Capítulo 12 - O futuro

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Depois da visita da senhora Laurent, ficou evidente que todo o palácio saberia do machucado na testa de Alethea.

Ela decidiu voltar à rotina e desceu para tomar café da manhã com os outros competidores. Tentou ignorar os comentários de Lorde Ducan e dos outros homens, que só aumentaram, depois que um criado avisou que o capitão da guarda real esperava por ela.

Alethea seguiu o homem uniformizado até o subsolo do palácio, reconhecendo as paredes de pedra e as portas dos dormitórios dos criados.

O café da manhã revirava em seu estômago. Havia tantos motivos para o capitão querer falar com ela. Desde pegar uma carruagem do palácio sem permissão, fazer uma visita em uma zona de guerra, colocar os dois príncipes em perigo, até a morte do cocheiro e do guarda. Ela era cúmplice do assasinato dos ladrões, eram criminosos, mas deviam ter algum direito que lhes foi negado naquela noite.

O criado bateu na porta entreaberta, chamando a atenção do capitão. A sala era muito maior que o quarto de Taylor, mas igualmente vazia, com apenas uma mesa e duas cadeiras.

Alethea se sentou na cadeira de frente para o capitão, conforme ele indicou.

- Como é a sua relação com Bartô Riley? - ele perguntou. Ainda vestia o uniforme preto de couro, e os cabelos cumpridos lembravam os de Filipe. A cicatriz no canto da boca, repuxava levemente os lábios para cima.

Alethea pigarreou com medo da voz vacilar.

- Começamos a conversar há pouco tempo. Mas o que o senhor precisa saber é que Bartô desconfiava que Lorde Ducan e os condes estavam trapaceando na competição. Quando eu vi o bilhete no meu quarto, foi a primeira coisa em que pensei. Bartô deve ter descoberto como eles estavam conseguindo informações privilegiadas.

- E o que a senhorita estava fazendo na noite em que Bartô Riley foi supostamente atacado?

- Trabalhando em um acordo para apresentar para o rei.

- Alguém pode confirmar?

- O príncipe Thomas.

- É comum que a senhorita fique perambulando de madrugada, visitando os aposentos do príncipe?

- Não! - ela respondeu rápido. Apesar de ter feito exatamente o que ele falara na noite anterior - Estávamos tratando em um assunto urgente.

- Posso imaginar... - ele sussurrou, escrevendo pela primeira vez no caderninho em cima da mesa.

Ela sentiu o sangue subir para o rosto.

- É verdade! O senhor pode pedir para ler o acordo e verá que foi assinado por mim naquela noite.

- Farei isso. - ele terminou as anotações e voltou a olhar para ela - A senhorita tem conhecimento nas áreas da medicina? Eu tenho a informação que sua tia atua como curandeira. É muito comum que se estude sobre venenos nessa profissão, afinal é preciso conhecê-los para achar antídotos.

- Não, senhor. Não segui os passos de minha tia.

O capitão tinha acabado de lhe dar uma excelente ideia. Alethea teria de passar na biblioteca mais tarde.

- Uma última pergunta. Ontem interroguei todos os competidores, mas a senhorita parecia não estar em lugar algum no castelo. Posso perguntar onde se encontrava?

Ou ele era um capitão da guarda muito desinformado ou estava testando a honestidade de Alethea.

- No castelo de Beaune. Viajei pela manhã e voltei quando o céu já estava escuro. - e antes que ele pudesse perguntar, Alethea acrescentou - Os dois príncipes podem confirmar.

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