.
— Dificilmente estou dando festas! De qualquer forma, é Paris, é muito mais suscetível a tropeçar em casa bêbado do que em Londres.
— Acho que você tem razão — Ela disse.
No final, eles se estabeleceram em um apartamento de um quarto acima de uma pequena padaria, para que James não ficasse tentado a pular o café da manhã e para que ele ainda estivesse em uma parte respeitável da cidade. Não era muito, e as paredes eram de um amarelo desbotado, mas de alguma forma já se sentia em casa. Ele até se sentiu chorando ao deixar o local, o depósito pago integralmente para seis meses de manutenção. O plano era que ele passasse fins de semana aqui, e semanas em casa com Lily, embora parte dele desejasse que o tempo pudesse ser gasto de forma mais igualitária.
Mas então eles estavam de volta na balsa para a Inglaterra, e a França parecia estar a um mundo inteiro de distância.
— Diga Lily — Ele perguntou na balsa — Posso emprestar sua orelha por um momento? — Ele empurrou os óculos para cima do nariz para que ela ficasse em foco perfeito.
Ela sorriu para ele.
— Em público, senhor Potter?
Ele não pôde deixar de sorrir de volta. Ela sabia tão bem quanto qualquer um que ele tendia a ficar bastante paranóico ao falar de seu trabalho em público. E se alguém ouvisse? E se eles compartilhassem sua trama no jornal, tornando sua história ilegível? Era um medo bobo, mas algo que ele sempre temera mesmo assim.
Ele supôs que poderia ser rastreado até seu quinto ano de escola, quando um valentão em particular roubou sua história e a apresentou como sua. Era um medo tão vão e, no entanto, nunca o deixou em todos esses anos.
— Os Marotos, você acha estranho que eles não tenham amantes? — Ela riu.
— Que avanço. Acho que não pensei nisso dessa maneira.
Ele deu um profundo suspiro de alívio.
— O Senhor Weasley achou estranho.
—Ele achou As Aventuras dos Curlews estranha — Ela rebateu.
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𝐌𝐮𝐬𝐞 𝐈𝐧 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭
FanfictionJames Potter é um autor respeitado na Inglaterra Vitoriana quando chama a atenção de um aristocrata francês. Regulus concorda em se tornar sua musa em segredo, levando James para longe na vida parisiense. ___________________________________________...