DOZE

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ISABELA
CLARK


 — Se sente melhor? — Alessandro pergunta assim que passamos pela porta do seu apartamento.

Após o almoço na casa do seus pais que por sinal foi muito agradável, Alessandro decidiu que estava na hora de voltarmos para o apartamento. Confesso que agradeci mentalmente pela sua atitude já que começava a me sentir indisposta e dolorida mas permaneci quieta para não ser mal educada, principalmente por eles estarem sendo tão gentis comigo.

— Sim. — Confirmo me abaixando para tirar meus sapatos — Seus pais são maravilhosos.

— É. — Diz sem emoção nenhuma na voz, como sempre acontece quando o assunto são seus pais — Vou levar as malas para o quarto.

— Pode deixar que eu levo. — Antes mesmo que eu dê um passo para pegar as malas, Alessandro as pega sem esforço nenhum e caminha em direção ao seu quarto — Alessandro!

—Me deixe ser cavalheiro, Isabela. — Conformada com sua gentileza o deixo fazer da maneira que preferir — Boa menina.

Sorrio com o elogio e abro a porta para que ele possa passar sem interrupções. E só então percebo que ele não está levando as malas para o quarto de hóspedes.

— Vou continuar no seu quarto? — Pergunto confusa — Posso ir para o quarto de hóspedes.

— Você quer? — Coloca as malas no chão — Eu não me importo de dividir o quarto com você, a ideia de você sozinha mesmo que poucos metros de distância me incomoda.

— Não quero incomodar você, já está fazendo muito por mim. — Decido ser sincera — Tirei a liberdade da sua casa, não quero fazer a mesma coisa com seu quarto.

— Você não me incomoda e eu preciso que isso fique claro para que nossa convivência de certo. — Sério ele se aproxima e coloca as mãos no bolso — Eu praticamente a obriguei a morar comigo, se isso não for o suficiente para que acredite em minha palavra nada vai ser.

Suas palavras são diretas e certeiras, fico constrangida pela cena que estou fazendo. Ele está certo, se minha presença estivesse o perturbando ele com certeza já teria arrumado outro lugar para mim morar, Alessandro não é o tipo de pessoa que se anula por conta de outra pessoa, muito pelo contrário.

— Você está certo. — Encolho os ombros envergonhada — Me desculpa pela cena, as vezes minha insegurança fala mais alto que minha razão.

— Não precisa pedir desculpas, está tudo bem. — Com um pequeno sorriso no rosto ele se aproxima e apoia suas mãos em minha cintura.

Prendo minha respiração supresa com o contato íntimo e repentino, em todos esses anos em que trabalho com ele nunca estivemos tão próximos dessa forma. Minha pele formiga onde sua mão está apoiada, e mesmo com vergonha levanto a cabeça para poder enxergá-lo melhor.

— Fica. — Acarecia minha pele fazendo o formigamento se espalhar por todo meu corpo — Tem espaço o suficiente no meu closet para suas coisas, a cama é enorme, o banheiro é espaçoso, e se não tiver prateleiras o suficiente para colocar seus livros eu compro uma maior para você.

Sinto meus olhos pinicarem pelas lágrimas não derramadas, depois de muito tempo me sinto cuidada e acolhida, Alessandro não está me oferecendo apenas seu quarto mas a sensação de pertencimento, e eu jamais vou conseguir retribuir tudo que ele está fazendo por mim.

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