SETE

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ALESSANDRO
MANTOVANI


Os olhos castanhos saltados revelam o quanto eu a peguei de surpresa. Minha proposta não deve ter passado um segundo se quer em sua cabeça, o que facilita as coisas para mim, sem tempo para pensar é mais fácil dela aceitar.

Nesses quinze dias que passei ao seu lado enquanto estava desacordada pensei muito sobre oque iria fazer quando ela acordasse, e cheguei a solução que essa era a melhor opção. É claro que eu poderia tirá-la daquela casa e a colocar em um dos meus apartamentos mas não é o suficiente para mim, preciso dela do meu lado até encontrar o verme do seu pai.

Descobri  após fazer uma varredura em seu celular que por sorte não tinha senha que ela  não tem nenhum parente que possa ajudá-la, não tem amigos próximos e muito menos um namorado, mesmo sendo maior de idade ela vai precisar alguém para ajudá-la na recuperação, tanto física como mental e a pessoa mais capacitada  no momento sou eu.

 — Morar com você? No seu apartamento?

 — Sim. — Confirmo — Se aceitar morar comigo seu pai fica livre e você protegida em minha casa até se estabelecer. — Me aproximo da sua maca—  Você não tem com quem contar nesse momento se aceitar minha ajuda vai ficar tudo bem. — Com um sorriso acolhedor a intimido sem ao menos perceber e então em uma passe mágico ela diz exatamente o que eu queria ouvir.

— Você tem razão. —  Se encolhe sobre a cama me fazendo me sentir a pior pessoa do mundo por estar a manipulando mesmo sabendo que seja para o seu bem — Eu aceito —  Responde por fim.

— Temos um acordo então. Vou dispensar os polícias. — Aviso e antes que me arrependo do que estou fazendo saiu do quarto.

Na recepção do hospital encontro os três agentes que fiz questão de escolher quando fui até a delegacia por eles fazerem pequenos trabalhos sujos por fora, e mesmo me sentindo um traidor por estar mentindo para ela tiro o gravador do meu bolso e entrego para eles.

— A confissão está gravada. O resultado do corpo de delito confirmou que foi uma tentativa de homicídio. Vasculhem o apartamento, bairros, rodoviárias, todo lugar que seja possível ele estar, não se esqueçam que eu preciso dele vivo.

— Sim, senhor.

Após passar mais algumas informações e exigências volto para o quarto a encontrando na mesma posição que a deixei, com cautela me aproximo chamando sua atenção.

— Eles foram embora, não precisa mais se preocupar. — A tranquilizo como se fosse verdade.

— Obrigada. — Sorri  com os olhos cheios de lágrimas — Eu nunca vou esquecer do que fez e está fazendo por mim.

— Me agradeça ficando bem. — Acarecio sua mão mas logo paro quando a enfermeira que ficou responsável pelo seus cuidados entra no quarto.

Como um furacão a mulher que me criou ao menos deixa a enfermeira fechar a porta, furiosa ela olha para dentro do quarto e quando me vê caminha pisando duro em minha direção.

— Nunca mais tente esconder nada de mim, está me ouvindo? — Com rapidez ela puxa minha gravata para baixo me fazendo olhá-la nos olhos. — Não é porque é barbado que não sou mais sua mãe.

— Sim, senhora. — Respondo constrangido pela cena — Pode me soltar agora.

— Ótimo. — Diz me soltando lentamente — Estava com saudades, bebê. — Beija minha bochecha e caminha até Isabela e a enfermeira que fingem não terem visto nada.

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