Capítulo 4 - Resolvendo problemas para o Rei

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Alethea recebeu um comunicado para se encontrar com os outros participantes na sala do Conselho das Contas Reais. É claro que ela não fazia ideia de onde isso ficava, então esperou a senhora Laurent sair do quarto próximo ao seu e a seguiu até o local. Se a mulher percebeu, preferiu não comentar. E Alethea agradeceu aos céus, odiava assumir que não sabia de alguma coisa.

Ela avistou Oscar perto da janela, ele havia sido tão gentil no outro dia, que Alethea tomou a liberdade de ir até ele.

- Não é um mistério como o dia está sempre bonito nesse palácio? - ela admirou o jardim florido pela janela. - Onde eu moro, o sol sempre se esconde atrás das nuvens.

- Você acha que o rei possa ter comprado o sol só para ele? - Oscar questionou - Reis são tão excêntricos, que eu não duvido que tenham pensado no assunto.

- Deve ser uma afronta ter que ouvir que o astro rei é o sol, e não eles.

Ele se inclinou para sussurrar perto da orelha de Alethea.

- Olhe para a gente, conspirando contra o rei no nosso primeiro dia de assuntos oficiais.

Ela fez o sinal de silêncio com a mão.

- Se um guarda escutar nós podemos ser enforcados em público.

- Ou queimados.

- Você está indo longe demais, Oscar.

Alethea sorriu com a possibilidade de ter um amigo na competição.

- Como foi o encontro com o príncipe Thomas? - ele perguntou.

- Tomamos chá, jogamos xadrez...

- Você ganhou?

Ela assentiu.

- Todas as três partidas contra o príncipe.

- Jogou com a senhora Laurent? Eu adoraria saber que ela perdeu, e nem sei explicar o porquê.

Alethea hesitou por um momento.

- Posso ter perdido uma vez para ela, mas só porque me distraí conversando com Thomas sobre um livro! - completou rápido.

Oscar deveria saber da fama de péssima perdedora de Alethea, pois mudou de assunto imediatamente.

- A caça foi um inferno! Odiei cada minuto. - ele confessou - Tenho plena convicção que metade daqueles homens nunca usaram uma arma na vida e eu só podia prever o momento que uma bala seria disparada contra as costas de alguém.

- Até o príncipe?

- Pelo menos ele parecia saber o que estava fazendo. - falou desanimado - Eu tive inveja de você e da senhora Laurent por poderem conversar civilizadamente com ele.

Alethea deu de ombros, dizendo:

- A senhora Laurent não parecia disposta a ouvir o som da minha voz.

Alguém pigarreou perto dos dois, fazendo Alethea e Oscar voltar a atenção para o resto da sala.

- Quero todos reunidos em volta da mesa.

O conselheiro Ethan era um homem baixinho, seus cabelos grisalhos encostavam nos ombros, e o bigode tinha as duas pontinhas virada para cima. Alethea lembrou que ele também estava no jantar, e sempre andava apressado pelos corredores segurando muitos papéis na mão.

Ele esperou com um olhar de desaprovação todos ficarem em silêncio para começar a falar.

- O rei tem o poder de criar leis, de começar guerras, de punir ou perdoar. Um rei defende o interesse de seus súditos acima de tudo. Mas ele não faz nenhuma dessas coisas sozinho. Os conselheiros estão ao lado do rei o tempo todo, eles têm o dever de revelar e resolver problemas em nome de Sua Majestade.

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