Chapter Four

1K 166 193
                                    

Regulus não apareceu no primeiro fim de semana. Não foi surpresa, pois James tinha pouco tempo para si mesmo. Ele estava em reunião após reunião, falando sobre marketing e orçamento, adiantamentos e vendas esperadas. 

Embora estivesse em um bairro completamente diferente de onde ficava o Empór okio, ele ainda se viu olhando pela janela, desejando e esperando sem sombra de dúvida que o garoto de cabelos pretos passasse, dando-lhe um sorriso encantador.

Se nada mais, pelo menos era assim que James teria escrito, mas a vida real dificilmente adere às regras da literatura.

Ele, no entanto, recebeu um bilhete de Sirius, enfiado debaixo de sua porta na manhã em que ele chegou. De acordo com a governanta, ele havia sido colocado lá três dias antes, embora por quem ela não tivesse certeza. O bilhete era simples, dando as boas-vindas a James em sua residência e dizendo que eles deveriam se reunir imediatamente, pois Remus estava desesperado para ler Os Marotos. 

James enfiou o bilhete no bolso do paletó e o tirou várias vezes durante as reuniões. Se nada mais, eles eram reais, e ele tinha amigos aqui. Isso fez a cidade parecer menos imponente, menos estrangeira, e fez seu coração disparar. 

Ele não conseguia se lembrar da última vez em que ficou tão empolgado por ter amigos, mas sempre esperavam que ele seguisse as regras da sociedade inglesa, o que era dolorosamente chato na melhor das hipóteses.

A semana em casa em Londres não parecia uma semana. Ele estava tão empenhado em escrever que mal via Lily, exceto os pequenos momentos que eles compartilhavam juntos. Foi fácil e bonito, sabendo que no próximo fim de semana que ele voltasse a Paris teria muito menos restrições sobre ele, e ele poderia usar muito do seu tempo como quisesse.

A batida veio na porta às dez e meia, embora James já estivesse acordado há três horas. Ele mal havia dormido na noite anterior, mas se sentia acordado e ocupado, toda a sua mente fervilhando com a possibilidade do dia. Ele sabia que deveria escrever, mas raramente fazia o que sabia que deveria. 

— Você veio —  James disse sem fôlego, olhando para Regulus parado casualmente em seu degrau da frente. O outro homem sorriu, inclinando a cabeça para James. 

— Tentei ligar para você na semana passada, mas você parecia bastante ocupado. Eu estava preocupado que você tivesse esquecido de nós estranhos no Empório —  Regulus sorriu, e James lhe deu um tapinha nas costas antes de convidá-lo para entrar no pequeno apartamento.

Ainda não havia muito nele. Uma cama no quarto, uma pequena mesa de jantar e um sofá que realmente só parecia grande o suficiente para um. Era um verdadeiro apartamento de solteiro, embora ele não fosse mais solteiro, e cada pedacinho dele foi advertido sobre como isso deveria parecer. 

— Não é muito — James disse freneticamente — Mas duas residências é bastante coisa para manter.

— Suponho que sim — Regulus meditou — Você mantém uma casa grande para sua esposa?

— Com certeza.

— Piccadilly, eu presumo? — Ele perguntou.

— Arlington, na verdade.

— Bom homem —  Regulus disse com aprovação, e deixou por isso mesmo. Seus olhos, no entanto, ainda percorriam o apartamento vazio, parecendo absorvê-lo. Quão vazio deve parecer em oposição ao Empório, e quão estranho James deve parecer para ele. 

Seu coração bateu um pouco vacilante então, uma figura tão autoconsciente sendo colocada assim. Regulus sentou-se à mesa, e James estava quase pensando em lhe oferecer café ou chá antes de tentar desesperadamente se debater em conversa fiada sem o conforto de uma conversa normal em inglês.

𝐌𝐮𝐬𝐞 𝐈𝐧 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora