Já foste a lua

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Eu já vivi no escuro do meu quarto, nas sombras, nas vozes dos demônios que vivem debaixo da minha cama, mas nessa escuridão sempre tinha um brilho que me acompanhava, devo dizer que mudei desde então. O brilho da lua sempre me acompanhou, abria a janela, deixava o vento entrar e o brilho dela iluminava os cantos mais sombrios da minha alma. Enquanto algo pingava no chão, eu mantinha-me sentado na borda da cama, escorria, lua, para ti sorri demasiadas vezes enquanto por dentro chorava. Sempre tive um sonho, chegar à lua, não existe nada que eu mais ame que a lua, alguns já se declaram a ela, eram fracos demais, não mereciam a lua. Ela é especial demais para ser acompanhada por planetas, planetas não têm luz própria, ela iria ficar na escuridão por todo o tempo. Alguns já colocaram uma bandeira nela, e mesmo assim com o poder gravitacional do espaço, esta mesma caiu, foi com a poeira que nela existe e saiu percorrendo o espaço. Algum dia conquistei a lua, de verdade ela nunca foi minha mas já conquistei, já amei, mas, estava distante, milhões de quilômetros e a distância entre a lua e eu tornou-se avassaladora. A minha luz nunca chegou, nunca a iluminou o suficiente para a manter brilhante, para lhe dar luz o suficiente para sobreviver fora da escuridão. Perdoa-me lua, fui fraco demais, o meu amor por ti não foi suficiente e cavei a minha própria cova quando percebi isso, que outros te davam uma luz que eu nunca consegui dar, que outros pousaram em ti sem eu nunca pousar, não sei se te consegui conquistar de verdade.
Amar, amei um ser celestial,  é difícil, espero que a lua se tenha aguentado sem o meu brilho, faz um tempo que não abro a janela para a poder ver no seu eterno esplendor, algum dia irei conseguir pousar nela, espero realmente que sim, espero que as coisas estejam diferentes.

Sofrer, viver, realizarOnde histórias criam vida. Descubra agora