A dor vem aos poucos, poder tirar a dor de um corpo deveria ser crucial para se poder viver. Um comprimido, dois, três, quando damos por nós foi metade da embalagem, começou a fazer efeito, quando tento me levantar, caí direto no chão sem forças para me levantar, o corpo sem movimento, aos poucos deixei de o sentir. A forma de sentir e respirar depois de tudo parece que o fazemos sem pensar, como coisas desde o momento que nascemos se torna algo indispensável. Viver e sobreviver últimamente parecem a mesma coisa, parecem que já não é uma dádiva tentar viver mas, desejar a morte do meu corpo, de toda a dor que vive em mim. Seria um desassossego. Seria um fim ou um começo? Um fim de uma vida, um começo de uma nova etapa, eu não sei. Não saber algo sobre nós mesmos é aterrador, sentir, não saber onde dói quando dói em todo o lado. Algum dia o meu castelo virou ruínas sem nem perceber. Quando foi? Eu já não lembro. Quando criança adorava aqueles contos que acabavam no felizes para sempre, nunca foi real, ao longo do tempo apercebi-me que nunca vou aceitar ficar num só local, estagnar, não é a vida que quero para mim. Esta dor eu não posso fazer nada com ela, só espero que passe, que tudo passe depressa. Em alguns momentos ofereci mais do que recebi (apercebi-me que sempre foi assim). Sonho poder, viver, e ser diferente a cada dia que passa, mudar para melhor. Quando a ansiedade me apanhou quando eu era jovem, o meu mundo acabou, a felicidade, os sonhos. A raiva em todo o momento, a necessidade de frieza para ninguém me abalar. Mudei, tornei-me gentil com que era comigo, no fim fiz sofrer que eu não queria que me fizesse sofrer. Quebrei promessas, sonhos, desejos e a felicidade de outros. Perdoem-me sou um escritor fracassado sem nem saber por onde ir. Os sentimentos comandam a minha vida, o destino já não o controlo como vou em frente seguir? Estou cansado a todo o momento esta dor me acompanha, este fardo de viver por viver, de ninguém sentir a minha falta se eu partir, desejo que ninguém chore se eu partir. Desejo que sorriam no meu enterro. Desejo que esqueçam a dor que nunca me esqueçam lembrem-se de todos os momentos bons. Estar feliz não nos faz esquecer a dor, ela prevalece mas não deixar que nos vença é ser mais forte a cada dia.
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Sofrer, viver, realizar
Teen FictionPontos e pontos sem explicação para o que eu sinto todos os dias, algum dia vou ser feliz.