Capítulo 19 - A glória ou a destruição completa

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- Pena de morte! - Filipe gritou, fazendo Alethea erguer os olhos dos papéis na mesa.

Com o rei Henrique mantendo os conselheiros presos nos quartos, as milhares de cartas com problemas do reino recaíram sobre os dois príncipes. Alethea se juntou a eles no escritório de Thomas, depois que se cansou de não entender o que a tia estava fazendo para achar um antídoto.

- Homem rouba frutas e alega que levaria para seus filhos. - Filipe continuou em um tom casual, como se não estivesse fazendo o papel do Conselho da justiça - Um trabalho? - ele rabiscou as ordens e pegou outra folha.

Thomas largou a pena ao lado da frase interminada.

- Filipe, eu sei que você ainda está chateado. Se quiser, pode deixar os papéis e eu termino.

O rei tinha se decidido. Filipe se casaria em breve.

- Ah, por favor, irmão. Você teria que trabalhar até a ceia de natal para terminar.

Ainda havia pilhas altas de papéis e mesmo com Alethea e Taylor os ajudando, eles nunca dariam conta de responder todas as cartas com as reclamações do povo.

- Olha, uma mulher batizou o filho de Thomas em sua homenagem. - Alethea lhe entregou a carta, tentando minimizar o clima tenso. Ela estava sentado ao lado dele, às vezes seus braços se encostavam ou eles se confundiam com as penas descansando na mesa.

- Devo escrever de volta parabenizando-a então. - colocou a carta no topo da pilha a sua direita, prometendo a si mesmo que acharia tempo para responder aquela família.

- Me diga, irmão - Filipe despertou a atenção de Thomas - Se estivesse no lugar de nosso pai, o que faria para resolver esse problema?

- Qual deles?

- Ora o que estamos vivendo não é senão uma cadeia de eventos provocada pelos franceses?

- São detalhes demais para resolver de uma hora para outra.

- Você deve ter pensado em algo - Alethea falou ao seu lado - até eu pensei.

- Ah é? Estou curioso para ouvir. - Thomas se virou na cadeira para ficar de frente pra ela.

- Ele perguntou para você primeiro - ela apontou para Filipe.

- Como você é má. - declarou para que só ela pudesse ouvir. - Na verdade eu pensei em uma coisa, mas é loucura.

Até Taylor parou de escrever para ouvi-lo.

- Todos esses anos nós fabricamos as armas e vendemos para outros reinos que as usam em seus exércitos conquistando terras ao nosso redor. Por isso, Erbrook parece pequena e frágil. Não estamos expandindo, não estamos acompanhando o ritmo de crescimento deles. Então, eu pensei: e se nós pudéssemos não só lucrar com as armas mas conquistar terras junto com eles? E se Espanha e França se juntassem a nós formando uma tríplice?

Filipe sorriu.

- Nós temos as armas, os franceses e os espanhóis os homens do exército.

- E vocês já são meio que família. - Taylor acrescentou.

- Você tentaria outro acordo com a França depois do que eles fizeram? - Alethea perguntou com certa incredulidade. Oscar e Bartô estavam atrofiando por causa deles, soldados e criados tinham morrido.

- Não tenho dúvidas de que esse acerto de contas vai chegar um dia, mas nós precisamos ganhar tempo.

- Novas terras, novos comércios, mais impostos, mais lucros - Filipe contou as vantagens nos dedos. - Você chegou a apresentou a ideia para o nosso pai?

O Conselho do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora